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quinta-feira, 3 de abril de 2014

“Encoxados” nos transportes públicos

Os abusos que ocorrem nos transportes públicos não são atos direcionados apenas as mulheres, homens também são “encoxados” e muito. Existem duas situações recorrentes nessa situação, na primeira somos obrigados e conviver com milhares de pessoas dentro de um vagão e acabamos sendo obrigados a “encoxar” ou deixar ser "encoxado", na segunda as pessoas se aproveitam da situação e fazem todas as barbaridades que foram relatadas pelos jornais, redes sociais e blogs.

Sou usuário de transporte público há muito tempo. Na época que morava em São Paulo e estudava em Santo André, usava diariamente os trens da CPTM. Pegava o trem sentido Rio Grande da Serra e na plataforma sempre encontrava um rapaz, baixinho e de óculos. Ficamos uns 6 meses trocando olhares. Eu sempre descia na Estação Santo André e ele seguia viagem. Num determinado dia o trem estava vazio, mas não a ponto de encontrarmos assentos. Fiquei no espaço entre as portas e o rapaz veio se aproximando até ficar atrás de mim e me “encoxar”. Imediatamente sai do lugar onde estava e fui para o outro lado do trem e depois disso nunca mais trocamos olhares.

O território dos trens, ônibus e metrôs é uma terra sem lei, onde os usuários fazem o que bem entendem, se sentindo no direito de violar a paz, a ordem e o conforto dos demais usuários. Nem dá para falarmos de conforto nos transportes públicos, a situação em que a população é submetida é desumana. Sou usuário do metrô e diariamente tenho que me submeter aos apertos na estação Anhangabaú, tendo que muitas das vezes “encoxar” e deixar ser “encoxado” de forma involuntária. Sei que muitos se aproveitam de tal situação, criando uma situação constrangedora, que muitas das vezes não cabem reclamações, pois a desculpa para tal ato está na ponta da lingua, o trem está lotado. Nosso maior violador neste caso é o próprio sistema. 

A “encoxada” nos transportes públicos, praticadas em homens e mulheres, é herança de uma sociedade machista e heteronormativa, onde a todo o momento homens são obrigados a reafirmarem sua virilidade perante a sociedade. Desde criança os meninos são criados para ser o sexo forte e dominador, encorajando a crescerem como promotores da opressão do sexo oposto e de grupos julgados socialmente como minoritários.

Um comentário:

henrique disse...

Cinto contra abusadores

Um dispositivo criado no Distrito Federal promete ajudar as mulheres no transporte público. Segundo os inventores, o equipamento foi elaborado para proteger as usuárias dos chamados encoxadores – homens que aproveitam a superlotação de ônibus e metrôs para praticar abusos contra as passageiras.
O dispositivo é pequeno, portável, recarregável diretamente na tomada elétrica e deve ser usado junto com um cinto.
Os inventores do aparelho, Henrique Cavalcanti e Suzete Avelino disseram que, para criar o dispositivo, usaram celulares velhos, baterias, componentes eletrônicos e estudaram vários tipos de choques do mercado para criar um dispositivo que coubesse no cinto da mulher. O produto já foi patenteado.
Os inventores contaram ainda que decidiram criar o dispositivo, depois de assistirem várias reportagens que mostravam a ação dos "encoxadores profissionais", principalmente nos metrôs de São Paulo, onde Suzete Avelino costuma usar nas viagens a serviço.
Henrique Cavalcanti esclareceu ainda que o choque transmitido pelo invento é local e não letal. Não é um choque que a corrente passa pelo no corpo todo. É um beliscão muito forte, explicou. Algo que possa inibir a ação dos tarados nos transportes públicos.
O mais interessante deste invento é que não é a mulher quem vai dar um choque no abusador e sim o abusador que fará um contato físico, forçado e não autorizado na mulher que vai acionar o gatilho de disparo do choque nele mesmo. Ou seja, o abusador se dará o choque. Não é a mulher encoxada quem deve ficar chocada com o abuso e sim o abusador quem vai entrar em estado de choque.
O dispositivo tem a principal função de prevenir uma mulher de ser encoxada. Nenhum abusador terá coragem de chegar perto de uma mulher usando tal dispositivo.
Segundo o inventores, se fosse comercializado, o aparelho custaria em torno de R$ 100.

henriquedemelo@hotmail.com