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quarta-feira, 6 de fevereiro de 2013

Lei de casamento gay passa por primeiro teste no Parlamento britânico

O Parlamento britânico deu nesta terça-feira aval para a lei que permite casamentos entre pessoas do mesmo sexo na Inglaterra e no País de Gales, num teste para o primeiro-ministro, David Cameron. 

A proposta, defendida por Cameron, foi aprovada por 400 votos a 175 na Câmara dos Comuns (Câmara Baixa), apesar da oposição de uma ala mais à direita do Partido Conservador, de Cameron. 

A decisão significa que o Parlamento aprova o princípio do casamento gay, mas o projeto ainda passará por novos debates na casa e por uma votação na Câmara dos Lordes (Alta) até que se converta em lei. 

No entanto, segundo o jornal The Guardian, a votação expressiva em favor do projeto indica que este deve ser aprovado com relativa facilidade na Câmara dos Lordes. 

Se aprovada em caráter final, a lei colocará a Grã-Bretanha no seleto grupo de onze países que já permite o chamado casamento igualitário, entre os quais a Argentina, a Holanda e a Noruega. 

Assim como no Brasil, a Grã-Bretanha já permite, desde 2005, a união civil, que não concede direitos plenos ao casal. 

Divisão 

Cameron declarou que a aprovação inicial do Parlamento é "um importante passo à frente" que fará a sociedade britânica "mais forte", apesar de críticas de parte dos conservadores. 

No fim de semana, um grupo de 20 líderes locais do Partido Conservador entregou uma carta a Cameron alertando que a agremiação pode ser derrotada na próxima eleição por causa do tema. 

"As propostas para mudança são simples e diretas. Se um casal se ama, o Estado não pode impedi-los de se casar, a não ser que haja uma boa razão. E ser gay não é uma razão suficiente", disse a secretária da Cultura, Maria Miller em um artigo em jornais britânicos. 

Para o analista de política da BBC Nick Robinson, "Cameron quer que seu governo seja lembrado por uma grande mudança social, e não apenas pelos esforços para consertar a economia". 


Ironicamente, a proposta tem apoio da oposição trabalhista e dos liberais-democratas, que dividem a coalizão de governo com os conservadores. 

Os britânicos também dão sinais de apoiarem a proposta de lei. Na última semana de 2012, duas pesquisas, do jornal The Independent e do The Guardian, mostraram que 62% concordam com a proposta. 

A lei vale apenas para a Inglaterra e o País de Gales. A Escócia e a Irlanda do Norte têm legislação própria sobre o tema. 

Igreja Anglicana 

Entre os opositores da mudança estão grupos religiosos e o arcebispo da Cantuária, Justin Welby, cuja autoridade como líder da Igreja Anglicana só é inferior à da rainha Elizabeth 2ª. 

O tema é particularmente espinhoso para os anglicanos. Alguns párocos temem ser processados por casais homossexuais que se sentirem discriminados por não poderem se casar e até obrigados a conduzir, a contragosto, cerimônias religiosas sob ordem judicial. 

Para prevenir ações na Justiça e na Corte Europeia de Direitos Humanos, a lei faz uma concessão e proíbe casamentos entre pessoas do mesmo sexo na Igreja Anglicana (algo passível de mudança, caso os religiosos assim o decidam). 

Outras religiões, no entanto, estarão livres para conduzir casamentos gays com validade civil. 

A discussão no Parlamento britânico se dá na mesma semana em que o tema também é debatido na França.

segunda-feira, 4 de fevereiro de 2013

Pastor Silas Malafaia dá show de homofobia em entrevista na TV

"Se tiver pastor homossexual, perde o emprego!", disse o pastor Silas Malafaia durante a entrevista que concedeu à jornalista Marília Gabriela, no "De Frente com Gabi", no SBT. O pastor também disparou várias outras palavras contra os homossexuais que vão deixar famílias indignadas. 

Durante a entrevista que foi ao ar neste domingo (03), à meia-noite, Silas disse que "homossexualismo (sic) é comportamento" e que "eles (os homossexuais) querem uma lei para atacar e atingir àqueles que querem", se dizendo claramento contra a união estável e o casamento homossexual. 

Silas Malafaia, que tem horários comprados em várias emissoras onde pede dinheiro para a igreja do qual faz parte, tenta colocar o homossexual como pecador. "A autoridade da bíblia é condenar o pecado. A bíblia define o que é pecado e eu estou aqui para condenar o pecado", disse. 

O deputado federal Jean Wyllys, que é titular da Comissão de Direitos Humanos e Minorias na Câmara dos Deputados, em Brasília, preferiu se manisfestar depois de assistir à entrevista. Jean Wyllys já foi um dos entrevistados da jornalista Marilia Gabriela e é um dos programas grande acesso nas redes sociais.

Deputados britânicos devem aprovar casamento gay no país

Os deputados britânicos votam nesta terça-feira sobre o projeto de lei que autoriza o casamento homossexual, tema que provoca muitas tensões dentro do partido conservador mas deverá ser aprovado devido ao apoio dos liberais democratas e trabalhistas. 

