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terça-feira, 31 de maio de 2011

Diversidade Tucana realiza seu congresso e transforma-se em secretariado neste sábado

O Diversidade Tucana - Núcleo de Diversidade Sexual do PSDB realizará neste sábado (04), na Assembleia Legislativa do Estado de São Paulo, seu primeiro congresso estadual. No evento, serão oficializadas as criações do grupo em diversos municípios do estado. O ato também marcará a transformação do Diversidade Tucana em secretariado do PSDB. "A diferença entre núcleo e secretariado é fundamentalmente o tamanho da estrutura disponibilizada pelo partido e da responsabilidade do grupo", explica o atual coordenador estadual, Wagner Gui Tronolone.

A alteração do status do grupo acontece uma semana depois de o presidente nacional do PSDB, o deputado federal Sérgio Guerra, anunciar durante a Convenção Nacional do partido, em Brasília, a criação do secretariado Diversidade Tucana nacionalmente, processo que será replicado nos diretórios estaduais. "É uma construção que vem de longe, nos últimos cinco anos, como núcleo, o Diversidade Tucana conquistou esse reconhecimento por meio de sua atuação séria e comprometida com os ideais social-democratas e com a promoção da cidadania LGBT", afirma Marcos Fernandes, coordenador do grupo no município de São Paulo.

Presenças - Diversas lideranças do PSDB de São Paulo já confirmaram presença no evento deste sábado, entre membros da Executiva estadual do partido, deputados estaduais e federais, e secretários do Governo do Estado. Estarão presentes também grupos militantes de LGBTs de diretórios municipais do PSDB que formalizarão a criação de Diversidade Tucana municipais em todo o estado.

Serviço:

I Congresso Estadual do Diversidade Tucana SP
Data: 04/06/2011
Local: Assembleia Legislativa do Estado de São Paulo
Endereço: Av. Pedro Álvares Cabral, s/n - São Paulo, SP
Credenciamento: 10h

Seja solidário: traga uma roupa em bom estado e o Diversidade Tucana encaminhará para a Campanha do Agasalho 2011!

domingo, 29 de maio de 2011

Dilma, não Brinque com o Movimento Gay - Por Victor Orellana

Me lembro quando estudava no ginásio, na sexta série, já sabia que era diferente e isso me fazia sentir um pouco desajustado, era algo que trazia dentro de mim e tentava esconder, o meu interesse por meninos. Mas era algo em que não tinha uma atitude pessoal ainda sobre o tema, porque era razão de vergonha, as vezes me lembro que queria urinar e não tinha coragem de entrar no banheiro enquanto um menino estivesse lá, quando estava muito apertado, preferia entrar e urinar no reservado e não no mictório, para evitar alguma exposição ou constrangimento, sei lá, nós sentimos diferentes. 

Quando estava na sexta série, um garoto de nome Daniel, muito conversador e tirador de sarro, se aproximou certa vez enquanto conversava com amigos, e conversa rolando, começou a me intimidar ---Você é bicha né? Você é bicha sim, é sim !!! Talvez por eu ser muito tímido na época chamava a atenção que eu queria a todo custo esconder, minha reação foi de negação, mas fui tomado de constrangimento no momento, apanhado de surpresa, com vergonha de minha identidade ser revelada, comecei a chorar, estava perante meus colegas e foi uma exposição, tinha uns 12 anos na época.

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sexta-feira, 27 de maio de 2011

Dilma, não Brinque com o Movimento Gay - Por Wagner Nunes

Meu nome é Wagner Nunes, tenho 22 anos, sou homossexual e acima de tudo sou Brasileiro. Apesar de entender que a política interfere diretamente na vida de todo e qualquer cidadão seja homo ou heterossexual, seja branco ou seja negro, seja homem ou seja mulher, eu por vezes prefiro ficar omisso em discussões partidárias onde pessoas que lutam por um mesmo ideal perdem o foco e preferem dar mais atenção ao partidarismo, do que aos interesses da causa LGBT.

