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sexta-feira, 3 de março de 2017

A Geni da vez

No Rio de Janeiro, um jovem foi encontrado nu na praia, com marcas de violência, infelizmente ele veio a falecer no hospital. Amigos disseram em sua página do Facebook que ele sempre teve medo de ser vítima de homofobia. Infelizmente, nos, LGBT, somos a Geni da vez. 

Enquanto não houver a criminalização da Homofobia e Transfobia esses crimes ficarão impunes e continuarão a jogar pedra, água e bosta na gente, achando que somos feitos para apanhar e bons para cuspir. 

Segundo a OMS, o Brasil é o 11º país com mais crimes de homicídios, é um dado alarmante e qualquer pessoa poder falar que viver no Brasil é perigoso para qualquer pessoa, sendo hétero, homossexual, travestis ou transexual, mas segundo Grupo Gay da Bahia, o Brasil é o país que mais mata lésbicas, gays, bissexuais, travestis e transexuais, superando índices de países do Oriente Médio e da África, que pune com pena de morte a homossexualidade.

quinta-feira, 2 de março de 2017

Sobre beijo gay na Disney e irmãos disputando o mesmo boy na Coca-Cola

Enquanto as pautas progressistas vem sendo atacadas nos espaços políticos, as empresas estão cada vez mais voltando a sua comunicação para os mais diversos segmentos, sobretudo para aqueles que tem pouca representatividade nos parlamentos. ´

Ontem foi a vez do Canal Disney Channel mostrar o seu apoio, exibindo o primeiro beijo gay em um desenho animado. Foi no episodio "Just Friends", da sério "Star vs. A Força do Mal", exibida no Disney XD.


Hoje foi a vez da Coca-Cola, lançando mais um comercial da série "Taste the Felling", retratando com leveza e bom humor a disputa de uma irmã e um irmão o mesmo boy, mas na corrida ambos se dão mal e se deparam com a mãe saciando a sede do limpador de piscina.


O Pastor Silas Malafaia, indiciado na Operação Timóteo, por lavagem de dinheiro, pediu para os seus fies o boicote à Disney, vamos acompanhar se ele também lançará um boicote a Coca-Cola.

domingo, 26 de fevereiro de 2017

Encontros de Carnaval

- Eu já fiquei com você - disse a meretriz depois que me deu o primeiro beijo.

- Comigo? Onde ficamos? - perguntei assustado.

- Isso não vou lembrar - respondeu como responderia qualquer outra meretriz.

- Como você se chama? - perguntei enquanto tirava sua peruca.

- Diego e você, como se chama? - perguntou me dando outro beijo.

- Marcos... agora eu me lembro de você, ficamos numa rave.

O encontro na rave tem mais de 5 anos, foi em Sorocaba, numa festa predominantemente hétero. Eu lá estava com os meus amigos, quando vi um cara bonito e barbudo parado, me olhando. Ele foi se aproximando aos poucos, veio por trás e disse ao pé do meu ouvido:

- Que sorte encontrar um ursão desses por aqui - disse enquanto eu virava para o beijar.

- E eu pensando que não rolaria nada nessa festa - disse entre um beijo e outro. 

Ele me levou para área de camping, estava procurando por um barraca, senti que ele estava um pouco perdido, mas achei natural depois de tantas bebidas e talvez um alucinógeno. 

- Aqui está! - disse ele entrando na barraca.

- Que bacana, estava querendo acampar aqui, mas meus amigos não toparam - respondi enquanto ele me puxava para dentro da barraca. 

O sexo rolou ali mesmo, dentro da barraca, ao som da rave e dos acampados ao redor. Transar ao som de trance e dentro de um camping, é uma experiência única e indescritível. Diego era todo peludo, era um pelo alto e macio, ele também tinha muitos pelos nas pernas, se não fosse pelo rosto, de longe seria difícil falar que ele era branco, seus pelos pretos tomavam todo o seu corpo.

- Posso saber o que significa isso? - perguntou um rapaz ao abrir a entrada da barraca.

- Se vista logo! - disse Diego enquanto subia as calças.

- O que está acontecendo? - perguntei confuso.

- Agora não posso explicar, apenas corre - e foi o que fizemos em meio as barracas, com calças caindo, bunda a mostra, sem camisetas e ao som de protestos do rapaz da barraca.

- Filhos da Puta, filhos da puta - ele gritava enquanto o pessoal das barracas davam risadas.

