Havia uns 3 anos que eu não via o meu primo. Natal, Ano Novo, Sexta-Feira Santa e outros feriados que são usados para a proximidade familiar, me deixam de saco cheio. Minha tia, mãe dele, já estava hospedada em casa há umas duas semanas, dias bacanas que passei com ela por aqui. Prometi passar uma semana na casa dela, em abril.
Meu primo está trabalhando perto de casa, na Vila Maria. Sempre fomos muitos próximos, devido a nossa idade. Ele é de abril de 82 e eu de maio de 81. O Emerson, outro primo, forma o trio. Ele é de outubro de 81.
- Eu sempre me lembro daquela vez que pegamos uma bicicleta e fomos nos três (Ele, o Emerson e eu) para a cachoeira – contou nostálgico.
- Que loucura foi aquela. Uma bicicleta para os três, numa estrada de terra – retruquei dando risada.
Esse episodio deve ter uns 15 anos. Estávamos em Itaúna do Sul, cidade do meu primo, quando ele teve uma brilhante idéia. Ir para a cachoeira, de bicicleta, numa estrada de terra. Acredito que pedalamos, ou melhor, pedalei por uns 10 km. Como eu era o maior, eu fui pedalando, o Emerson foi na garupa e o Mael sentado no cano da bicicleta.
Foi muito fácil para chegar no local, muita descida. A volta foi sofrida, além de termos que subir todo o percurso, começou a chover. A terra fofa que nos derrubou várias vezes no percurso da ida, tinha virado lama, o que dificultou demais o nosso retorno. Aprendemos a lição e nunca mais voltamos lá de bicicleta.
- Fui em Paranavaí, o Emerson estava lá – contou o meu primo.
- Ele não está mais morando na Bahia? Ele até estava praticamente casado com uma menina – perguntei curioso.
- Parece que não, ela não para de falar nessa menina, está sofrendo de amor – respondeu.
- Quando ele morou aqui em São Paulo, estava sofrendo pela Camila. Quando eu fui em Paranavaí, estava sofrendo pela mãe do filho dele e na última vez que voltei lá, ele estava sofrendo pela mãe da filha dele.
- Ele sofre demais por amor – completou o meu primo.
Ao contrário de mim e do Emerson, o Mael não sofre de amor, ou então ele guarda tudo para ele, pois nunca ouvi nenhuma menção de sua vida sentimental. Não sei se esse é o melhor caminho, mas também tenho certeza que a intensidade que eu e o Emerson vive, também não é um caminho alternativo para se seguir.
Tenho esses dois primos como verdadeiros irmãos. Tomar cerveja na companhia deles é algo maravilhoso. A última vez que nos encontramos, fomos de carro para Rosana, uma cidade que fica na tríplice fronteira de São Paulo, Paraná e Mato Grosso. Bebemos muito naquele e até hoje não sabemos como voltamos pra casa. Momentos únicos, que temos que viver intensamente.
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