Não quero Viver com a terrível limitação de ser apenas Azul ou apenas Vermelho, Eu Não… Quero ser um arco-íris! Acima de tudo respeito à opinião de todos…

Cada um de nos tem uma motivação para defender aquilo que acredita. A minha motivação vem de algo que gostaria de chamar de passado, mas infelizmente não posso, pois a cada dia eu vejo muitos que como eu, sofreram e ainda sofrem com o preconceito. Pessoas que são agredidas gratuitamente apenas por ter uma orientação sexual diferente dos demais, pessoas que são impedidas de alugar ou de comprar imóveis por não serem vistas por parte da população como uma família de fato, pessoas que tem seus direitos negados pelo simples fato de se relacionar com alguém do mesmo sexo.

Eu sinceramente gostaria de dizer que nunca passei por nada disso, porem não posso… Sou sincero em dizer que minha vida escolar foi tranqüila, e não sofri Bullying Homofóbico, porem na escola onde estudei “existia” uma boa estrutura, mas infelizmente essa não é a realidade de toda a rede publica de ensino no Brasil. A escola prepara o aluno para a vida, para muitos é a primeira experiência de socialização e posso dizer com convicção que ninguém nasce Homofóbico, a escola tem “ou deveria ter” a obrigação de ensinar seus alunos que a intolerância não faz bem a ninguém e que as pessoas não devem sofrer nenhum tipo de discriminação por serem diferentes. A mente deve ser aberta á tudo. Menos ao preconceito. Os alunos que se formam em escolas que não possuem uma boa estrutura, são pessoas que tem uma predisposição para se tornarem adultos intolerantes, preconceituosos e sem senso critico. E ai que esta o ponto, se a escola não prepara os alunos para serem pessoas de bem e as famílias não se preocupam com isso, o resultado é a intolerância. Hoje se tornou comum ligar a TV e ver casos de crimes motivados pelo ódio, homofobia virou algo normal.

Em 2010 fui agredido verbalmente por um segurança em um shopping da zona sul de São Paulo, no mesmo ano fui agredido gratuitamente em uma cidade do interior, mas a maior e pior de todas as experiências foi há quatro anos, quando fui abordado na rua em uma cidade no interior do Paraná, por dois homens que me chamaram de “viado” “viadinho” e sem nenhum motivo justo aparente disseram que eu merecia apanhar na cara porque eu nasci para ser homem e enfermagem não era profissão de homem, (pois no dia eu estava vestido de branco por ter participado de um estagio no hospital da cidade) Depois de levar dois socos na boca e ter meu aparelho ortodôntico completamente preso em meus lábios, consegui ter forcas para me levantar do chão e correr alguns metros em direção à delegacia que ficava bem próximo, fui perseguido por algumas quadras ate me atirar na frente de um carro em movimento, a fim de pedir ajuda, ajuda esta que me foi negada, por fim cheguei á delegacia, mas não levei o caso adiante, a cidade onde isso aconteceu é pequena e tive medo de ameaças, também quis poupar minha família de mais preconceito. As conseqüências foram as marcas em minha face que ficaram visíveis por um longo tempo, além de ter desenvolvido síndrome do pânico. Depois de um longo tratamento, hoje estou bem, mas o pior de tudo é a humilhação à sensação de impotência, isso eu jamais irei esquecer.

Bom… É “passado”, mas á poucos meses fui questionado e presenciei claramente o preconceito ao tentar alugar um imóvel na cidade onde moro atualmente, ouvi orientações do tipo: “não permito travestis, se tiver amigos assim não poderá trazê-los aqui” com o tempo aprendemos a lidar com tais situações, mesmo sabendo que eu não deveria passar por nada disso. Não é justo, não é certo, mas é a realidade. Enfrentar preconceitos é o preço que se paga por ser diferente.

É triste ver que sou obrigado a viver como cidadão de segunda classe… No fim de tudo o fato é que não sou tão ingênuo a ponto de acreditar que o preconceito possa acabar de uma hora para outra, mas sou inteligente o bastante para entender que algumas medidas poderiam ser um enorme passo para que isso aconteça. Nos últimos dias a nossa presidente Dilma, infelizmente vetou uma dessas medidas que poderiam evitar que no futuro muitos não precisem passar pelo que passamos ainda nos dias de hoje. E o mais triste é saber que servimos como moeda de troca, e que em um Estado laico, os desejos de um grupo religioso sempre prevalecem…

No Brasil, se faz mais politicagem do que política. Somos todos brasileiros, porem me sinto um exilado ao ver que tenho menos direitos, apenas por ser homossexual, apenas por ser diferente.

