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sexta-feira, 29 de maio de 2009

Single Ladies na Esplanada dos Ministérios

O que o DEM tá querendo? As “bi” do Brasil inteiro estão surtando com os preparativos para as comemorações dos 50 anos de Brasília. Os preparativos estão sendo negociado pelo vice-governador, Paulo Octávio (DEM). Creio que a festa servirá como uma retratação ao episódio ocorrido em São Paulo, quando a então candidata Marta Suplicy (PT) e ex-política, pois foi provado que a ex-prefeita não ganha para mais nada, insinuou a possível, e porque não dizer provável, homossexualidade do prefeito e então candidato do DEM, Gilberto Kassab.

Ao se defender, o prefeito conseguiu se complicar ainda mais diante da Comunidade Gay, dizendo que a então candidata do PT feriu a sua honra. Não sei se as “bi” se esqueceram disso, eu me lembro perfeitamente, creio que a maioria se esqueceu, pois, a ex-prefeita, ex-candidata, ex-política, e porque também não dizer ex-Marta Suplicy, ex-sexóloga e ex-apresentadora de TV, foi convidada para sentar-se numa das mesas de discussões que ocorrera na Semana do Orgulho Gay de São Paulo. Memória curta para um movimento que diz ter uma luta histórica, enfim, sendo retratação ou não, tenho certeza que se a Beyoncé for à grande estrela das comemorações de Brasília 50 anos, a Esplanada dos Ministérios sediará uma Parada Gay fora de época, o que eu acho tudo de bom.

O que me deixou entristecido e esse o grande motivo do surto das “bi”, é o fato da diva do R&B ser uma segunda opção. Segunda opção vice-governador? A Beyoncé deveria sim ser a primeira opção, e porque não a única? Será que teremos que fazer um Flash Mob (aglomerações instantâneas de pessoas em um local público, para realizar determinada ação inusitada, previamente combinada) em Brasília, com milhares e milhares de gays dançando “I’m a Single Ladies” para mostrarmos que Beyoncé é uma escolha assertiva? Espero que não, pois eu não sei dançar, mas o Douglas sabe.

A primeira opção para atração principal da festa é a banda Irlandesa U2 (diga-se U Dois, pois temos que valorizar a nossa língua), mas tudo indica que os irlandeses ficaram de fora e a festa ficará sob o comando da segunda opção. Especula-se que a texana levará um cachê de aproximadamente três milhões de dólares e que o ex-beatle Paul McCartney também pode entrar na programação. Não sei o que vocês estarão fazendo no dia 21 de abril, mas se realmente a Beyoncé vier ao Brasil, eu estarei em Brasília.

quinta-feira, 28 de maio de 2009

Anjos e Demônios

Devo ter freqüentando igrejas evangélicas por uns 15 anos, tendo uma vida monótona, disciplinada e dentro dos padrões morais que manda a sociedade. Confesso que fico entediado ao lembrar. A religião deveria fazer o bem e não promover o mal e tirar a liberdade dos seus seguidores, à religião podou o homem durante toda a história da humanidade. A religião é usada como um artifício político para dominar o ser humano e deixá-lo alinhado com a conjuntura político-social vigente. As crenças procuram contar uma história bonita e vitoriosa, mas não podemos esquecer que a história da humanidade é contada de acordo com a luta de classes e o sua narração se dá pelos vencedores, nunca pelos vencidos, e o clero venceu por muito e muitos séculos e não podemos negar que até hoje eles tem vitorias expressivas.

Neste final de semana, assisti ao filme “Anjos e Demônios”, uma adaptação do livro de Dan Brown, mesmo autor de Código Da Vinci, que escreveu esse livro antes do polêmico Da Vinci. O filme trás a tona a velha guerra que a igreja travou e vem travando com a ciência. Nessa nova aventura, Robert Langdon é chamado pelo Vaticano para ajudá-los a resolver um enigma. O Papa acaba de morrer e bem antes da reunião do Conclave, onde será decidido quem será o novo Papa, os quatro cardeais favoritos ao posto são seqüestrados possivelmente por uma irmandade secreta secular chamada Illuminati. Eles não só ameaçam matar os cardeais como também colocaram uma bomba sob a cidade do Vaticano que deve explodir em algumas horas. Para salvar os cardeais e evitar a morte de milhares de pessoas, Lagdon vai contar com a ajuda da cientista Vittoria Vetra para percorrer séculos de história da organização secreta que se diz responsável por iluminação pela ciência.

Esse entrave de religião x ciência e porque também não incluirmos a política, não tem fim. A igreja tem uma divida impagável com a humanidade e fico muito à-vontade em afirmar que se a igreja não existisse, viveríamos num mundo muito melhor. Perdemos muito com as artes e com os avanços científicos e creio que hoje estamos pagando pelos pecados cometidos pela igreja. Podemos ressaltar o HIV, o câncer, a hipertensão e o aquecimento global, são males que nos assolam, mas não sabemos como o mundo se comportaria se os trabalhos de vários cientistas que tiveram suas vidas ceifadas com a acusação de bruxaria fossem concluídos. São danos irreparáveis, muitos estudos que não foram desenvolvidos por culpa da igreja, poderiam servir hoje de introdução para trabalhos de estudiosos contemporâneos.