Depois de muito correr, nos jogamos na grama, próximo do palco das atrações, ficamos ali por alguns minutos, nos recompondo, vendo um nascer do sol maravilhoso e toda energia positiva que aquele lugar nos estavam proporcionando. Nos despedimos da mesma forma que nos conhecemos. Estava com meus amigos e ele chegou por trás e disse:

- Tchau, ursão - me envolvendo em seu peito peludo.

Só quando eu estava no meio do caminho eu percebi que não havia pego o telefone do rapaz e nem eu tinha dado o meu, mas se fosse para nos reencontramos, com certeza a vida se encarregaria de nos proporcionar novos encontros.

quarta-feira, 22 de fevereiro de 2017

O Filho da Irmã Benedita

Foi a primeira vez que fomos numa feira de sexo, aquela era considerada a maior da América Latina, um galpão enorme, totalmente destinada ao sexo. A feira era bem voltada para o público heterossexual, mas haviam alguns apelos para gays e lésbicas, principalmente para as lésbicas, pois duas mulheres juntas fazem parte do apelo heterossexual masculino. 

Participamos de várias brincadeiras na feira, passamos por uma parede onde podíamos colocar nossas mãos por buracos que davam acesso a outro corredor e lá tinha pessoas que poderiam ser tocadas; pagamos um strip tease particular e assistimos um show ao vivo de sexo lésbico, com a apresentação da posição tesoura. 

O movimento tesoura consistia com o entrelaçamento das pernas das duas parceiras, formando uma espécie de tesoura no órgão genital. Eu tentei a posição com outro cara, a sensação é gostosa, mas com homem deve ser informação demais, com bolas, pintos e sacos se misturando. 

Compramos vários brinquedos, eu levei uns vibrados e ele outro, também compramos anéis penianos, géis e óleos, cuecas e suportes atléticos – um tipo de cueca, usada por atletas, com abertura na parte de trás, que servem para sustentação das bolas. Usamos muito os suportes atléticos, mas nunca para fim esportivo. 

Nossa maior preocupação era onde esconder os suportes atléticos, eu sempre enviava os meus no fundo das gavetas, mas tenho certeza que minha mãe já se deparou com aquilo e deve estar até hoje se perguntando que raios era aquilo. O dele foi colocado dentro de um tênis antigo, pois tinha certeza que sua mãe não mexeria lá. 

Antes de eu passar na casa dele ele foi procurar o tênis, mas não encontrava. Foi perguntar para mãe onde havia parado aquele par de tênis velho e a mãe responde: 

- Dei para o filho da irmã Benedita.

- Como assim mãe? A Sra. não pode sair dando as minhas coisas assim. 

- Mas você nem usava, o tênis estava velho e o menino precisava. 

Passando pela rua, de carro, em direção para o motel, lá estava o filho da irmã Benedita, jogando futebol, com o par de tênis velho. Ele acenou para nós com um sorriso e uma pegadinha de leve sobre os shorts. Naquele momento tivemos certeza que ele sabia que o suporte atlético não era para fins esportivos.

terça-feira, 21 de fevereiro de 2017

O Trio de Muhammed

Existem algumas regras de conduta para pegação virtual que, se seguidas a risca, evitam muitos desconfortos. As mais eficientes são a "cutuca que te cutuco" e a "curta que eu curto". A probabilidade de incômodos na paquera, com a aplicação dessas regras, é quase nula.

João Vitor, experiente no ambiente virtual, aplicou as duas técnicas conjuntas com Muhammed. Meia hora depois Muhammed já havia retribuído a cutucada e as curtidas. Sem pensar duas vezes João Vitor já enviou um "olá" por mensagem instantânea e sem ter tempo de fechar a janela de bate papo, já visualizou a notificação que Muhammed estava respondendo.

Muhammed era um refugiado Sírio. Veio para o Brasil por conta de divergências políticas e sociais. Como se não bastasse a sua família ser de oposição ao Governo, Muhammed também era gay e teve que fugir do seu país para não ser morto.  João Vitor era filho de baiano com uma pernambucana, tinha uma testosterona natural dos nordestinos, mesmo nascendo em São Paulo, tinha calor correndo pelo sangue.

As conversas fluíram muito rápido, Muhammed prezava pela boa comunicação, além de ser muito desconfiado, talvez pelo fato de ter fugido de um país, onde vizinhos e familiares poderiam se revelar como o seu mais cruel inimigo.