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quinta-feira, 26 de maio de 2011

Dilma, não Brinque com o Movimento Gay - Por Marcos Freitas

Muitos são os motivos para repudiar com veemência a nossa presidente Dilma Rousseff. Minhas posições partidárias não é segredo para ninguém, sempre sou autentico em meus posicionamentos e não escondo minhas ideologias, até porque sirvo elas com muito orgulho.

Sou tucano, de direita, centro-esquerda, centro, centro-direita ou seja lá como for os que se opõe as minhas ideologias queiram me chamar ou colocar, mas hoje me dispo por completo das minhas ideologias e busco dentro de mim o menino que ficou perdido nos anos 90, para escrever aqui um breve relato:

Meu nome é Marcos Freitas, tenho 30 anos e nasci em Santo André, região metropolitana de São Paulo. Sempre estudei em escola pública e sou testemunha do ódio homofobico que impera nessas escolas. Por diversas vezes voltei para casa chorando, dizendo para minha mãe que mais uma vez havia sido agredido de forma física e verbal num ambiente que deveria me acolher, me integrar.

Nas aulas de educação física, não era diferente. Na divisão dos times, pois meninos só jogavam futebol, eu sempre era o goleiro, pois não era bom de bola. No final da aula, praticava cooper, pois voltava para casa correndo, senão os outros meninos me batiam, as vezes eles me alcançavam. Para sair desse inferno, que logo nos primeiros anos de minha vida foi submetido, me matriculei num curso de natação e pedi dispensa da educação física na escola.

Sem a educação física, parte dos meus problemas foram resolvidos, pois ainda eu tinha que passar pelo intervalo, onde não era agredido apenas pelos alunos da minha classe, mas sim por toda a escola. Cresci rodeado de homofobia, fato que me transformou militante do movimento LGBT.

Quem sofreu homofobia, tem um desejo insaciável de que tal crueldade não seja repetida jamais e mesmo hoje, não sendo mais vitima dessa homofobia praticada nas escolas, eu continuo lutando para que haja um fim, pois eu sei que em alguma escola desse país existe um Marcos Freitas, que está apanhando e sendo segregado pelo simples fato de ser diferente.

Tive uma infância típica de moleque, vivi muito nas ruas de Santo André, andando de bicicleta, brincando com bolinhas de gude e outras brincadeiras de criança, nas ruas também sofri homofobia. Minha infância não foi fácil, minha vida está sendo fácil. Sou diferente do padrão heteronormativo, gosto de homens, sinto tesão por eles e minha motivações afetivas são por pessoas do mesmo sexo.

Apesar de ter dito uma vida sofrida, eu ainda tive sorte, não fui o Alexandre Ivo, que teve a sua vida ceifada pela homofobia e nem o Tyler Clementi, que não suportou a homofobia que sofreu e tirou a sua própria vida, eu sobrevivi.

Quando paro para analisar as ações pautadas por nossa presidente, eu entro em choque. Meu Deus, essa mulher também é brasileira, viveu na mesma época que eu, teve amigos, familiares e conhecidos homossexuais e sabe muito bem do que eu estou falando. Essa mulher é presidente e tem o mínimo de cultura possível para entender o que eu estou falando, para saber como dói sofrer homofobia e como dói ser colocado na invisibilidade para o Estado.

Dilma, não votei em você, mas sei que você não estas me castigando por isso, pois muitos gays desse país votou e as politicas públicas inclusivas para eles, servem para mim também. Dilma, não peço que honre os votos dos gays, pois não sei como isso funciona na matemática da sua cabeça, apenas peço que honre os princípios fundamentais da nossa constituição, apenas peço que todos sejam iguais de fato perante a lei.

Dói, machuca, nos mata aos poucos saber que do Oiapoque ao Chuí existem meninos e meninas sofrendo pela simples fato de serem diferentes, são crianças aprisionadas num modelo heteronormativo que mata tudo aquilo que vai na contramão do que eles julgam ser “normal”.

