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segunda-feira, 26 de setembro de 2011

Secretaria de Estado da Cultura lança campanhas de conscientização para a diversidade

A Secretaria de Estado da Cultura promove nesta terça-feira (27/9) o lançamento oficial de três campanhas culturais de participação popular, visando a conscientização para a diversidade cultural.

Todas as ações terão como base a participação ativa da população, que será estimulada a contribuir com fotos, vídeos, histórias ou outras manifestações artísticas sobre os temas. O evento de lançamento terá início às 10h, no auditório da Secretaria de Estado da Cultura.

A cultura é um dos caminhos para transformar as pessoas e a sociedade. Realizando campanhas como estas, estamos agindo diretamente para reduzir preconceitos, promovendo o reconhecimento e o fortalecimento de grupos hoje discriminados”, afirma o Secretário de Estado da Cultura, Andrea Matarazzo. Todas as ações serão coordenadas pela Assessoria de Cultura para Gêneros e Etnias que, desde 2007, realiza campanhas com foco no combate às discriminações e no fortalecimento das identidades.

Pensada dentro das comemorações do Ano Internacional dos Povos Afrodescendentes, declarado em 2011 pela Organização das Nações Unidas, a campanha “Nós, os Afro-brasileiros” vai estimular o público a produzir pequenos vídeodocumentários apresentando personagens, fatos, lugares e histórias visando ao fortalecimento da população negra. Os melhores vídeos serão selecionados pelo curador Jefferson DE e depois exibidos em mostras. O tema dessa campanha foi escolhido através de parceria com o Museu Afro Brasil.

Já a campanha “Laços afetivos” terá como foco a diversidade sexual. O público poderá contribuir com crônicas, depoimentos e reportagens sobre as relações familiares, de amizade, no trabalho e na escola, entre pais e filhos heterossexuais ou homossexuais. Os melhores trabalhos serão selecionados pelos curadores Laura Bacellar e João Federici; os ganhadores farão parte de um livro.

A campanha “Pela arte se inclui”, por sua vez, buscará reunir exemplos de ações e projetos de inclusão de pessoas com deficiência por meio da cultura - companhias de dança formadas por cadeirantes, balé para meninas com deficiência visual, fotografia para auxiliar a inclusão de pessoas com problemas de cognição são alguns exemplos. Os melhores relatos de exemplos de inclusão nas áreas da literatura, dança, fotografia, teatro, canto, música, circo, desenho e cinema também vão compor um livro.

Na mesma ocasião, serão lançados também o site oficial da Assessoria de Cultura para Gêneros e Etnias, onde a população poderá se inscrever para participar das campanhas, o DVD do 4º Encontro Paulista de Hip-Hop e o 5º Encontro Paulista de Hip Hop.

Desenvolvido nos bairros negros de Nova Iorque o Hip-Hop conquistou a população e hoje é uma arte conhecida em todo o mundo. O V Encontro Paulista de Hip-Hop tem articulação da Assessoria de Projetos para Hip Hop e seu objetivo principal será ajudar o Hip-Hop a ser reconhecido e valorizado como uma arma poderosa para o desenvolvimento de políticas públicas que fortaleçam a igualdade racial no Estado de São Paulo.

Serviço:

Lançamento das Campanhas Estaduais de Cultura
27 de setembro de 2011 – 10h
Auditório da Secretaria de Estado da Cultura
Rua Mauá, 51 – Luz

Assessoria de Imprensa
Secretaria de Estado da Cultura

Renata Beltrão: 2627-8164 – rmbeltrao@sp.gov.br
Thiago Sogayar Bechara: 2627-8162 – tbechara@sp.gov.br


segunda-feira, 12 de setembro de 2011

Sobre Tentativa de Assalto e Internação Compulsória

Recentemente saiu na mídia que a Prefeitura Municipal de São Paulo está a um passo de legalizar a internação compulsória de viciados em drogas que vivem em situação de rua. Quando vi a noticia, fiquei estarrecido, achei um absurdo tal ato, pois um tratamento de desintoxicação depende muito mais da vontade do paciente, do que dos recursos disponíveis aplicados. Ainda mantenho a minha posição e tenho certeza que tal ação, se aprovada, será pouco eficiente nos seus objetivos.

Alguns amigos defenderam que a questão é bem mais ampla e que a internação compulsória viria para sanar parte dos nossos problemas de segurança pública, pois muitos desses usuários de drogas passam a cometer pequenos delitos a fim de conseguir dinheiro e objetos para depois trocar por drogas ilícitas. Mesmo com essa explanação, me coloquei contra a questão, pois de nada adiantará um tratamento realizado mediante uma internação forçada.

Terça-feira (06/09), saindo da Secretaria de Estado da Cultura, local onde trabalho, estava caminhando até o Largo do Arouche, caminho que sempre faço a pé. Passei por um menino de rua, que deveria ter no máximo 12 anos. Ele me pediu 50 centavos, eu disse que não tinha. Ele veio atrás de mim e pediu novamente os 50 centavos, novamente eu disse que não tinha. Furioso ele tirou um faca que estava escondida num cobertor que ele usava sobre os ombros e pediu o meu celular.

Fiquei assustado, virei o corri. No susto, desesperado, dei poucos passos no sentido de um posto móvel policial, que fica em frente a Secretaria da Cultura e cai. Machuquei meu joelho, ombro e região abdominal, que até o momento encontra-se machucada, doendo. Tive que ser medicado, por conta das dores que já estava incomodando bastante e tal fato me levou novamente a refletir sobre a noticia que vi há semanas sobre a internação compulsória.

A questão dos meninos de rua da Cracolândia, vai muito além da questão de saúde pública, tornou-se uma questão de segurança. O Estado é responsável pela nossa integridade física e tal caso se faz necessária uma intervenção imediata. Não podemos continuar dividindo as ruas com pequenos infratores que rejeitam os organismos que o Estado coloca a disposição para que eles deixem as ruas.

Em frente ao local que houve a tentativa de assalto pelo menor infrator, existe um albergue público, local que não tem sua capacidade de lotação atingida. Muitos dos moradores de rua, estão na rua porque não conseguem viver obedecendo regras. Em todos os lugares, na nossa casa, em nosso trabalho e na nossa vida social, obedecemos regras e até mesmo para viver num albergue, existem regras para serem obedecidas, regras que muitos dos moradores de ruas não querem cumprir.

Ainda não tenho uma opinião completamente formada sobre a internação compulsória, mas ela existindo ou não, o Estado tem que intervir sobre a questão desses infratores que passam dias e noites desequilibrando a ordem pública e tirando o direito de outros cidadãos de bem de ir e vir. Não passarei mais naquele lugar com a tranquilidade que passava antes, estou com os meus direitos violados e o Estado tem que intervir, seja acionando a Fundação Casa, ou habilitando clinicas de dependentes químicos para tratar a questão desses dependentes que recusam o tratamento e preferem as ruas, para cometer seus delitos e sustentar o vicio das drogas.