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sábado, 28 de junho de 2014

Domingo na Praça: Um relato após os 45 anos do levante de Stonewall


Era um domingo azul de março de 2014. O programa do dia previa uma caminhada pela high line, uma passada no Chelsea Market e um passeio por Greenwich Village.

A cidade ainda estava encoberta pela última neve do inverno, e o dia bem gelado. “Foi um inverno rigoroso”, afirmaram os americanos. Mas a capital do mundo não perde seu encanto mesmo em dias cinzentos. 

No final do percurso, a ansiosa passagem por Stonewall Place. De repente eu estava ali naquela pracinha onde tudo se passou. Uma forte emoção tocou conta de mim. Impossível não se emocionar com as estátuas em homenagem aos que tomaram a frente da luta dos direitos dos cidadãos LGBTs e se insurgiram contra a ordem instituída que os proibia de ir e vir, de ser quem se deseja ser e de amar. 

Sentei num dos bancos da praça e fiquei um bom tempo admirando tudo e tentando imaginar aqueles dias de junho de 1969. Ao lado, duas garotas fotografavam. No outro banco, uns rapazes brincavam com a neve. Na rua ao lado, o barulho de um grupo de pessoas que aguardavam a fila de um restaurante chamava a atenção, o horário de almoço se aproximava. 

Fotografei a praça e caminhei até o bar stonewall Inn, o bar onde tudo começou. Fiquei ali por um tempo observando o local. Um momento mágico. Seria mais um bar na cidade, não fosse um marco na história de uma luta. Uma luta à liberdade de expressão, à igualdade, à vida, ao amor e à felicidade. 

Saindo de stonewall seguimos pelos arredores tentando seguir o curso dos dias de 1969. No entorno as placas com nome das ruas homenageia e lembra os cidadãos LGBTs de ontem e de hoje. 

Nos despedimos apressadamente da região, um almoço nos aguardava com a ativista Márcia Rocha, a acadêmica Berenice Bento e a bela Joyce Lee, que eu conheci naquele dia e de quem tenho tido a felicidade de trocar a amizade. 

Nova York não foi mais a mesma desde aqueles dias de junho de 1969, o mundo também passou a contar uma história de afirmação, de visibilidade e de lutas em defesa dos direitos de uma população. 

A praça de guerra de Greenwich Village parecia uma praça de paz naquele domingo de março. Até a neve ajudou no cenário. Mas os dias de junho de 1969 estão ali, presentes na memória de cada banco, de cada esquina e de cada rua. 

A luta continua, e as pedras no caminho também. 45 anos se passaram desde a conhecida Revolta de Stonewall, quando a população LGBT se juntou para resistir aos maus tratos da polícia contra essa comunidade. Muita coisa mudou, mas há muito a conquistar. Transportar cada pedra na tentativa de trilhar um caminho menos pedregoso é tarefa de todos e todas comprometidos o ser humano.

segunda-feira, 23 de junho de 2014

Mostra Critica a Homofobia no Irã

O Grupo Gay da Bahia (GGB) mais antiga entidade do gênero no país, vai aproveitar o jogo da seleção do Irã contra a Bósnia pela Copa do Mundo, em Salvador, na próxima quarta-feira, 25, para promover uma exposição contra a república islâmica iraniana. 

O GGB resolveu inaugurar a exposição "Irã, o Inferno dos Homossexuais" - Exposição de Fotos sobre a Homofobia na República Islâmica do Irã na sede da entidade, no Pelourinho, no mesmo dia do jogo do Irã contra a Bósnia, das 10h às 18h. A mostra permanecerá aberta até fim do mês de julho, mesmo após o término no Mundial, cuja final será no dia 13 do próximo mês. 


Conforme o GGB, dentre os 76 países do mundo onde ainda persistem leis que condenam os homossexuais a serem torturados e presos, sete condenam à morte: Irã, Arábia Saudita, Iêmen, Mauritânia, Sudão, Somália e Nigéria (apenas a região norte). Destes, ainda de acordo com a entidade, o Irã é o "mais homofóbico", pois o ex-presidente Ahmadinejad declarou que não existem gays no país, ali ocorrendo todos os anos duas ou mais execuções de homossexuais. A homofobia é política oficial de estado, 'homofobia governamental'", divulgou a entidade. 