Alguns dias após a adoção do casamento gay na França em meio a uma grande polêmica, os deputados britânicos se pronunciam sobre o texto que já foi apresentado em primeira leitura no dia 24 de janeiro. O projeto de lei será em seguida enviado à Câmara dos Lordes, a câmara alta do parlamento britânico. 

O texto permite a duas pessoas do mesmo sexo a se casar no civil e deixa aberta a possibilidade de realizar uma cerimônia religiosa de acordo com a opção religiosa. A exceção é em relação à Igreja Anglicana, majoritária no país, que proíbe esse tipo de celebração. 

A reforma, que era uma promessa de campanha dos liberais-democratas, parceiros dos conservadores no governo de coalizão, também vai permitir que pessoas que queiram mudar de sexo possam fazê-lo e continuar casadas, o que antes era ilegal. 

Do ponto de vista familiar, o casamento gay é essencialmente simbólico porque casais que assinam o pacto civil, em vigor desde 2005, já têm o direito de adotar crianças. A prática de barriga de aluguel é legal no Reino Unido, desde que não seja remunerada. 

A reforma é amplamente apoiada pela oposição trabalhista e a opinião pública, e o debate não deu origem a manifestações populares e passeatas como na França. 

Uma sondagem publicada neste domingo, que ouviu 2.030 britânicos entre quinta e sexta-feira revela que 55% dos entrevistados disseram ser favoráveis ao casamento gay contra 36% que se opõem. 

Os resultados confirmam os dados coletados por uma pesquisa lançada pelo governo entre março e junho de 2012 com mais de 228 mil pessoas. A maioria, 53%, disse ser a favor do casamento gay, o que levou o governo a apresentar o projeto de lei. 

O primeiro-ministro conservador David Cameron declarou ser pessoalmente a favor da reforma, apesar de que parte de seu partido se opõe com veemência. A imprensa especula que entre 130 e 200 deputados conservadores, de um total de 303 do parlamento, irão se opor ou se abster na votação desta terça-feira. 

Segundo o governo, o casamento homossexual deve movimentar no país cerca de 14,4 milhões de libras , o equivalente a 45 milhões de reais com festas, celebrações e até com reservas de hotéis.

Assembleia francesa aprova casamento gay

A Assembleia Nacional Francesa aprovou ontem (2) artigo de projeto de lei que permite o casamento homossexual e garante a casais gays o direito de adotar crianças.

Por 249 votos a favor e 97 contra, os deputados aprovaram a cláusula que elimina o sexo oposto como condição para o direito ao casamento. A maioria parlamentar de esquerda permitiu a aprovação do artigo, cumprindo promessa eleitoral do presidente socialista François Hollande. A maior parte dos deputados de direita ou de centro votou contra.

"Nós nos sentimos felizes por termos superado esta primeira etapa", disse a ministra da Justiça, Christiane Taubira. "Vamos reconhecer a liberdade de todos e de todas de escolher seu par e construir um futuro comum". Já a direita reclamou. "O governo optou por uma decisão que não desejamos", disse o deputado da UMP Philippe Gosselin.

Os debates na Câmara Baixa do Parlamento francês vão durar duas semanas. A oposição de direita apresentou 5.000 propostas de emenda e três moções de procedimento - uma delas exige um referendo sobre o tema. 

Para se tornar lei, o projeto precisa passar pela aprovação do Senado, onde a esquerda é maioria.

sexta-feira, 1 de fevereiro de 2013

Índia expõe cartas que mostram a intimidade de Gandhi

Exposição em Nova Délhi vai exibir a partir desta quarta-feira a coleção de cartas pessoais trocadas entre Mahatma Gandhi e o fisiculturista sul-africano Herman Kallenbach com quem o líder pacifista teria mantido um relacionamento amoroso. O material foi comprado pelo governo indiano no ano passado, antes de ir a leilão pela casa Sotheby's, em Londres, na tentativa de ocultar a intimidade de Gandhi. A organização da mostra não informou se vai exibir a coleção completa, o que inclui juras de amor trocadas entre eles.

A data de abertura da exposição coincide com o 65º aniversário do assassinato de Gandhi por um extremista hindu. "Esses documentos esclarecem os anos de Gandhi antes de se tornar um líder político", disse o chefe do Arquivo Nacional, Mushirul Hasan, responsável pela mostra.

Gandhi viveu em Johannesburgo com Kallenbach por dois anos a partir de 1907, antes de retornar à Índia em 1914, onde ajudou a unificar o movimento político contra o domínio colonial britânico.

A relação com Kallenbach é tema de especulações e boatos há anos. A proximidade entre os dois foi recentemente contada no livro Grande Alma: Mahatma Gandhi e Sua Luta com a Índia, do jornalista americano Joseph Lelyveld. "Como você tomou completamente a posse de meu corpo?", afirma Gandhi em uma carta para Kallenbach reproduzida na publicação.

"Esta é a escravidão com uma vingança", ressalta o homem conhecido como o pai da independência da Índia em outro trecho.

Diante da proibição das vendas do livro em algumas partes da Índia, Lelyveld negou ter sugerido em seu livro a bissexualidade de Gandhi. "A palavra bissexual não aparece em qualquer parte do livro", escreveu ele mais tarde. 

A Índia tem manifestado sua inquietação com os leilões dos pertences privados de Gandhi, considerados um insulto à memória de um homem que rejeitou a riqueza material.