Muhammed e João Vitor foram se conheceram no Parque do Ibirapuera. Parecia um sonho para Muhammed, finalmente ele estava em paz, seguro e com alguém que ele poderia amar. No final daquela tarde, depois de caminharem de mãos dadas pelo parque e tomaram sorvete, envolvidos pela vista do pôr do sol proporcionada pelo lago, Muhammed pediu João Vitor em namoro. João Vitor não disse sim, mas também não disse não, apenas respondeu com um beijo e disse que ele era um dos seus melhores presentes.

Foi numa das infinitas conversar que tudo ruiu, ou quase ruiu. Muhammed perguntou para o João Vitor se ele já tinha feito "trio". João Vitor sem entender o questionamento, pediu explicações, até descobrir que o "trio" se tratava de "sexo à três". João Vitor pensou em responder qualquer coisa, mas optou pela sinceridade e disse "sim". Muhammed desolado respondeu que era difícil achar alguém sério no Brasil e que todo mundo já havia feito "trio".

A imagem do "trio" não saia da cabeça de Muhammad, como ele poderia amar uma pessoa que já fez "trio"? João Vitor tentou argumentar, disse que tudo o que ele viveu o transformou naquele homem que o amava, mas Muhammad estava convicto de que homem que faz "trio" não era homem para ele.  

João Vitor fez uma proposta para Muhammed e sugeriu um último encontro e se após este encontro a imagem do "trio" ainda atormentasse a cabeça de Muhammed, cada um seguiria o seu destino e assim foi feito. 

Eles foram num motel, pois apesar de Muhammed ser resolvido, ele vinha de uma cultura muito reprimida, o sexo ainda não havia acontecido entre eles. Tudo foi louco e intenso, ambos transaram como duas cadelas no cio, parando apenas para tomarem banho e fumar um cigarro.  

Quando sairiam do motel, João Vitor perguntou se a imagem do "trio" havia saído da cabeça de Muhammed. Ele muito triste respondeu que não e que ambos deveriam ser apenas amigos. João Vitor não ficou triste, mas também não ficou alegre. Ele perdeu Muhammed, mas poderia pintar, quando chegasse em sua casa, um mapa de colorir afixado na parede do seu quarto, contornando as delimitações da Síria. A marcação seria num tom verde claro, mas a esperança de se tornar um verde escuro era muito grande

domingo, 19 de fevereiro de 2017

Paqueras Liquidas

A paquera para o ser humano é o equivalente a dança do acasalamento para outras espécies, aquele momento de tudo ou nada, onde em alguns instantes saberemos se seremos ou não agraciados pela concessão da copulação com a presa almejada. 
Segundo o dicionário “paquera” significa o “ato ou efeito de paquerar, tentativa de namoro, paquerador”.

Os recursos visuais e gestuais sempre foram aliados de uma boa paquera. Dizem que ao passar por uma pessoa pela rua, quando os olhares se cruzaram, bastam apenas três segundos para ela olhar pra trás e confirmar o interesse.

Algumas paqueras servem apenas para massagear o ego, tem pessoas que passarão a vida inteira cruzando por outras pessoas nas ruas e olhando para trás, mas a ação de parar, observar e chegar no alvo, é um ato de coragem. Numa fase do ápice do amor liquido, qualquer atitude sem o recurso de alguma tecnologia, é um ato inovador. 

Após o expediente, como era de costume, Luís Fernando saiu do trabalho e foi para a faculdade. Pegava todos os dias o ônibus que seguia para as Perdizes, ali mesmo na Paulista com a Consolação. As 18h30m o movimento era intenso, vários ônibus parando no ponto, pessoas correndo para embarcar, se esbarrando com as pessoas que desembarcava. 

No meio daquele vai e vem de pessoas, Luís Fernando avistou um homem barbudo – não tanto quanto ele – parado, como se estivesse em câmera lenta, não sendo abalado pela agitação social que São Paulo passa para todos os seus filhos. Os dois se olhavam em meio à multidão, tentando descobrir um meio de se aproximarem, mas impedidos pela penetração dos olhares, que deixou ambos constrangidos. 

O ônibus do homem barbudo encostou na plataforma, Luís Fernando avistava o homem seguindo seu destino, mas preocupado com quem vinha atrás, preocupado se Luís Fernando também seguiria o mesmo destino.