A entidade informa que, entre as fotos da exposição, serão exibidas "cenas chocantes do enforcamento em praça pública em Teerã de jovens gays, as costas ensanguentadas de vítimas de açoites e torturas. Mas também fotos do ex-presidente Ahmadinejad beijando no rosto outros homens - o que demonstraria a contradição da cultura islâmica que convive com atos públicos de "homossociabilidade", mas condena à morte os que assumem ou são acusados de homoerotismo. 

Há críticas, ainda, ao ex-presidente Lula e à presidente Dilma, pela recepção e apoio a Ahmadinejad, constando na exposição fotos e caricaturas de Lula com o ex-presidente do Irã. Segundo Mott, em muitos países homofóbicos radicais, as autoridades religiosas muçulmanas estimulam que gays sejam submetidos a operações de mudança de sexo, "consertando" assim o abominável pecado de um homem amar outro homem. 

quinta-feira, 19 de junho de 2014

A Copa da Intolerância

Torcedores brasileiros e mexicanos poderão ser investigados por comportamento homofóbico durante partida entre Brasil e México na terça-feira em Fortaleza. As ofensas aconteceram quando os goleiros cobravam um tiro de meta. Os mexicanos, em bom número no Castelão, começaram a gritar “Puto!” contra Júlio Cesar, como acontece em alguns jogos de futebol no país. A torcida brasileira devolvia quando o goleiro Ochoa era o responsável pela reposição de bola.

O termo "puto", no México, é usado pejorativamente contra homossexuais. Por ser uma primeira ocorrência, Brasil e México devem escapar apenas com uma advertência, mas a situação do México pode piorar por conta de supostos casos de racismo na partida contra Camarões. Na mesma partida, o goleiro de Camarões também teria sido vítima de cantos homofóbicos, o que também será analisado pela Fifa.

A punição nesses casos afeta as equipes desses torcedores; elas podem ser obrigadas a disputar partidas a portas fechadas e, diante de novos casos, sofrer redução de pontos, rebaixamento ou expulsão de uma competição. A Fifa já abriu um processo disciplinar contra o México.  

Diversos jogadores foram vítimas de racismo nos últimos meses. No caso mais emblemático, um torcedor atirou uma banana contra o lateral da seleção brasileira Daniel Alves, durante partida do Barcelona na Espanha. Ele comeu a fruta e continuou a jogar. O episódio deu início a uma campanha global, lançada pelo jogador Neymar, contra o racismo.

Além de Brasil e México, os torcedores de Rússia e Croácia também estão na mira da Fifa. A entidade recebeu denúncias de conteúdo racista e antissemitas em cartazes exibidos por russos e croatas nos primeiros jogos de suas equipes na Copa do Mundo. A conduta dos torcedores russos é motivo ainda maior de preocupação, porque a próxima Copa do Mundo será disputada na Rússia, em 2018. 

terça-feira, 17 de junho de 2014

O Pai da Noiva terá continuação com Casamento Gay

O Pai da Noiva, comédia de grande sucesso da década de 90, escrita por Nancy Meyers e Charles Shyer, ganhará uma continuação com Casamento Gay.

Steve Martin retornará ao papel de George Banks para o longa, que focará no casamento do seu filho Matty com o filho de um oficial da marinha. 

George ficará "atordoado e sem palavras" ao receber a notícia de que seu filho é gay. Suas atitudes conservadoras farão com que sua esposa, Nina, o expulse de casa. Nos outros longas, os conflitos do patriarca giravam em torno da filha Annie (Kimberly Williams).

segunda-feira, 16 de junho de 2014

Militantes LGBT realizam protesto durante a partida entre Irã x Nigéria

Durante a partida das seleções do Irã x Nigéria, o Movimento LGBT realizou um protesto contra a homolesbotransfobia de ambos os países. Irã e Nigéria pertencem ao grupo de nações que condenam a homossexualidade com pena de morte. No protesto, ativistas colocaram uma enorme bandeira do movimento gay na fachada de um prédio e enforcaram dois bonecos, um representando as mortes ocorridas naqueles países.

Durante o protesto, diversos iranianos pararam para ver e até tirar fotos da manifestação. Para o iraniano Mihda, que é radicado nos Estados Unidos e não quis revelar seu sobrenome, os protestos são legítimos e todos estão otimistas no país por uma maior abertura política. Ele, por exemplo, disse não se importar com a orientação sexual do seu filho, que ele nunca perguntou qual é. No entanto, Mihda se recusou a tirar uma foto diante da bandeira gay.

