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segunda-feira, 28 de março de 2011

A Novela da Vida Real

Uma das minhas maiores frustrações é saber que as melhores histórias da minha vida, não ganham as páginas deste blog. São tantos fatos engraçados, que não posso escrever por conta do bom senso.

- Você não imagina como eu me segurei para não escrever no blog a história que aconteceu no café – confessei com risos nos lábios, lembrando do ocorrido.

- Você até pode escrever, só mude os nomes para preservar a nossa imagem. Ao invés de colocar o meu nome, coloque “Pedro” – disse o próprio “Pedro”, me autorizando a escrever a história.

Conheci o Pedro numa balada gay de São Paulo. Estava com alguns amigos e de longe flertava com ele. Ficamos trocando olhares por mais de meia hora, até que um amigo, cansado de ver toda aquela babação, me aborda:

- Gatinho, acorda pra vida! Você vai ficar até quando olhando o cara de camiseta azul – falou meu amigo me incentivando a chegar até a ele.

- Ah! Ele tá fazendo carão, já esta me olhando à mais de meia hora – respondi desacreditado.

- Não está não, estou aqui vendo, ele está olhando para você e está afim – retrucou meu amigo.

Comecei a me aproximar timidamente. Dançando próximo de uma amiga, que estava mais próxima dele. Percebi que ele parou de me olhar diretamente, me afastei da minha amiga e me aproximei ainda mais dele, quando ele sorriu e fez um sinal para eu me aproximar.

- Pensei que você fosse hétero – disse Pedro depois de trocarmos alguns beijos.

- Eu, hétero. Não sou mesmo, sou muito gay – defendi minha homossexualidade em meio aos risos.

Pelo fato de ter me aproximado da minha amiga, ele pensou que eu fosse namorado dela. Gostei muito da companhia do Pedro, passei momentos ótimos ao lado dele e dos meu amigos.

Passaram-se alguns dias e ele me convidou para jantar. Fomos num restaurante Italiano, no bairro da Bela Vista. Foi uma noite super agradável. Depois do jantar, ele me convidou para tomar um café, sugeri um que fica no Shopping Frei Caneca, o Café Scada, que fica próximo das salas de cinema. Quando estávamos conversando e tomando café, fomos interrompidos por um rapaz, que entrou no café com olhar fixo para a nossa mesa.

- Oi, tudo bem? – disse o rapaz olhando fixamente para o rosto dele.

- Oi – respondeu o Pedro sem graça, enquanto o rapaz saia do café.

- Está tudo bem? – perguntei.

- Sim, tudo bem. Ele é o meu ex-namorado e ainda não aceitou bem a nossa separação – justificou Pedro.

Entendi o fato perfeitamente. Tive um relacionamento de 7 anos e o término foi gradativo e cheio de recaídas. Não existe novidade nessa situação, sabemos que ex, quando se mantem próximos, a amizade se confundo com reconciliação afetiva. Enquanto continuávamos conversando, vi quando o ex-namorado do Pedro foi até a lanchonete do cinema e comprou um refrigerante e ficou andando de um lado para o outro, desnorteado. Voltou ao café e se aproximou novamente da nossa mesa:

- Desculpe-me a minha falta de educação. Meu nome é Eduardo, sou namorado do Pedro – disse olhando para mim.

- Ex-namorado – interrompeu o Pedro com a voz alterada.

- Sim, agora é ex-namorado mesmo. Porque você está fazendo isso comigo Pedro? – indagou com voz embargada.

A discussão dentro do café durou uns 5 minutos, eu fiquei sem reação, mas dando graças a Deus pelo fato do refrigerante que ele segurava não ter um destino não apropriado, a minha cara. Depois da discussão, o ex-namorado do Pedro voltou novamente ao café, que tem paredes de vidro, e lá de fora ficou chamando o Pedro.

- Marcos, me desculpe. Vou até lá, senão ele voltará aqui e fará mais escândalos – disse o Pedro se levantando. Quando ele voltou, saímos do Café e terminamos a noite num bar da Augusta.

Voltei pra casa com uma estranha sensação de felicidade. Nunca vivi uma cena daquelas, típica de um seriado da Fox ou de uma novela Global. Minha vida sempre foi atípica e gosto disso. Sempre envolvido com fortes emoções e situações que por conta da privacidade dos envolvidos, nunca irão ganhar as páginas deste blog.

Um comentário:

Anônimo disse...

Amei esse Pedro. Estou com uns dias passados dos 10 meses de namoro com o Rick e me lembro bem de como é gosto esse flerte, com todo o direito as sensações típicas dos primeiros encontros, onde tudo é novidade, onde a conquista empresta um gosto por demais saboroso e faz um bem, rapaz, pra nossa auto-estima!

Amei esse Marcos. Depois das recaídas e das insistentes, consistentes e francas tentativas de dizer "te quero" para outro alguém, parece, abriu nova página na vida e viu que existe João, Leandro e... PEDRO que existem por aí. E se o Pedro quiser ajudar a escrever um outro capítulo ou todo o restante do livro, que seja; O Marcos merece uma história hilária e "saborosa" assim!

Preciso dizer que amei a história? Risos.