Não queremos uma classe privilegiada, onde gays tem super poderes e estão acima de outros cidadãos, o que nos queremos são políticas reparadoras. Queremos nos sentir brasileiros também, com todos os direitos garantidos e para isso queremos as nossas crianças educadas para a diversidade. Queremos que o “Brasil sem Homofobia” seja um braço salvador para essas crianças que hoje gritam, choram e morrem, braço salvador que infelizmente eu não tive.



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quarta-feira, 25 de maio de 2011

Dilma Troca o Movimento Gay por Palocci

Por mais que eu me esforce, não consigo entender a indignação que alguns Petistas esboçaram durante o dia. O setorial LGBT do PT deveria entender muito bem as motivações de Dilma Rousseff, pois ela é uma invenção de mal gosto daqueles que querem o poder a qualquer custo e para o movimento gay o preço é a invisibilidade social.

No auge da sua campanha para presidência, Dilma Rousseff assinou documento com líderes evangélicos onde se comprometia não levar adiante nenhuma iniciativa que afr0ntasse os “valores” da tradicional e fundamentalista família brasileira. A presidente está coerente com suas promessas e está honrando os seus compromissos ao ser contrária ao material de vídeo do programa “Escola sem Homofobia”, que vulgarmente apelidado por “Kit Gay” pelo Deputado homofobico Jair Bolsonaro.

Semana passada, participei da Marcha Contra a Homofobia em Brasília. O Planalto Central ficou completamente vermelho, com militantes adorando com veemência a imagem da Dilma, Lula, Marta e outros beatificados petistas. Marta, que também cedeu a pressões de grupos fundamentalistas e alterou o texto do PLC 122, foi recebida com euforia, a mesma Marta que anos atrás ridicularizou o movimento gay quando tentou expor a vida pessoal do seu oponente a prefeitura de São Paulo, a mesma Marta que quando prefeita pediu para a Guarda Civil Metropolitana expulsar gays da prefeitura, na ocasião que cobrava algumas de suas promessas de campanha.

Assim como o seu rosto, Marta tem uma atuação sem expressão no Senado Federal, está usando o PLC 122 como puleiro para a sua vida política e infelizmente está comprometendo o andamento do mesmo. O PT e seus aliados não tem compromisso com nada e ninguém, o único compromisso do PT é com a manutenção do poder e esse compromisso é defendido a qualquer custo, nem que para isso eles tenham que sujar as mãos de vermelho, o vermelho do sangue dos gays que dia após dia tem suas vidas ceifadas no país mais homofóbico do Mundo.

Num surto de insanidade, um membro do Setorial LGBT do PT disse que está na hora de cobrarmos do Governo Estadual de São Paulo o uso do material do “Kit anti-homofobia” que a Dilma dejetou. Pera lá! Não vamos confundir focinho de porco, com tomada, vivemos numa república federativa, onde os membros da federação são submetidos ao poder central e as escolas dessa federação são submetidas ao Ministério da Educação, braço da presidência e que pelo que vimos hoje, trabalha para o beneficio da manutenção do poder dessa presidência.

Votamos na Dilma e agora temos que engolir o Palocci, mas isso não é surpresa para ninguém, Dilma estava tão segura de si, que antes mesmo de ganhar as eleições, assombrou o Brasil com a possível volta de Palocci e Zé Dirceu. Agora fico confuso com a indignação do povo… Não era esse o projeto dela? Ela está cumprindo o que prometeu. Fomos trocados por Palocci e o governo que diz ser guardião dos direitos humanos, compactua com a homofobia desse país.

Tenho profunda tristeza de morar num país onde os direitos humanos são trocados por um visto de permanência de um Ministro corrupto, ministro que no Governo anterior já havia se comprometido com a corrupção que corre nas veias desses mais de 8 anos de governo petista. Por outro lado, tenho a sorte de morar em São Paulo, estado precursor dos Direitos LGBTs do Brasil, onde as políticas públicas ao cidadão LGBT são pautadas com respeito. Veja algumas delas:
  • André Franco Montoro, em sua gestão no Governo do Estado de São Paulo (1983-1986), foi o primeiro homem público brasileiro a instituir, de maneira sistemática, ações de combate à perseguição aos homossexuais, travestis e transexuais, bem como a seus locais de freqüência, praticas comuns na época da ditadura militar.