A partida Irã x Nigéria, foi apelidada de "Jogo da Morte". No Irã, gays são enforcados. No norte da Nigéria, perdem a vida a pedradas. A Capital paranaense também irá sediar o jogo entre Argélia x Russia, no dia 26. Na Argélia, homossexuais podem ser condenados a 14 anos de prisão, e na Rússia, embora oficialmente não existam leis contra gays, eles são cada vez mais apartados da sociedade e perseguidos.

sexta-feira, 13 de junho de 2014

Brasil e Croácia ainda travam uma árdua disputa contra à homofobia

O que deveria ser um espaço de confraternização e livre convivência entre povos e raças, se tornou mais um espaço de propagação de ódio e segregação. 

Torcedores brasileiros inventaram um canto com ofensas homofóbicas para os croatas envolvendo o uniforme do adversário, vermelho e branco quadriculado. "Camisa feia, de quadradinho, todo croata que eu conheço é viadinho", gritavam alguns. 

Sem entender português, os torcedores da Croácia simplesmente riam e seguiam entoando os seus próprios cantos. 

A Croácia não é um exemplo de tolerância e respeito à Diversidade, principalmente quando assunto é futebol. Em 2010, varias associações de defesa dos Direitos LGBT denunciaram o Presidente da Federação de Futebol Croata, Vlatko Markovic, por suas declarações homofóbicas. 

Na Parada LGBT de 2011, a polícia Croata prendeu 17 pessoas por motivação homofóbica. A Parada de 2011 teve um público estimado de 2000 pessoas e 700 policiais fizeram a segurança do evento. 

Em 2013 a igreja católica promoveu a campanha “Em nome da Família”, onde colheu mais de 700 mil assinaturas que pedia um referendo para definir o casamento na constituição como uma “união entre um homem e mulher”. O referendo aconteceu no final de 2013, com 65,7% dos croatas apoiando a iniciativa da igreja católica. 

Ontem aconteceu um encontro de nações homofóbicas, que negam políticas públicas para a população LGBT, e devido à falta de compreensão dos idiomas, não foram revidadas. O Brasil saiu vitorioso na primeira disputa da Copa do Mundo, mas fato é que Brasil e Croácia está muito longe de vencer a homofobia.

terça-feira, 3 de junho de 2014

#JogueComOrgulho: Google convoca atletas para entrar em campo contra a homofobia

Começa nesta terça (3) o #JogueComOrgulho, campanha capitaneada pelo Google que convida vloggers, atletas e usuários a enviar vídeos celebrando o mês do orgulho LGBT, na luta contra qualquer tipo de preconceito, principalmente a homofobia, dentro e fora dos campos, quadras e estádios de todo mundo.

O vídeo que dá o pontapé inicial é emocionante pois mistura discursos clássicos de Nelson Mandela e do presidente Obama com depoimentos de atletas abertamente gays, como o saltador Tom Daley e o jogador da NFL, Michael Sam.

Além deles, no canal oficial brasileiro da campanha é possível assistir a uma playlist com depoimentos estrelas do futebol brasileiro que também participam da iniciativa: Marta e Denilson são alguns dos nomes que fazem o convite para "jogar com orgulho", ao lado dos jogadores do Flamengo, Corinthians, São Paulo, Palmeiras e Santos.

Em 2012 o Google pintou os resultados de busca com o arco-iris, e no ano passado promoveu o #ShareWithPride, que celebrava o amor homoafetivo.

segunda-feira, 2 de junho de 2014

Facebook lança pacote gratuito de stickers em comemoração ao mês do Orgulho LGBT


Usuários de todo o mundo poderão baixar gratuitamente o pacote “pride”, orgulho na versão brasileira, de figurinhas alusivas ao orgulho gay no Facebook Messeger. São 28 imagens com arco-íris, casais do mesmo sexo e até uma drag queen negra, claramente inspirada em Ru Paul.

O pacote traz ainda família gay, gays idosos, casamento e um monte de coisinhas legais. Para baixar o pacote para seu aplicativo basta acessar a loja de “emoticons”, uma cesta de compras à esquerda quando você vai enviar as figurinhas.

“Estamos celebrando o Orgulho adicionando estas figurinhas gratuitas do Facebook Messenger na loja de figurinhas. Sentimos isto como uma maneira que podemos fazer o Facebook um lugar melhor onde as pessoas podem expressas suas identidades autênticas. Feliz Orgulho!”, anunciou a página do Facebook Diversity ao anunciar a novidade na sexta-feira passada.