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quinta-feira, 27 de março de 2008

As Arvores Morrem de Pé

Aconteceram tantas coisas nos últimos dias que me deixou um pouco sensibilizado, foi o meu namorado ser internado de forma repentina, brigas com as minhas irmãs, verdades e mentiras que vieram a tona, e no final de tudo acabei chorando pela morte de uma arvore que vivia no quintal dos fundos da minha casa, trata -se de um pé mexerica morto, quando mudamos para a casa o pé já estava doente e ele foi morrendo aos poucos até se desfalecer por completo, porém ela ficou em pé até o fim, ao contrário de nos que muitas das vezes caimos e lavantamos no meu do caminho, as arvores permanecem de pé por toda a sua vida e no momento de sua morte ela está lá, em pé, com a sua dignidade intacta, gostaria de morrer como uma arvore, de morrer em pé, deixar esse Mundo olhando por cima e não prostrado como acontece com a grande maioria dos homens, ao contrário de nos, as arvores morrem de pé.

Sempre soube que a minha família como todas as outras não tem o dom da perfeição, aliás, esse dom não existe, eles se acostumaram com um filho que procurou ouvir tudo e ficar calado, com um filho com os padrões comportamentais de uma típica família que nasceu em meio à ditadura militar do Brasil, aquela família que fala: “Você está sob o meu teto e quem manda aqui sou eu”, uma demonstração gratuita do que vemos por anos e anos nos governos militares do Brasil que acabou espelhando-se no comportamento familiar, a democracia é algo novo e isso será exercido no âmbito familiar com a educação das novas gerações, pois boa parte da atual e da geração passada ainda está sob o câncer da ditadura militar.

Na ditadura militar muitos não aceitaram o meio no qual estavam sendo submetidos e não ficaram quietos por isso, foi o que eu fiz, gritei em alto em bom som, incomodei por não estar satisfeito, gerei transtornos, sofri e não me arrependo, falei o que sentia, se magoaram por verdades, mas verdades têm que serem ditas, o conhecimento gera a liberdade, considero hoje o segundo pior dia do ano, o primeiro foi no dia 01/01/08 e o segundo hoje (27/03/08), antes desse ano começar, eu sabia que teria um ano difícil, pois estava me sentido incomodado com a situação diante da minha vida como um todo, estava incomodado com minha família, com a faculdade que abandonei, por estar solteiro na época, e tantas outras coisas que por puro desleixo da minha parte ficaram insustentáveis, propus uma mudança para mim mesmo, e mudanças carecem de adaptações e muitas das vezes elas não ocorrem de forma pacifica, infelizmente lido com pessoas conservadoras que tiveram uma educação religiosa e alienada, é lamentável ver a intolerância gerada pela religião.

Por outro lado estou feliz sentimentalmente, com o Douglas, com o nosso relacionamento e com o carinho que é trocado, sempre defendi a tese de que para que algo fique bem em uma área da vida, precisamos dar outra área como aval, espero estar enganado e ver tudo ficando bem na minha família, relacionamento e vida profissional, pois essas áreas formam o tripé que me sustentam em pé, sem ela não serei uma arvore a ponto de ter a dignidade de morrer em pé, sem esse tripé serie apenas um pé de chuchu que fica vulgarmente espalhado pelo chão e pendurado em trepadeiras para que os seus frutos sejam poupados do atrito da terra, quero os meus frutos em pé, juntamente comigo e para isso preciso desse tripé fundamental intacto, lutarei com todas as forças para obter isso.

11 comentários:

O VIADO E A TRANSGRESSÃO POÉTICA disse...