Nessa discussão, sem sombras de dúvidas, a igreja é o grande demônio da humanidade e o que é mais revoltante, é ver que séculos se passaram e até hoje a “imaculada igreja” tem o seu parecer cientifico e político para os mais diversos assuntos que não lhe dizem respeito. No Brasil, podemos destacar as recentes discussões sobre as pesquisas com células troncos, a questão do aborto, os direitos civis para homossexuais e a aprovação da PLC 122/2006. Se a bancada religiosa não estivesse amplamente distribuída nas três esferas dos poderes públicos não existissem, esse tipo de discussão não ganharia tanto fervor no cenário político brasileiro.

Espero viver um dia em que a discussão religiosa não ultrapasse os limites dos templos e paróquias e que a política seja feita por pessoas que coloquem de lado interesses pessoais e valores fundamentalistas e façam política de fato, sempre levando em consideração o artigo quinto da nossa carta magna que diz que “todos são iguais perante a lei, sem distinção de qualquer natureza”. Se todos respeitassem esse artigo da constituição, não haveria a necessidade de tantas outras leis que regulamentam a nossa sociedade. A lei, assim como a religião, tem a finalidade de restringir o homem, mas se todos soubessem onde termina o seu direito individual e começo a direito coletivo, não haveriam razões para as limitações.

quarta-feira, 27 de maio de 2009

Estranhamento Religioso

Tudo começou com uma conversa informal, entre amigos. Estávamos no escritório de um amigo que é médico, entre os presentes estava a Márcia, que se defini como Bruxa, mas sempre acrescenta que é uma Bruxa do bem. Márcia sempre teve um poder hipnotizador, sempre me surpreendi com o seu olhar dissimulado que tem muito a dizer, ela poderia falar com qualquer pessoa, expressar qualquer sentimento com aquele olhar morto e dissimulado. Sua beleza estava completamente fora dos padrões pré-estabelecidos pela sociedade, ela tinha seios firmes e avantajados, pernas longas e bem torneadas, boca carnuda e um olhar mórbido, encontrávamos em seu rosto as olheiras mais escuras que eu já presenciei. Aquele olhar reservava muitos mistérios, escondia alguma coisa. Hoje tenho certeza que tudo o que ela tinha, foi conquistado por aquele olhar, apesar dela fazer o tipo “mulherão” e conseguir todos os homens que desejava, ela causava arrepios, mas tudo era amenizado com um simples olhar, com aqueles olhos medonhos envolto por aquelas horríveis olheiras.

Todos da nossa turma estavam passando por momentos difíceis, aliás, sempre em alguma área da nossa vida estamos passando por algum dissabor. Eu acabara de sair de um relacionamento; meu amigo médico estava solteiro há um bom tempo e se sentia muito carente; a Isabela não estava satisfeita com a sua vida familiar; o Léo amava sem ser correspondido; a Márcia (cartomante), apesar de estar sempre com um homem diferente, também não estava satisfeita com a vida sentimental e a Estela estava passando por sérios problemas financeiros. Todos, em comum acordo resolvemos ver o que o baralho cigano preveria para as nossas vidas, a Márcia jogaria as cartas para todos e a Estela veria a previsão da Márcia na borra de café. Ficamos animados, mexer com o futuro. Brincar de ser Deus e ter a oportunidade de manipular o destino é uma idéia fascinante.

Cada um ficou incumbido de levar uma oferenda ao santo. Levamos velas coloridas, cigarros, incenso, dinheiro e xícaras. Em todos os cantos foram distribuídos os cigarros e incensos, os cigarros foram equilibrado em pé e em seguida foram acessos. No banheiro também foram colocados incenso e cigarros, pois foi dito que é no banheiro que se concentram os “espíritos sujos”, achei graça com essa colocação, mas parei de ri imediatamente quando a Márcia me repreendeu com o seu olhar, fiquei com medo, aliás, essa foi a primeira e ultima vez que tive medo da Márcia. Senti aquele olhar me alfinetando e dizendo que ali era território dela e era ela quem falava e dava as regras, logo em seguida o olhar se calou e continuamos preparando as oferendas. A Márcia forrou a mesa com um pano roxo e também acendeu velas e incenso próximo ao baralho e colocou algumas moedas ao lado como oferta ao santo. Os preparativos estavam prontos e o “jogo” já poderia começar.

O Léo estava muito inquieto com os seus conflitos e deixamos que ele fosse o primeiro na leitura das cartas, a Márcia contou algumas características de sua vida pessoal, e ele confirmou serem verdadeiras e disse que quanto a sua vida sentimental, outras vivências estavam sendo reservadas para ele e o que passou não voltaria mais; depois do Léo, foi a minha vez, ela também disse que o que passou teria que ficar no passado, mas que ela via uma reaproximação em minha vida sentimental e caminhos largos de prosperidade, a reaproximação aconteceu, os caminhos largos de prosperidade, aguardo até hoje. A vida sentimental do Fernando, também pertencia ao passado, a Isabela teria paz somente quando se desvinculasse da sua família e a Estela travaria mais algumas batalhas na sua vida profissional e financeira.

