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quinta-feira, 27 de janeiro de 2011

Eu não quero voltar sozinho

A vida de Leonardo, um adolescente cego, muda completamente com a chegada de um novo aluno em sua escola. Ao mesmo tempo, ele tem que lidar com os ciúmes da amiga Giovana e entender os sentimentos despertados pelo novo amigo Gabriel.

sábado, 22 de janeiro de 2011

O Próximo Trem

Depois de um longo dia de trabalho, estava aflito para pegar o próximo trem e chegar o quanto antes em casa. Nesse dia, assim que encostei o pé na faixa amarela, o metrô começou a encostar na estação, dei graças a Deus.

Quando o último vagão adentrou na estação Paraiso, eu o avistei. Ele também me viu e ficamos sem reação. Pensei rápido e decidi não entrar naquele metrô, o sinal que as portas iriam se fechar tocou e o metrô saiu. Quando estava no banho, ainda me despertando daquela noite de sono, fiquei pensando o porque não havia entrado no vagão, aliás, eu não o odeio e não tenho o porque fugir dele.

Comentei com um amigo sobre o sonho, ele disse que eu estou me desapegando e é normal nesse processo termos esses sonhos. Eu me conheço, se esse sonho fosse realidade, o mínimo que eu iria fazer era adentrar no vagão e o cumprimentaria, mas não ficaria na plataforma, esperando outro trem.

Esse sonho pode ser interpretado por diversos ângulos e a forma que eu prefiro encarar é que tudo passou. Da mesma forma que aquele trem adentrou na estação e foi embora, assim foi a nossa história, acabou, se foi. Sei lá qual foi a motivação do meu sonho, se foi desapego ou apenas uma lembrança perdida na minha memoria. O que importa é que a vida continua e sempre haverá outro trem para adentrar nas Estações de nossas vidas.

segunda-feira, 17 de janeiro de 2011

Presente de um Poeta

Meu primeiro contato com Pablo Neruda foi nas aulas de espanhol, minha professora chilena tinha orgulho de falar do seu compatriota e dar-lhe o titulo de melhor poeta contamporaneo. Foram inumeras aulas que a minha professora levara um poema em espanhol do Pablo Neruda e recitava e depois dava paraos alunos também recitarem.

Anos se passaram e o livro “Presente de um Poeta” foi lançado, um verdadeiro presente, onde se encontra os mais lindos poemas de amor de Pablo Neruda, acompanhado de gravuras, num livro em capa dura. Comprei esse livro em 2001 e até hoje é o meu predileto.

Quando estou me relacionando, gosto de compartilhar o melhor de mim e por iniciativa propria, emprestei esse livro ao meu ex-namorado, depois, por diversas vezes recitei o poema:

Posso escrever os versos mais tristes esta noite.
Escrever, por exemplo: "A noite está estrelada,
e tiritam, azuis, os astros lá ao longe".
O vento da noite gira no céu e canta.

Posso escrever os versos mais tristes esta noite.
Eu amei-a e por vezes ela também me amou.
Em noites como esta tive-a em meus braços.
Beijei-a tantas vezes sob o céu infinito.

Ela amou-me, por vezes eu também a amava.
Como não ter amado os seus grandes olhos fixos.
Posso escrever os versos mais tristes esta noite.
Pensar que não a tenho. Sentir que já a perdi.

Ouvir a noite imensa, mais imensa sem ela.
E o verso cai na alma como no pasto o orvalho.
Importa lá que o meu amor não pudesse guardá-la.
A noite está estrelada e ela não está comigo.

Isso é tudo. Ao longe alguém canta. Ao longe.
A minha alma não se contenta com havê-la perdido.
Como para chegá-la a mim o meu olhar procura-a.
O meu coração procura-a, ela não está comigo.

A mesma noite que faz branquejar as mesmas árvores.
Nós dois, os de então, já não somos os mesmos.
Já não a amo, é verdade, mas tanto que a amei.
Esta voz buscava o vento para tocar-lhe o ouvido.

De outro. Será de outro. Como antes dos meus beijos.
A voz, o corpo claro. Os seus olhos infinitos.
Já não a amo, é verdade, mas talvez a ame ainda.
É tão curto o amor, tão longo o esquecimento.

Porque em noites como esta tive-a em meus braços,
a minha alma não se contenta por havê-la perdido.
Embora seja a última dor que ela me causa,
e estes sejam os últimos versos que lhe escrevo.

A primeira reação do meu ex foi ressaltar a tristeza contida nesses versos, tristeza que para nos, naquele momento não existia, pois tinhamos um ao outro. Naquele momento, esses versos não faziam o menor sentido, hoje eles são tão vivos. Já não o amo, é verdade, mas talvez o ame ainda. É tão curto o amor, tão longo o esquecimento.