Com o ônibus partindo, Luís Fernando ficou procurando o homem barbudo dentro do ônibus, o olhar que momentos antes era de esperança, transformou-se em despedida... até lembrar-se que naquela mesma tarde ele havia baixado um aplicativo de celular, esses que cruzam pessoas com localizações, onde a paquera rola de forma não presencial. Luís Fernando era o terceiro da lista, estava lá com aquela barba farta e sorriso fechado, exatamente que forma que atraiu o outro homem barbudo.

domingo, 12 de fevereiro de 2017

Ordem de Despejo

Alguns astrônomos acreditam que daqui há 100 anos as condições climáticas estarão bem precárias para a sobrevivência da raça humana e que os sinais de extinção estarão muito mais presentes no nosso cotidiano. 

Existe uma corrida para tentar salvar a raça humana. A NASA fará em 2025 a primeira viagem rumo a colonização de marte, será apenas um experimento para testar as possibilidades de adaptação do homem, esses primeiro habitantes irão para ficar, se a Missão for um sucesso, esses percursores serão os heróis e as heroínas do Novo Mundo. 

Muito se fala da interferência do homem no ecossistema e que isso desencadearia o “Fim do Mundo”. Dias atrás, conversando com um astrônomo, ele disse que a natureza é muito maior do que qualquer interferência humana e que a extinção do homem é algo certo e irreversível. 

Fiquei pensando na possibilidade de outras civilizações terem sido extintas neste Mundo, talvez mais ou menos evoluídas que a nossa. Nós somos apenas um sopro em todo esse processo de evolução, viemos apenas para apagar as luzes e deixar que tudo comece novamente, talvez com outras espécies de animais, talvez sem a raça humana, ou talvez com ela diferente do que conhecemos hoje. 

A última geração à viver na Terra parece que está muito próxima, talvez quatro gerações futuras verão o fim de tudo isso, com um Mundo quase inabitável, com a maioria dos animais já extintos e com escassez de alimentos e água potável. 

Também fiquei pensado na possibilidade do sucesso da missão da NASA de habitar Marte, vencendo o frio que existe naquele planeta e construirmos algo muito semelhando do que existe hoje no Mundo. Se isso ocorrer, essa imigração estará disponível para todo mundo? Pessoas de classes menos abastadas assistirá os demais fugirem da extinção, por não terão condições financeiras de custear essa viagem que custará em torno de 200 mil dólares por pessoa? Acredito que sim e Marte já iniciará a sua ocupação com boa parte da população que contribuiu para a aceleração da escassez dos recursos naturais existentes na Terra, bem como a extinção de muitos animais. 

Se eu conseguir atingir a estimativa de vida do brasileiro, já poderei observar alguns indícios de que a humanidade estará com um problemão para resolver. Até lá, talvez Marte já esteja bem povoada, mas se não estiver, pode ser o fim desse Mundo que conhecemos, dando oportunidade para desencadear um outro processo evolutivo.

sexta-feira, 10 de fevereiro de 2017

Os Dez Mandamentos do Relacionamento Gay

1 - Antes de começar um relacionamento, espere terminar a vez do seu coleguinha.

2 - Se for amor a primeira vista, diga isso o segundo ou terceiro encontro.

3 - Fale do seu ex apenas para sua terapeuta ou advogada. 

4 - Se não for responder, não visualiza.

5 - Terceiros só serão aceitos quando convidado por ambas as partes.

6 - Redes sociais de casais só tá valendo se for de gêmeos siameses.

7 - Deixe as pesquisas do passado para os museólogos.

8 - Melhor estar ao lado de sapo desencanado ao invés de um principie (des)encantado.

9 - Comunique imediatamente a outra parte o início e o término do relacionamento.

10 - Se você não for correspondido, ame o próximo.

sexta-feira, 11 de setembro de 2015

Sobre o musical do Chaplin e Canalização de Energias

Semana passada, assisti a reestreia do “Chaplin – O Musical”, no Teatro Procópio Ferreira. A obra de Marcos Rey, adaptada por Miguel Falabella, tem como protagonista Jarbas Homem de Melo, interpretando Chaplin, que conta a trajetória de sucesso de um dos maiores artistas do cinema, abordando desde a sua infância, sua origem humilde e pobre, mostrando seus conflitos com um lar desestruturado e ressaltando sua forte amizade com seu irmão mais velho, Sidney, interpretado por Marcelo Antony.