Quando a Márcia estava lendo o baralho para a Estela, ela recebeu uma “entidade”, era a “pomba-gira”. A Estela colocou uma cadeira no meio da sala e mandou que todos fizessem um circulo em volta da Márcia. Não sei o porquê ela recebeu a entidade, se foi espontâneo ou provocado, aliás, não faço a mínima idéia de como uma pessoa recebe uma entidade, se existem fatores que contribuem para isso, creio que sim. Durante a leitura das cartas para a Estela, ela mandou que abríssemos a porta do banheiro e a porta da área do escritório, disse que uma corrente de ar quente entraria pela varanda e seguiria para o banheiro e sairia do banheiro uma corrente de ar frio indo para a varanda, ela disse que essa corrente era os maus espíritos indo embora, ela mal fechou a boca, eu senti aquele ar quente vindo daquela noite fria e sombria, aquele ar subiu pelas minhas pernas, queimou o meu estomago e subiu para minha cabeça deixando-me cego e desnorteado por alguns segundos, logo após levei um choque térmico com o ar frio saindo do banheiro, meu corpo endureceu e novamente perdi os sentidos por alguns segundos. Notamos que os cigarros acessos nos cantos estavam queimando e a pontas não cairam, as cinzas permaneciam em pé, e foi assim com todos os cigarros queimados. Quando o espírito foi recebido, ela estava lendo as cartas para a Estela, não sei se o fato da Estela também ser espírita, da mesma religião que ela, contribuiu para o ocorrido. Creio que sim, pois Estela se sentia satisfeita, realizada.

O rosto da Márcia ficou “desconfigurado”, sua voz ficou rouca, parecia ser de uma mulher bem mais velha e o português já não era o utilizado por ela, na norma culta, ela falava muitas palavras erradas, os erros eram grotescos. A “pomba-gira” pediu bebida e não tínhamos nada, o “espírito” ficou decepcionado, como se fosse um absurdo não termos bebida, a Estela desesperou-se e ofereceu cigarro, ela aceitou. Depois chamou um por um no meio da roda e deu um recado para cada um, e quando fazíamos alguma pergunta, ela dizia para perguntarmos ao “cavalo”, depois soube que “cavalo” é o dono do corpo que o “espírito” está fazendo uso. A Estela ficou batendo palmas e estralando os dedos acima da cabeça da Márcia, em dado momento uma corrente que estava no pescoço da Estela se rompeu e caiu no chão, ela disse que aquele foi um presente de uma pessoa indesejada e ela não sabia o que fazer para se livrar dele, ela comemorou, dizendo que agora estava livre do presente. A Márcia começou a se sentir mal, a Estela começou a bater palmas mais fortes e estralar os dedos com mais intensidade, além de emitir um ruído no ouvido da Márcia, depois de alguns minutos o espírito foi embora e ela quase caiu. Ela pediu para ajudarmos ela voltar para frente do baralho senão os olhos dela se fechariam e ela não veria mais nada, então, ela terminou de ler as cartas para a Estela.

Para cartomante, a Estela leu a borra de café. Ela colocou pó de café e água, depois retirou a água e formou-se a borra, naquele desenho que se formou na xícara, estava à previsão da Márcia, que não era satisfatória para a sua vida sentimental. Terminada a leitura, retiramos tudo o que foi usado no trabalho, pontas e cinza de cigarro, moedas, incensos e velas e fomos para uma encruzilhada. Na encruzilhada colocamos todos aqueles resíduos no meio da rua e as xícaras foram arremeçadas ao centro. Quando estávamos indo embora, a Estela disse para observarmos os nós que estavam sendo feitos e ela falava que tinha dó das pessoas que cruzassem os nossos caminhos, Márcia olhou para ela, foi um olhar que me deu arrepios e imediatamente Estela se calou. Eu não estava vendo nó algum, ninguém estava vendo e terminado o episódio, Márcia disse que a Estela exagerou e que não é habitual isso acontecer numa leitura de cartas. Márcia era uma bruxa do bem e depois desse episódio percebi que Estela era uma bruxa do mal.

segunda-feira, 25 de maio de 2009

O Tigre Branco

Romance de estréia de “Aravinda Adiga”, um indiano que antes da sua obra de estréia não era conhecido no mercado editorial e de forma brilhante conseguiu cravar o seu nome entre os maiores romancistas da atualidade. "O Tigre Branco" conquistou o prêmio “Man Booker Prize 2008”, um dos mais prestigiados prêmios literários do mercado e antes mesmo da entrega do premio, a obra já era considerada como um dos melhores romances do ano.