  • Geraldo Alckmin, em 2001, no Governo do Estado de São Paulo, sancionou a Lei 10.948, que proíbe e pune a discriminação por orientação sexual e identidade de gênero. Em 2006, alçou o então GRADI – Grupo de Repressão a Delitos de Intolerância a DECRADI – Delegacia de Crimes Raciais e Delitos de Intolerância, que atua no mapeamento, controle e repressão dos grupos homofôbicos.

  • No município de São Paulo, José Serra, homem de visão, instituiu o primeiro órgão de administração pública brasileira voltado à diversidade sexual. Em seu segundo mês de governo frente à prefeitura de São Paulo, em 2005, criou a Coordenadoria de Assuntos da Diversidade Sexual.

  • Ainda em 2005, Serra decretou a criação do Conselho Municipal em Atenção à Diversidade Sexual, espaço de interlocução entre o poder público e a sociedade civil, bem como o Centro de Referência e Combate à Homofobia.

  • Como governador, Serra criou a Coordenação de Políticas Públicas para a Diversidade Sexual, no âmbito da Secretaria de Justiça e Defesa da Cidadania; instituiu o Comitê Intersecretarial de Defesa da Diversidade Sexual e o Conselho Estadual de Defesa da Diversidade Sexual e realizou a I Conferencia Estadual LGBT de São Paulo.

  • Em relação às garantias legais para a população LGBT, Serra regulamentou a Lei 10.948, e publicou decreto acerta do uso do nome social na administração pública. Para travestis e transexuais, Serra criou o Ambulatória de Saúde Integral.

  • Em 2007, Serra foi revolucionário ao reformular o Sistema Previdenciário do Estado de São Paulo, instituindo o direito à pensão ao(à) parceiro(a) e fundou o Núcleo de Combate à Discriminação, Racismo e Preconceito, no âmbito de Defensoria Pública do Estado de São Paulo.

    sexta-feira, 20 de maio de 2011

    Marcha Nacional Contra a Homofobia

    Participei da II Marcha Nacional Contra a Homofobia. Fui para Brasília representando o Diversidade Tucana, núcleo da Diversidade Sexual do PSDB, além da minha participação, também estavam Marcos Fernandes, Gui Tronolone, André Pomba e André Juquinha representando a DT e outros simpatizantes do PSDB.

    Fui com o ônibus do Conselho da Diversidade Sexual de São Paulo. No inicio achei que seria cansativa uma viagem de mais de 15 horas e eu não estava enganado, ela foi cansativa mesmo. Como toda viagem em grupo, o pessoal estava bem animado e a animação foi até Brasília, ou seja, ninguém dormiu.

    
     De madrugada, quando eu estava tentando dormir, vi o meu companheiro de viagem pegar uma cartela de Prozac, ele se virou para mim e perguntou: - Servido? Eu respondi: Quero um, por favor. Foi o meu primeiro Prozac, não senti nada demais, nem consegui dormir, mas deu para relaxar.

    A falta de organização do ônibus foi um fato marcante na viagem. Quando o  representante do Conselho, que tinha a simples tarefa de organizar uma viagem, sugeriu que poderia fumar no banheiro, eu já imaginei o que aquilo iria virar. Todos sabem que ônibus tem ar condicionado e o sistema de ar do ônibus espalhou o cheiro de cigarro no ônibus inteiro e fomos de São Paulo a Brasília como fumantes passivos para o beneficio de poucos. Sem contar as paradas, que eram feitas sem organização alguma e com um período de duração muito longo, o que nos fez chegar atrasados em Brasília, quando o previsto era para chegar com duas horas de antecedência.

    Gui Tronolone, André Pomba e Marcos Freitas
    Brasília estava bem mais quente do que foi noticiado na previsão do tempo, a máxima de 22° foi parar em 31. Não levei protetor solar e fiquei com o rosto bem queimado, como os meus olhos estava irritados, comprei um óculos, que me proporcionou um linda marca no rosto que me remetei ao episódio do Chaves, em que eles vão para Cancun e o Quico toma sol com óculos e fica com o rosto marcado.

    A manifestação foi super positiva, apesar do clima partidarista em meio aos participantes. Todos os participantes foram respeitados, mas quando um membro da Diversidade Tucana tomou a palavra, ele foi vaiado por alguns manifestantes.