Sidney teve papel fundamental na carreira de Chaplin, iniciaram suas trajetórias artísticas em Londres, até que Chaplin recebe um convite de uma produtora de filmes de hollywood e Sidney dividido entre sua mãe, que sofria de Alzheimers e a carreira e amizade com o irmão, acaba escolhendo ficar em Londres com a mãe .

O musical, com canções originais do autor Christopher Curtis e alguns versões para a produção brasileira, retrata de uma forma envolvente a forma com que Chaplin abdicou de toda sua vida, e nome do sucesso, não hesitando em deixar sua mãe em uma clínica médica, para viver do outro lado do continente. Posteriormente, com sua carreira artística consagrada, Chaplin recebe uma visita surpresa de Sidney, que decide ficar nos Estados Unidos e cuidar da carreira artística do seu irmão.
Fiquei pensando sobre as escolhas que fazemos e até que ponto realmente vale a pena se abdicar de tudo em nome de uma determinada área de nossas vidas, nossas escolhas nos definem, norteiam toda nossa vida. Chaplin optou exclusivamente pelo sucesso e para isso fez escolhas que talvez eu não as faria, como não estar presente na velhice da mãe, demitir o irmão por conta de divergências políticas e não acompanhar o momento do nascimento do seu filho, que logo após ao parto veio a falecer.

Existem áreas nas nossas vidas que acabam sendo nossos pilares de sustentação, onde canalizamos as energias que nos norteiam, porém temos que tomar cuidado para não nos centrarmos em apenas um eixo, como ficou bem evidente no musical do Chaplin, que canalizou todas as suas energias para sua vida profissional.

Eu tenho basicamente duas áreas da minha vida que precisam sempre estar bem trabalhadas, quando uma das duas não estão bem, percebo que todas as outras também acabam ficando mal. Dosar a importância e as expectativas que jogamos para as diversas áreas é uma tarefa árdua e diária, precisamos estar bem no conjunto, para ter uma vida plena e feliz.

Serviço: 

Chaplin - O Musical
Teatro Procópio Ferreira: Rua Augusta, 2823 - Informações: 3083-4475
De 05/09 à 18/10 - quintas e sextas, às 21h, sábados, às 17h e 21h e domingos, às 16h e 20h
De R$ 25 a R$ 200

quarta-feira, 2 de setembro de 2015

Sobre Memórias de um Gigolô, Heranças Culturais e Saudosismo

Assistindo o musical "Memórias de um Gigolô", ambientado na São Paulo da década de 30, fiquei pensando em qual herança cultural deixaremos para as futuras gerações. Estamos vivendo um marasmo em vários setores de produção musical, artística e arquitetônica.

Na década de 30, o então presidente Getúlio Vargas, criou a estrutura dos sindicatos ligados ao governo, até mesmo para equilibrar as disputas de classes que foram tão acaloradas naquela época. Foi um período de intensa produção no país e que hoje observamos vários traços arquitetônicos deixados por aquela época.

Nossa cidade foi construída com o crescimento industrial e estamos migrando nossas atividades para o serviço, deixando inúmeros imóveis vazios e sem uma outra forma viável de ocupação. Muitos dos imóveis, que ocupavam as grandes empresas de São Paulo, estão virando igrejas e alguns sendo demolidos para a construção de outros imóveis, frios e envidraçados, sem nenhuma conexão com o seu entorno.

Na música, apesar de gostar de muitas produções que estão fazendo sucesso, não consigo identificar algo que irá marcar de verdade nossa geração. Temos muitos cantores que estouram nas paradas e depois de alguns anos não ouvimos mais.

Vivemos numa época da informação descartável, onde diariamente somos bombardeados pelos mais diversos assuntos, que tem uma validade reflexiva muito curta, até cair no completo esquecimento.

Ainda falando sobre "Memórias de um Gigolô", me chamou a atenção a forma que eles idolatravam os anos 30, da mesma forma que hoje recordamos com muito saudosismo dos anos 80 e 90. Já ouvi esse papo antes, dos meus pais falando dos anos 60 e 70, acho que essa defesa da sua época não terá fim, sempre seremos impactados pelo o que de melhor existiu em nossa geração e tudo isso nos moldará como cidadãos.

Gosto muito da produção musical dos anos 80 e 90, principalmente no que se refere ao Pop Rock Nacional e a MPB. Provavelmente estamos replicando o mesmo comportamento da veneração dos anos 30, retratado no musical e talvez daqui alguns anos, Ivete Sangalo seja a nova Elis Regina e o Luan Santana e novo Tom Jobim.