Numa narração divertida e irônica, Balram Halwai ou o “Tigre Branco”, narra uma longa carta ao primeiro-ministro da China que anunciou uma viagem a Índia para descobrir o segredo do sucesso dos empresários daquele país. Halwai conta uma índia que o mundo desconhece: a índia da escuridão que está afundada na desigualdade social promovidas pelos governos corruptos, pela grande concentração de renda e acerbada sonegação de impostos. Uma índia tão pura quanto o Rio Ganges.

Na sociedade indiana, a ascensão social é algo desconhecido. Um indivíduo que nasce numa casta, tende a morrer nessa casta. Halwai é da casta dos doceiros, porém seu pai era condutor de riquixá (meio de transporte de tração humana em que uma pessoa puxa uma carroça de duas rodas onde se acomodam uma ou duas pessoas). O seu avô era um halwai de verdade, um fabricante de doces, mas um membro de uma casta superior deve tê-lo roubado com a ajuda da policia, o que alterou o destino de Balram, que na ambição de mudar de vida, passou a nutrir o sonho de ser motorista.

A maior critica do livro não é destinada a pobreza do povo indiano, mas sim a aceitação da condição imutável da vida. Balram define os indianos da escuridão como “meio cru”, indivíduos que por nunca terem terminado os seus estudos, mantém um entendimento parcial das coisas e se submetem presos na sociedade como aves em “gaiola de galos” que aceitam o seu confinamento de forma pacifica, gerando apenas um conflito interno, e esse é gerado para conseguir um maior espaço na gaiola, mas nunca para se libertarem dela.
“Na minha boca, a pasta tinha endurecido, formando uma espécie de espuma leitosa, e estava começando a escorrer pelos cantos. Cuspi tudo.

Escovar. Escovar. Cuspir.

Escovar. Escovar. Cuspir.

Por que será que meu pai nunca me disse para não coçar o saco? Por que será que meu pai nunca me ensinou a escovar os dentes com aquela espuma leitosa? Por que será que ele me criou para viver feito um bicho? Por que será que todos os pobres vivem desse jeito, na sujeira e na feiúra?

Escovar. Escovar. Cuspir.

Escovar. Escovar. Cuspir.

Se, pelo menos, os homens pudessem cuspir assim o seu passado, com essa facilidade...”
A obra não relata a Índia mágica como é vendida em novelas globais e folders de agencias de viagens, nela encontraremos duas índias, a da iluminação e a da escuridão. O povo da escuridão são educados para se manterem na miséria. O sistema social dividido em castas impossibilita o sonho empreendedor de ousar uma vida mais digna. Nenhuma nação tem a alternativa de o cuspir o seu passado, mas quando esse povo se mantém “satisfeitos” em suas “gaiolas de galos”, a história social fica comprometida, pois, a vida de um povo é contada pelos conflitos de classes e essa história é contada pelos dominantes e não pelos dominados.

Dados Técnicos:

Nome do Livro: O Tigre Branco
Autor: Aravind Adiga
Número de páginas: 256
Formato: 15,5 x 23 cm
ISBN: 9788520920855
Editora: Nova Fronteira
Preço: R$ 34,90

sexta-feira, 22 de maio de 2009

Do Começo ao Fim

Do mesmo diretor de "Um Copo de Cólera" e "As Três Marias", o filme “Do Começo ao Fim” promete gerar muita polemica nas salas dos cinemas. O filme conta a história dos meios irmãos Francisco e Thomás e de sua família: Julieta, Alexandre e Pedro. Com uma narrativa particular o filme conta a história de um amor incondicional como uma possibilidade, como um contraponto para um mundo cheio de violência, medo e intolerância. Thomás, filho de Julieta e Alexandre, nasce com os olhos fechados e assim permace durante várias semanas. Julieta não se preocupa e diz que quando o filho estiver pronto, que quando ele quiser, ele abrirá os olhos. Foi assim, nos primeiros dias de vida que Thomás aprendeu o que era livre arbítrio. Um dia, sem mais nem menos, Thomás abre os olhos e olha direto para Francisco, seu irmão de 6 anos.

Julieta é uma linda mulher e uma mãe amorosa. É médica de um hospital e trabalha no setor de emergência. É casada pela segunda vez com Alexandre, pai de Thomás. Pedro, seu primeiro marido e pai de Francisco mora na Argentina. Durante a infância, os irmãos são muito próximos, talvez próximos demais, segundo Pedro, que passa uma temporada com eles em Buenos Aires. Na fase adulta, Francisco e Thomas se tornam amantes e vivem uma extraordinária história de amor.

Apesar das cenas dos irmãos trocando carinhos no banho e na cama, Abranches, diretor do filme, faz questão dizer que não fez um "filme gay", e nem saberia dizer se os personagens que criou são necessariamente homossexuais. "Pode ser uma relação que acontece só entre os dois", desconversa. "Quis apenas tratar de dois assuntos que me interessam bastante, que são as relações amorosas e a família".