Por que não me contou? gostaria de ter te ouvido... sei que não poderia fazer muito, não poderia fazer quase nada além de te ouvir...olha que coisa, o Fabrício parece que passou por uma situação bem parecída com a sua , vai mlá no mix ler o blog dele e verá... acho que família , realmente, é algo muito ruim...
Marcos, sinceramente, eu quero que você seja feliz. Você precisa aproveitar a tua idade, aproveitar o namoro com o Douglas, aproveitar o teu talento...
Se cuida!
Ricardo
aguieiras2002@yahoo.com.br

Alberto Pereira Jr. disse...

moço.. ao contrário das árvores.. caimos.. e não vejo problema em cair e levantar quantas vezes forem preciso.. acho inclusive muito digno conseguir superar os desafios que te fazem cair...

realmente a vida em família é bastante complicada.. cada um tem seu gênio.. suas expectativas e qdo mudamos não agradamos a todos.. mas o mais importante é termos convicação de que nossas escolhas seguem atitudes que desejamos e que lutamos para ser melhor e mais feliz.. de resto as coisas se ajeitam ao seu tempo

Anônimo disse...

oi passageiro


a ditadura militar não foi o cancêr mais sim a propia morte pra muita gente, acredito que ela e a religião tenham manipulado a cabeça de nossos familiares sim eles não tem ainda a noção da civilidade que a democracia em sua totalidade nos dá , mais sejamos mais condescendentes como cristo "perdoai vos eles não sabem o que fazem"


beijos

kinho

Jean Luiz disse...

É isso, não deixe de ser feliz com seu amor, simplesmente pq algumas pessoas querem te dominar, ditar regras a você, tirando a sua felicidade.
Desejo muita felicidades a vc...
Bjs...

Thread disse...

O segredo pra lidar bem com a familia é fazer com que eles tenham respeito por vc... e nem precisa entrar na corrida por independencia, em que eu quase sempre vejo meus amigos.

Porque embora toda casa tenha lá suas peculiaridades tem coisas que não mudam.

Aproveitando a analogia, familia são nossas raizes. Tenha raizes fortes e se manterá de pé :D
(bem cliche essa! rsrs)

abração

Rafael disse...

Essa música me marcou por alguns dias! Odeio lembrar! Sei lá! Confusão!

Eu tb queria morrer como a árvore sua! :/
Minha família eh assim tb!
De estar vivendo no mesmo teto e bah!

boa semana!
:D

Adoa Coelho disse...

Nunca entendi o porquê de para sermos felizes num campo temos de ser infelizes noutro...
Eu quero ser totalmente feliz!
Tenho esse direito e luto por isso.

E porque não?

Finca o pé!
Ninguém te pode obrigar a ser infeliz!

Beijo!

Râzi disse...

Olá, rapaz! Cheguei aqui para agradecer a visita e o comentário e me surpreendi com o bom gosto do seu blog! Ainda não tive tempo de lê-lo, mas vc já está devidamente registrado no meu RSS, então não vou te perder de vista!

Volto pra ler tudo com calma!

Abração!

Anônimo disse...

Esse lance de família é muito complicado mesmo. Vejo pessoas que reclamam um monte da família ... mas o que fazem para se libertar da família ... nada extremamente nada
Então o grande lance é ter autonomia e não criar dependência .... o relacionamento familiar muda

descolonizado disse...

as árvores morrem de pé.
você acabou de mudar minha vida!

Leo Carioca disse...

Se eu for falar aqui de todos os dissabores familiares que já passei, vou escrever uma enciclopédia.
A alienação não vem sempre da religião, não. Às vezes vem da própria cultura como um todo. Na cultura dos povos mediterrâneos (gregos, italianos, espanhóis, portugueses e tal) existe muito essa idéia da família muito grudenta e dominadora, com os pais querendo infantilizar e dominar os filhos pra sempre. E a minha família é portuguesa. Conclusão: você já viu que as coisas nunca foram muito fáceis por aqui, né?
Conviver com a família por vontade própria e aceitar se submeter às determinações dela por vontade própria é uma coisa, mas se ver forçado a isso é outra, né?
Infelizmente, a dependência que a gente cria da família nem sempre é uma coisa fácil de se quebrar. Como qualquer dependência muito profunda, ela só cede depois de ser minada durante algum tempo.