    Marcos Freitas e Wagner Nunes
    A senadora Marta foi ovacionado quando tomou a palavra, falou de vários estados e o seus avanços quantos a questão de politicas públicas para a comunidade LGBT, mas não citou São Paulo, justamente o Estado que a elegeu para senadora. Acredito a Marta ficou com vergonha de ter sido prefeita de São Paulo e não ter feito absolutamente nada para a comunidade gay. Para a Marta e para todos aqueles que tem a erronia visão que o PSDB não é um partido de vanguarda na questão dos Direitos aos LGBTs, deixo uma relação de algumas de nossas conquistas no Estado de São Paulo:
    • Na gestão do Governador André Franco Montoro, antes mesmo da fundação do partido, em sua gestão no Governo do Estado de São Paulo (1983-1986), foi o primeiro homem público brasileiro a instituir, de maneira sistemática, ações de combate à perseguição aos homossexuais, travestis e transexuais, bem como a seus locais de freqüência, praticas comuns na época da ditadura militar.
    • No âmbito estadual, Geraldo Alckmin, em 2001, no Governo do Estado de São Paulo, sancionou a Lei 10.948, que proíbe e pune a discriminação por orientação sexual e identidade de gênero. Em 2006, alçou o então GRADI – Grupo de Repressão a Delitos de Intolerância a DECRADI – Delegacia de Crimes Raciais e Delitos de Intolerância, que atua no mapeamento, controle e repressão dos grupos homofôbicos.
    • No município de São Paulo, José Serra, homem de visão, instituiu o primeiro órgão de administração pública brasileira voltado à diversidade sexual. Em seu segundo mês de governo frente à prefeitura de São Paulo, em 2005, criou a Coordenadoria de Assuntos da Diversidade Sexual.
    • Ainda em 2005, Serra decretou a criação do Conselho Municipal em Atenção à Diversidade Sexual, espaço de interlocução entre o poder público e a sociedade civil, bem como o Centro de Referência e Combate à Homofobia.
    • Como governador, Serra criou a Coordenação de Políticas Públicas para a Diversidade Sexual, no âmbito da Secretaria de Justiça e Defesa da Cidadania; instituiu o Comitê Intersecretarial de Defesa da Diversidade Sexual e o Conselho Estadual de Defesa da Diversidade Sexual e realizou a I Conferencia Estadual LGBT de São Paulo. 
    • Em relação às garantias legais para a população LGBT, Serra regulamentou a Lei 10.948, e publicou decreto acerta do uso do nome social na administração pública. Para travestis e transexuais, Serra criou o Ambulatória de Saúde Integral.
    • Em 2007, Serra foi revolucionário ao reformular o Sistema Previdenciário do Estado de São Paulo, instituindo o direito à pensão ao(à) parceiro(a) e fundou o Núcleo de Combate à Discriminação, Racismo e Preconceito, no âmbito de Defensoria Pública do Estado de São Paulo.
    Até entendo a posição da Senadora Marta, mas não as valido. Deve ser difícil assumir para um público que ela se auto-domina como mãe e defensora, a sua total incompetência. A criação da Coordenadoria de Assuntos da Diversidade Sexual foi uma promessa dela, que articulou com o movimento LGBT em campanha, mas quando ela se elegeu, não articulou mais com o movimento LGBT e quando os militantes Gays foram até a prefeitura, para cobrar respostas, a então Prefeita Marta pediu para a Guarda Civil Metropolitana tirarem os militantes do prédio da prefeitura. Nem de longe Marta é a mãe defensora do movimento gay, ela está mais para bruxa ou madrasta do movimento.

    Agora como senadora, Marta desengavetou o PLC 122, projeto da Deputada Estadual Iara Bernardes que ficou órfão no senado. Hoje Marta é a relatora do projeto e mais uma vez se mostra como a “Super Marta”, a heroína que pode tudo e que sem ela os gays desse país ainda andariam de riquixá.

    Na verdade, Marta está despersonificando ainda mais o PLC 122 e a comunidade Judaica, que não tem uma atuação ativa junto ao movimento gay, veio a público para criticar a senadora. As alterações feita pela “Super Marta”, abre brecha para permitir que religiosos possam ofender homossexuais durante os cultos. Segundo o texto proposto pela senadora, manifestações em cultos não poderiam ser enquadradas como crime de preconceito racial, religioso ou mesmo sexual.