O fato de Francisco e Thomás serem meio-irmãos não foi uma forma de aliviar a história. "Não tinha nem o que aliviar ali", diz o diretor, que também assina o roteiro. "Quando jovem fui um ávido leitor de Eça de Queiroz e reli 'Os Maias' várias vezes, talvez na esperança de que alguma vez os protagonistas fossem ter um final feliz", diz. "No meu filme, queria uma história de amor entre irmãos que não tivesse que acabar em sangue, como sempre acontece", diz Abranches, que não vê problemas numa relação como a retratada no filme: "estou esperando alguém me dizer por que não poderia acontecer".

Uma das características do filme que mais deve causar desconforto, segundo o diretor, é o fato de a relação de Francisco e Thomás ser tratada como algo perfeitamente normal. "Quero poder levantar uma discussão sobre esses dois tabus, mas sem focar neles; em nenhum momento no filme isso [a viabilidade do romance] é posto em discussão". Ele também acredita que a relação incestuosa retratada não é mais polêmica do que o fato de serem dois homens. "Já li comentários indignados por causa do incesto, mas tenho certeza de que o que incomoda mais é a relação entre dois rapazes. A homossexualidade é mais tabu que o incesto entre irmãos", acredita o diretor.

"Do Começo ao Fim" está em fase de finalização e deve ficar pronto em três meses, e ainda não tem data de estreia definida. Com cenas rodadas no Rio de Janeiro e em Buenos Aires, o orçamento deve chegar a R$ 2 milhões, valor considerado baixo por Abranches. Se o tema polêmico do filme pode ter compremetido a captação de recursos, a distribuição está garantida, conta o diretor. E depois das primeiras discussões e debates, as expectativas são otimistas.

quinta-feira, 21 de maio de 2009

O Armário – O Resultado

Convidei amigos e leitores do blog para participarem do concurso cultural do livro “O Armário” de Fabrício Viana. É um ótimo livro para gays e heterossexuais, pois ele aborda a homossexualidade de uma forma simples e didática.

Dentre as respostas postadas, foi escolhida a resposta do Marcos Felipe. Ele respondeu maravilhosamente bem e deixou o seu parecer sobre a importância de quebrarmos todos os paradigmas que nos rodeia e mostrarmos nossa verdadeira face. As demais respostas dos outros participantes estão disponíveis nos comentários do post “O Armário”.

Para você, qual a importância de sair do armário?

“Uma peça de roupa quando guardada dentro de um armário não cumpre sua função social, a saber vestir, agasalhar, embelezar dentre outras. Essa analogia para o assumir-se gay frente a parentes, amigos, familiares, enfim à sociedade como um todo é eficaz porque faz cumprir sua função social. Esta nada mais é do que mostrar que o gay (homem ou mulher) pode se expor e na verdade quanto mais pessoas se expõem maior será a possibilidade da sociedade de ver que realmente há pessoas diversas na diversidade, porque gay não é só esteriótipo! Como as pessoas vão saber disso se não há a "saída do armário"? Há a necessidade do se mostrar para se conhecer. E conhecer é se libertar; se libertar dos grilhões do preconceito.”

Obrigado a todos que participaram, e aguardem os novos concursos.

quarta-feira, 20 de maio de 2009

Corintiana de Coração

...


- Tio, eu queria ter lhe dado um presente do Corinthians, mas a minha mãe não deixou eu comprar – disse a minha sobrinha ao me entregar um presente de aniversário.

- O que você queria me dar? – perguntei.

- Um caneco lindo do Corinthians – disse entusiasmada. – Eu queria ser corintiana, mas a minha mãe não deixa – completou desolada. Depois refleti e me perguntei: Haverá um dia em que o Estatuto da Criança e do Adolescente irá garantir o direito das crianças escolherem o seu time de futebol? Não sei, talvez seja provável que aconteça.

- Larissa, se você virar bandeira e se tornar corintiana, irá levar uma surra – ameaçou a minha irmã alterada.

- Mas mãe, eu já estou cansada de ser são paulina, só o Corinthians ganha, eu não agüento mais – desabafou.

- Não é para virar corintiana, não pode virar bandeira, tem que torcer para o São Paulo, pois você nasceu são paulina – penitenciou a minha irmã.

- Mãe, o São Paulo só perde, ele já foi campeão brasileiro, o que mais você quer? Agora tem que deixar o Corinthians ganhar. Todos riram.

- Não liga não Larissa, quando você crescer, poderá torcer pelo time que você quiser – confortei a minha sobrinha.

...

A cada geração e em todas as famílias as histórias se repetem. Futebol e religião são valores muito pessoais, muitos herdam essas predileções, outros, quando ganham discernimento vão torcer por outro time e passam a acreditar em outras crenças e/ou às vezes em nenhuma. O João Victor está para chegar e pelo menos até a adolescência ele já tem time de futebol e religião, entretanto, suas reais preferências por esportes ou crenças se concretizarão somente quando ele tiver a opção de escolher. Hoje a minha irmã ganhou uma fralda do São Paulo, pode ter certeza que ela a guardará para sempre, não sei se será para o orgulho ou para a decepção do João Victor. Quanto a Larissa, não precisamos analisar muito para concluirmos: Ela é corintiana, porém, terá que torcer em silêncio.

