Cresci rodeado de mulheres, mãe e duas irmãs mais velhas. Pela mãe, fui um pouco mimado, filho mais novo e único homem. Pelas duas irmãs, quando criança, era visto como rival. Da minha irmã do meio, eu era visto como aquele que roubou o carinho materno, pois de idade, temos pouco mais de um ano de diferença. Pela irmã mais velha, era visto apenas como o irmão mais novo, aquele que veio ao mundo para atazanar. Dessa forma eu cresci.
Por ordens da mãe, as duas irmãs mais velhas viviam para me servir (escrevo isso com risos nos lábios), além do irmão mais novo, eu também tinha uma saúde muito debilitada e minha mãe guardava o sentimento de que a qualquer momento ela teria que se despedir de mim. Minhas irmãs, até pelo fato de ainda serem crianças, não assimilavam isso direito.
Em meio as minhas crises, sempre via a minha mãe chorando, eu ficava em silencio, pois sabia que ela estava chorando por mim. Numa crise violenta, em que eu vi a morte de perto, rompi o silêncio e disse: Mãe, não chore, se eu morrer eu vou para o céu. Acredito que a minha tentativa de conforta-lá não muito foi bem sucedida.
Meus problemas de saúde foram superados, a certeza que vou para o céu também, mas o carinho materno ficou e até hoje sinto o zelo e proteção despendidos por minha progenitora. Semana passada, estava num bar, com um cara que estou conhecendo, num clima tenso, romântico e arrebatador, quando o meu telefone tocou. Olhei no visor era a minha mãe. Atendi e quando desliguei ouvi: Que bonitinho! Dando satisfação para a mamãe. Depois ele disse: Eu também sou o filhinho da mamãe.
Devo muito a minha mãe e tenho muito orgulho de ser seu filho. Nos melhores e piores momentos ela esteve ao meu lado, se despiu de preconceitos e mesmo contrariando seus princípios religiosos, aceitou minha sexualidade e colocou a condição de filho acima de todas as coisas. Devo muito a essa mulher, tenho orgulho de ser seu filho. Feliz dia internacional da mulher, dona Zilda.
2 comentários:
Com carinho lembro do café da manhã que tomei com Dona Zilda, na qual senti o carinho quando ela disse: "Eu não compro pão frances na semana porque eu adoro e o Quinho me acompanha e no final de semana a gente come...."
Parceria de mãe e filho é isso aí! O filho de afoga e a mãe acha bonitinho hehehehehe. Beijo
HEHEHEHE, minha mãe é fofa demais. Adoro.
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