    Marta Suplicy argumentou que não se deve punir por discriminação os casos de "manifestação pacífica de pensamento fundada na liberdade de consciência e de crença". A senadora justificou que não se deve ignorar que muitas religiões consideram a prática homossexual uma conduta a ser evitada. Marta não é defensora dos gays e está novamente usando o movimento como palanque para se promover.

    A volta para São Paulo foi tranquila e como estava cansado, dormi quase a viagem inteira. A ordem para fumar no banheiro foi revogada, para a alegria dos não fumantes e por respeito a leis federais, estaduais e municipais, que o conselheiro responsável deveria conhece-las. Avalio a Marcha como positiva, mas ainda temos que lutar contra o partidarismo, o que engessa o movimento gay, impedindo que grupos de diversos partidos se unam em nome de um bem maior.

    quarta-feira, 18 de maio de 2011

    Run The World, novo Clipe de Beyoncé

    A cantora Beyoncé divulgou nesta quarta-feira (18) o clipe de "Run The World (Girls)", primeiro single de seu novo álbum, "4". O disco tem lançamento previsto para 28 de junho nos Estados Unidos.

    A música foi produzida pelo DJ Diplo e possui um sampler da música "Pon de Floor", do Major Lazer, projeto de Diplo junto com o DJ Switch. O vídeo de "Run The World (Girls)" foi dirigido por Francis Lawrence e gravado na Califórnia.

    Beyoncé também divulgou a capa de "4". Em entrevista à Billboard ela declarou que o disco tem como inspiração Prince, Jackson 5 e Fela Kuti. Entre os convidados estão o grupo de rap Odd Future. Este é o quarto disco solo da cantora, que já lançou "Dangerously In Love" (2003), "B'Day" (2006) e "I am... Sasha Fierce" (2008).

    segunda-feira, 16 de maio de 2011

    Arnaldo Jabor sambando na cara do Bolsonaro


    "Bolsonaro devia ser posto em formol e colocado num museu, para deixar registrado um comprovante de nossa burrice histórica"

    Arnaldo Jabor


    terça-feira, 10 de maio de 2011

    A Idade do Sucesso

    Assim como no filme “De repente 30”, imaginava que os 30 seria a idade do meu sucesso. Hoje tenho uma visão mais ampla do sucesso e confesso que ainda não conquistei o mesmo. De fato tenho muito mais do que preciso, se minha vida se encerrasse aos 30, sem sombra de dúvidas estaria num bônus que milhares e milhares de pessoas, que passaram com folga da minha idade, não tiveram.

    Passei um dia que se pudesse voltar atrás, não mudaria nada. Logo após a meia noite, já havia recebido várias mensagens de felicitações no Facebook. Logo de manhã, um amigo me ligou no celular, foi o primeiro a me desejar feliz aniversário, logo após, quando me levantei, foi a fez da minha irmã. Depois vi as centenas de mensagens que estavam no Twitter, Facebook e Orkut e durante todo o dia recebi mais ligações e mensagens de SMS.

    Passei o dia inteiro com a minha mãe, acompanhei ela até o posto de saúde, onde ela tomou vacina para a gripe, depois fui em algumas lojas e na volta almoçamos, comemos panquecas. Depois passamos numa doceria e comemos bolo e torta de chocolate.

    - Nossa, há 30 anos eu estava ganhando você – disse a minha mãe.

    - É, daqui 30 anos estarei com 60 e você com 84 – comentei.

    Sabe, chegar a terceira idade ao lado da minha mãe será o melhor presente que a vida pode me dar, não consigo traduzir em palavras o que isso significa para mim, ter essa mulher ao meu lado, durante mais um período que contempla toda a vida que eu tenho hoje.

    Se não fosse pela minha mãe, hoje eu não seria nada. Depois que nasci, ela descobriu que eu tinha uma saúde muito fragilizada e se não fosse o carinho materno nos meus primeiros anos de vida, eu não teria resistido. Sou um sobrevivente, por mais de uma vez fui desenganado pelos médicos, mas fui salvo pelo amor dessa mulher, que me ama incondicionalmente há 30 anos. Se isso não é sucesso, o que então é o sucesso?