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Papo Cabeça Com a Minha Sobrinha

terça-feira, 19 de maio de 2009

A Verdade é Sempre o Melhor Caminho

A Confiança é o que temos de mais importante nas relações interpessoais. Todo o relacionamento é fundamento na confiança, quando ela deixa de existir, o relacionamento está fadado ao fim. Para ganhar a confiança de alguém, temos que demonstrar firmeza e sinceridade, para perdê-la, basta trair, e não me refiro somente a traição no contexto sexual, também falo da mentira, que a meu ver é a pior forma de traição que existe.

Torna-se muito complicado reconquistar o que antes era nossa e hoje é perdido. Quando perdemos a confiança em alguém, dificilmente a teremos de volta. Por conta de atos insolentes perdemos em minutos o que levamos anos para construir. Maluf numa campanha para as eleições municipais disse: Se o Pitta for um bom prefeito, nunca mais votem em mim. Será se ele acreditava mesmo que o Pitta seria um bom prefeito? Creio que ele apostou mais na curta memória do povo, enfim, o eleitorado de São Paulo perdeu a confiança no Dr. Paulo Maluf.

Certa vez, uma amiga estava desabafando sobre a sua vida sentimental. Sua ex-namorada viajava muito a trabalho e numa dessas viagens ela botou numa terceira pessoa na relação, minha amiga disse que assim que a namorada voltou e a cumprimentou, ela descobriu a traição, como? Sabe lá Deus. É coisa de casal, pessoas que convivem por muito tempo juntas acabam dividindo intimidades que são confidenciadas até mesmo em silencio, aliás, é no silencio que os casais fazem as suas confissões mais intimas. Mesmo com todas as evidencias da traição, a ex da minha amiga negava o ocorrido. No final, minha amiga descobriu que havia sido realmente traída. Elas terminaram o relacionamento e depois de muitos pedidos de desculpas de sua ex, voltaram, mas confessou que a relação de confiança não foi mais a mesma.

A mentira nunca é o melhor caminho, por mais que a verdade seja dolorida, temos que sempre optar por ela, existe pessoas que acabam criando personagens para sustentarem suas mentiras e mentiras para justificam outras mentiras, manipulando completamente quem as rodeiam e não se importando com os sentimentos alheios. Ao fazermos questionamentos, estamos prontos para ouvirmos a verdade. Quando uma questão é levantada, também levantamos hipóteses e há probabilidades das diversas hipóteses se tornarem-se uma resposta, sendo assim, o melhor caminho sempre é a verdade, pois por pior que seja, ela é sempre cogitada, depois, é só recolher os cacos e reconstrua o que pela omissão ou mentira preservaria por algum tempo.

Concurso Cultural – O Armário

Quer ganhar de presente o livro “O Armário” de Fabrício Viana? O Blog Passageiro do Mundo em parceria com o escritor lhe dá esse presente. Para isso, basta responder a pergunta abaixo nos comentários do post “O Armário”. A melhor resposta recebera um exemplar do livro em qualquer lugar do Brasil.

Para você, qual a importância de sair do armário?

As respostas serão aceitas até a meia-noite do dia 19 de maio. A melhor resposta será divulgada no dia 21 de maio, abaixo da resposta é necessário deixar um endereço de email para contato.

segunda-feira, 18 de maio de 2009

A Capa - Família

A revista A Capa deste mês trata de um tema atual e que deve ser discutido amplamente pela sociedade civil: a família. As reportagens desta edição refletem acerca dos novos modelos que vêm surgindo a cada dia e que nossas autoridades insistem em não notar: são as famílias alternativas. A revista aborda a história de Munira e Adriana, duas mulheres que se tornaram mães de gêmeos e agora brigam na justiça para registrar os bebês em nome de ambas.

Erik Galdino retrata histórias de casais de namorados e as aventuras de dividir o mesmo espaço, uma família construída, um sonho de muitos gays, porém muitos têm medo de ousar ir além. Marcelo Hailer foi atrás de histórias de mães que assumem a sexualidade de seus filhos e encontrou Fátima e Neusa, duas mães que vão além da aceitação, um exemplo a ser seguido numa sociedade fundamentalista e retrograda. Victor Barroco assina reportagem onde trata sobre a homossexualidade no ambiente familiar e conta em uma matéria cheia de detalhes como alguns gays venceram o preconceito no ambiente familiar.

O ensaio fotográfico é de Bruno Spinelli, o garoto é personal trainner, tem 29 anos e foi clicado por Pedro Stephan nas paradisíacas praias cariocas. Além da versão eletrônica que conta com mais de 1,8 milhões de visitantes mensais, a revista também é distribuída em cerca de 100 estabelecimentos como bares, restaurantes, saunas e clubes nos principais pontos de interesse gay de São Paulo, Rio de Janeiro, Curitiba, Belo Horizonte e Florianópolis.


Concurso Cultural – O Armário

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domingo, 17 de maio de 2009

Dia Internacional Contra a Homofobia

Hoje é comemorado o “Dia Internacional Contra a Homofobia”. A iniciativa é de uma organização Quebequenha e é celebrado em cerca de 50 países para lembrar-se que a homossexualidade não tem fronteiras, tal como a discriminação a ela associada. Em 17 de maio de 1990 a assembléia geral da Organização Mundial da Saúde (OMS) aprovou a retirada do código 302.0 (Homossexualidade) da Classificação Internacional de Doenças, declarando que “a homossexualidade não constitui doença, nem distúrbio e nem perversão”. A nova classificação entrou em vigor entre os países-membros das Nações Unidas em 1993. Com isso, marcou-se o fim de um ciclo de 2000 anos em que a cultura judaico-cristã encarou a homossexualidade primeiro, como pecado, depois como crime e, por último, como doença.

Apesar do reconhecimento da homossexualidade ser mais uma manifestação da diversidade sexual, os gays, lésbicas, bissexuais, travestis e transexuais ainda sofrem cotidianamente as conseqüências da homofobia. A homofobia é entendida como qualquer manifestação de ódio contra os gays, lésbicas, bissexuais, travestis e transexuais, e pode inclusive se manifestar por meio de agressões psicológicas e físicas. A luta pela aprovação do Projeto de Lei da Câmara 122/2006, que criminaliza essa prática, é hoje a principal reivindicação do movimento LGBT em todo o Brasil.

Vinte anos se passaram da decisão da OMS e ainda hoje membros da sociedade médica não aceitam a decisão da OMS. No dia 2 de maio, dois médicos, em declarações à imprensa, afirmaram que é possível e desejável condicionar medicamente a orientação sexual e identidade de gênero dos indivíduos, associando a homossexualidade a perturbações e distúrbios mentais. Mais de 20 associações condenaram com veemência estas declarações, classificando-as de retrógradas e irresponsáveis. É por conta de tais atos que precisamos a rápida e urgente aprovação da PLC 122/2006.

Concurso Cultural – O Armário

Quer ganhar de presente o livro “O Armário” de Fabrício Viana? O Blog Passageiro do Mundo em parceria com o escritor lhe dá esse presente. Para isso, basta responder a pergunta abaixo nos comentários do post “O Armário”. A melhor resposta recebera um exemplar do livro em qualquer lugar do Brasil.

Para você, qual a importância de sair do armário?

As respostas serão aceitas até a meia-noite do dia 19 de maio. A melhor resposta será divulgada no dia 21 de maio, abaixo da resposta é necessário deixar um endereço de email para contato.

quinta-feira, 14 de maio de 2009

Nossa Verdadeira Beleza

Certa vez, num momento em que eu me encontrava completamente desorientado diante da minha vida sentimental, minha irmã me aconselhou: Quer saber se uma pessoa realmente gosta de você? Sim, claro que quero – respondi prontamente. Então ela me disse: Deixe essa pessoa livre, deixe a ir embora e se ela voltar é porque ela realmente te ama. Segui o conselho de minha irmã, e assim como ela disse, o amor se foi, mas depois voltou.

Domingo passado, assinti o musical “A Bela e a Fera” e me lembrei desse ocorrido. Na apresentação, em determinado momento a Bela confessa a Fera que sente saudades do seu pai, ele olha para ela e diz: Bela, você não é mais a minha prisioneira, pode ir ver o seu pai. Ela foi, mas depois voltou porque o amava. Ela conseguiu enxergar além da aparência física e viu que aquela Fera, por dentro era belo e se apaixonou por sua essência.

Às vezes me indago se existem pessoas que ainda dão valor para a essência, para o cerne do individuo. Vivemos num Mundo que valoriza tanto o industrializado, o esculpido e o preestabelecido como padrão, que a cada dia invertamos ainda mais os nosso valores. O que as siliconadas farão quando a moda não for mais o peitão? Ou melhor, o que farão os indivíduos que valorizam o artificial diante de uma oportunidade única de amar e ser amado? Provavelmente deixarão essa oportunidade passar sem se darem conta do que deixaram escapar por suas mãos.

Temos que valorizar as mais simples situações, pois serão delas que nos lembraremos pelo resto de nossas vidas e só uma pessoa bem cuidada pode dentro, com uma beleza interior aflorada tem discernimento de reconhecer quais situações são essas e em que momento elas acontecem. A beleza exterior faz muito bem, mas do que ela vale quando o que somos por dentro desconstrói a nossa beleza estética?

Concurso Cultural – O Armário

Quer ganhar de presente o livro “O Armário” de Fabrício Viana? O Blog Passageiro do Mundo em parceria com o escritor lhe dá esse presente. Para isso, basta responder a pergunta abaixo nos comentários do post “O Armário”. A melhor resposta recebera um exemplar do livro em qualquer lugar do Brasil.

Para você, qual a importância de sair do armário?