    Não tenho tudo o que projetei, algumas lutas ainda estou travando, mas tenho tudo o que preciso, tudo o que mais quero e valorizo. Nesse último ano, a minha família provou para que veio e não tenho como negar que eles são o que tenho de mais valioso. Passei por momentos difíceis nesse ano que se passou (maio/2010 a maio de 2011) e vi toda a minha família me apoiando, pegando nas minhas mãos e mostrando a direção.

    Tenho 30 anos e com os 30 se encerra, ou pelo menos espero, o ciclo do retorno de saturno, outra volta só daqui à 29 anos, se Deus quiser. Foram boas lições que  aprendi com saturno e me considero muito melhor para “começar a viver”. Aproveitei demais os 29 anos que se passaram e muitas coisas que eu deveria aprender nesse período que passou, saturno me ensinou em apenas um ano. Agora me sinto completo, com os 29 anos que vivi de forma intensa e com as intensas lições de tive com saturno. Tchau Saturno, te vejo com 59.

    quinta-feira, 5 de maio de 2011

    Um Passo na Luta dos Direitos Humanos no Brasil

    Milito no movimento LGBT há quase 10 anos. Nossas reinvindicações não são nem um pouco ambiciosas e também não tem a pretensão de censurar e impedir que religiosos deixem de professar sua fé. Nossa luta é em favor da vida, em favor do direitos que nos são negados, mas garantidos pela constituição. Lutamos pelo direito de ir e vir sem receber uma lâmpada na cara, lutamos por esperar um taxi sem ser surpreendido por grupos homofobicos, lutamos pela vida.

    Hoje o movimento LGBT comemora uma grande vitória, somos o quarto país da américa do sul que passa a reconhecer a união afetiva de pessoas do mesmo sexo como entidade familiar. E porque não reconhecer? Minha irmã mora com a sua namorada há mais de 5 anos, elas tem uma vida comum, vão ao supermercado, fazem seus planejamentos financeiros, tem seus planos e sonhos como qualquer outro ser humano. O que difere elas de uma família estabelecida nos moldes da heteronormatividade?

    Vencemos apenas a barreira legal. Sim, agora juridicamente somos aceitos, mas ainda temos uma árdua batalha social. Temos que vencer o preconceito e fundamentalismo que está enraizado na nossa nação. Questões como as que foram discutidas ontem e hoje no Supremo Tribunal Federal, não deveriam fazer parte da pauta da nossa Corte maior, entendo tais direitos como naturais.

    Duas pessoas que se amam e estão de comum acordo firmado para construir uma família, de forma alguma deveria ser motivo de julgamentos de setores conversadores da nossa sociedade. O reconhecimento da união homoafetiva pelo Supremo Tribunal Federal, não abre a mente da sociedade para a aceitação, essa luta ainda continuaremos a travar.

    Por outro lado, essa decisão deveria ter vindo do legislativo desse país, pelas mãos de Deputados e Senadores que são legitimamente eleitos pelo povo a fim de criar políticas públicas e inclusivas para todos os cidadãos, já que a nossa constituição garante que todos são iguais perante a lei. Tenho vergonha do legislativo desse país e espero que os senhores Deputados e Senadores tenham aprendido as lições de direitos humanos que foram proferidas pelos Ministros do STF na tarde de ontem e hoje .

    O dia 05 de maio ficará para sempre marcado na militância LGBT no Brasil. O dia que fomos libertados das amarras sociais que impediam duas pessoas do mesmo sexo que se amam, de terem um relacionamento em sua plenitude. A partir da decisão de hoje, o casamento civil entre pessoas do mesmo sexo será permitido e as uniões homoafetivas passam a ser tratadas como um novo tipo de família.

    O julgamento foi aprovado por unanimidade, não esperava por isso, imaginava que teríamos fortes emoções, que nos contorceríamos no sofá, que suaríamos de desespero, mas tudo foi muito tranquilo, o Supremo Tribunal Federal desse país está no século XXI, diferente de outros setores sociais que ainda vivem em épocas medievais. Parabéns STF, parabéns senhores ministros, que se inclinaram para as necessidades dos cidadãos homossexuais desse país.