As respostas serão aceitas até a meia-noite do dia 19 de maio. A melhor resposta será divulgada no dia 21 de maio, abaixo da resposta é necessário deixar um endereço de email para contato.

quarta-feira, 13 de maio de 2009

Fazendo o Bem

A campanha “Homens do Bem – 2009” foi um sucesso, ela foi encerrada no começo do mês e a doação arrecadada já foi passada para a “Casa de Apoio Brenda Lee”. Nesse ano o montante arrecadado foi 40% superior ao do ano passado. Fiquei feliz com o resultado, isso prova a força que os blogs vêm ganhando, pois bem sabemos que sensibilizar a sociedade não é uma tarefa tão simples. Foram repassados para a instituição R$ 1.699,81, espero de coração que esse dinheiro sirva para acalentar e amenizar o sofrimento das vidas que convivem com HIV/AIDS e que estão sob o amparo da “Casa de Apoio Brenda Lee”.

Faço votos que a iniciativa venha com força maior em 2010 e que novamente possamos encerrar a campanha comemorando a forte adesão dos leitores dos blogs associados. A iniciativa torna-se bela, por ser anônima. Não sabemos quem doou esse dinheiro, quem depositou 10, 20, 30 ou 40 reais, foram atos altruístas, desprovidos da vaidade ou marketing pessoal. Agradeço a todos que participaram da campanha e abaixo disponibilizo a carta de agradecimento redigida pela Sra. Maria Luiza Augusto Martins, diretora presidente da da Casa de Apoio e o comprovante do repassa da verba para a conta da instituição.


Participarão dessa Campanha:

Anatomia do Gato
Gay Também é Gente
Homens & Anjos
Max & Gatos
Mister DVD Video
Mister Man Club
Passageiro do Mundo
Persiana Aberta
Planeta GLS
Pride Brazil
Radar Mix
Rapazes de Fino Trato
Super CECG&B
Suvaco de Macho
The Voyeur Man

Concurso Cultural – O Armário


Quer ganhar de presente o livro “O Armário” de Fabrício Viana? O Blog Passageiro do Mundo em parceria com o escritor lhe dá esse presente. Para isso, basta responder a pergunta abaixo nos comentários do post “O Armário”. A melhor resposta recebera um exemplar do livro em qualquer lugar do Brasil.

Para você, qual a importância de sair do armário?

As respostas serão aceitas até a meia-noite do dia 19 de maio. A melhor resposta será divulgada no dia 21 de maio, abaixo da resposta é necessário deixar um endereço de email para contato.

terça-feira, 12 de maio de 2009

O Armário – Vida e Pensamento do Desejo Proibido

Com a sua primeira edição lançada em 2006 e atualmente na segunda edição, o livro “O Armário – Vida e Pensando do Desejo Proibido” é o que os adolescentes têm de melhor para se apoiarem e assumirem a homossexualidade para familiares, amigos e sociedade.

Na primeira parte do livro - em tom confessional – Fabrício Viana conta suas experiências pessoais, divide suas dúvidas, medos e anseios com o leitor. A vida de Fabrício não é diferente da vida dos demais gays. Assim como todos que tomaram a decisão de sairem do armário e viverem uma vida mais leve, Fabrício também sofreu represálias da família e amigos, porém ressalta que os amigos que ficaram ao seu lado, eram amigos de verdade.

O livro também tem um importante conteúdo histórico, relatando os primórdios da sociedade, e como a homossexualidade era vista em diversos momentos da humanidade. Ressalta momentos históricos, como a inclusão do “homossexualismo” na Classificação Internacional de Doenças, dando total liberdade para as camadas conservadores da sociedade classificarem o gay como pervertido sexual, com respaldo cientifico. A reparação do erro científico veio depois de 116 anos de condenação à homossexualidade.

O autor também aborda as dificuldades de sair do armário numa sociedade machista e que cobra cada vez mais de seus filhos os posicionamentos sexuais de uma sociedade heteronormativa. Sabemos que a raiz da homofobia vem do machismo, no livro, o autor relata como formam se o machismo e a homofobia na sociedade, tendo como base a psicologia.

O Armário é um excelente livro para todos aqueles que com pouca ou nenhuma informação está descobrindo-se homossexual. Não é apenas uma obra de relata as dificuldades de ser gay num país com tantas raízes de preconceitos, é um livro que mostra o exemplo de vida e pensamento do desejo proibido do próprio autor.

Dados Técnicos:


Nome do Livro: O Armário – Vida e Pensamento do Desejo Proibido
Autor: Fabrício Viana
Número de páginas: 144
Formato: 14 x 21 cm
ISBN: 9788590758709
Preço: R$ 30,00
Editora: Independente

Concurso Cultural – O Armário

Quer ganhar de presente o livro “O Armário” de Fabrício Viana? O Blog Passageiro do Mundo em parceria com o escritor lhe dá esse presente. Para isso, basta responder a pergunta abaixo nos comentários do post “O Armário”. A melhor resposta recebera um exemplar do livro em qualquer lugar do Brasil.

Para você, qual a importância de sair do armário?

As respostas serão aceitas até a meia-noite do dia 19 de maio. A melhor resposta será divulgada no dia 21 de maio, abaixo da resposta é necessário deixar um endereço de email para contato.