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segunda-feira, 15 de junho de 2009

Parada Gay, Eu Fui

Sob o clamor de “Não Homofobia, Mais Cidadania” 3,5 milhões de pessoas atravessaram a Av. Paulista e desceram a Rua da Consolação. Chegamos (o Douglas e eu) a Paulista por volta das 12h30min, o evento já tinha dado sua largada e a multidão que subia a Consolação com destino a 13ª Parada do Orgulho LGBT não parava de chegar. Passamos pelo primeiro carro, que era um carro de protesto sob o comando da ONG carioca Grupo Arco-Íris, o objetivo dos militantes eram arrecadar assinaturas a fim de pressionar o senado federal para a aprovação imediata do PLC 122/2006, passamos pelo segundo que era o da Associação da Parada e ficamos parados no canteiro central da avenida, em frente o Parque Trianon-MASP vendo os trios passarem.

Li em muitos blogs e site criticas a Parada, não sei se foi o vinho que eu tomei, mas achei a Parada maravilhosa, o Douglas, que não tomou nada, também adorou. Aconteceram algumas brigas e “empurra-empurras” onde estávamos, mas as brigas foram apartadas rapidamente e os “empurra-empurras” eram ocasionados quando um trio passava em frente de onde estávamos parados, ou seja, excesso de pessoa: é claro que a “Elza” aproveita para agir nessas horas, mas pelo sétimo ano consecutivo, não fui vitima da mesma.

Quando o último trio, “Stonewall, 40 anos”, passou pelo Trianon, ainda cedo, pois o ritmo da parada foi mais acelerado que nos anos anteriores, segui para a Rua da Consolação. Não me aventurei em pegar a Consolação pela Paulista, desci a Bela Cintra, virei à esquerda na Antonio Carlos, pois o grande fluxo de pessoas na virada (Paulista X Consolação) causa muito tumulto. A Parada terminou muito cedo, porém, acredito que o público não diminuiu, as ruas estavam lotadas e os trios muitos próximos, na consolação vi três trios praticamente colados um no outro e um deles, o do meio, estava com o som desligado.

Avalio a Parada como positiva, ela ganhou o tom político que muitos sempre pediram e questionavam o porquê não o tinha, hoje, esse mesmo grupo, que antes a criticaram continuam criticando por conta da falta dos carros dos clubes na avenida. O que dizer a respeito? A Associação da Parada não promove apenas a Parada Gay, esse é um dos eventos promovidos durante o ano, existem grupos de discussões e mostras de vídeos, além de outros eventos paralelos, e quem paga por isso? Não são os clubes. A maior briga entre as boates e a associação é a cobrança de 10 mil reais como taxa de inscrição para um trio na Parada, não vejo isso como errado, pois a Associação da Parada, assim como qualquer outra organização, tem os seus custos e os mesmos não são arcados pelos empresários do meio LGBT.

Mesmo sem os carros das boates, a Parada Gay foi uma festa linda, colorida e que representa a diversidade. O que pensar das empresas que representam o público gay e que fazem eventos paralelos com a Parada? São empresas que não estão comprometidas com a causa LGBT e não colaboram em nada com as políticas publicas que contemplam o cidadão homossexual, pois ao invés de ajudarem, atrapalham a militância ao tentar tirar o foco da comemoração do Orgulho Gay e as das reivindicações levantadas. Temos que repensarmos nos nossos hábitos de consumo como cidadãos políticos. Será se devemos ir numa boate ou acessar um site LGBT que não se comprometem com a causa gay? No fundo, são empresários interessados no lucro e não nas políticas inclusivas que contemplam o seu público.

11 comentários:

O VIADO E A TRANSGRESSÃO POÉTICA disse...

Marcos, você disse tudo e é como eu senti, também. Para mim, foi perfeito. vi tod@s colaborando para uma bela festa. Se eu tiver alguma critica será em cima da Educação(falta de) dos e das brasileiros/as, um horror. Mas a Parada nada tem a ver com isso e Parabéns emocionados aos organizadores/as.
Beijos,
Ricardo
aguieiras2002@yahoo.com.br

. disse...

Gostei do ponto mencionado no texto sobre os empresários e a parada. Concordo em dar foco à causa política para melhor a condição de vida do homossexual, ao invés de apenas fazer evento para vender. Parabens pela postagem. Ainda quero conhecer de perto a Parada de Sampa.. Abraço

Fabiano (LicoSp) disse...

sinceramente houve muito problema na parada, vc chegou a descer até o final no Arouche?

Heteros brigando com os gays, qrendo catar as garotas a força, gente fazendo sexo e se chupando na praça da republica, gente mijando pelos cantos, caindo de tanto vomitar.

No orkut vi relatos de pessoas q apanharam dentro do metro, dentro do trem.

Na região da Paulista é tudo perfeito, eh o cartao postal, mas lá pra baixo foi o inferno.

Ainda estou pensando a respeito, mas creio em um 'golpe de estado' na parada, sempre houve briga pelo comando da parada, acho que isso esta acontecendo nos ultimos anos, vide que o policiamento diminuiu.

Creio que se não fizerem nada, nas próximas paradas teremos muitas fatalidades.

Saudades das primeiras paradas em que apenas uma das faixas da paulista eram interditadas, pessoas politizadas participando, bem menos, mas estavam lah para lutar pelos direitos e náo para beijar ou farrear.

e sinceramente não haviam 3,5 milhoes de pessoas por lá. No maximo 1,5/2 milhoes. A divulgacao náo pode ser menor por causa do turismo, pense nisso.

bjs do Lico

Eduardo Rolim disse...

hehehehehe eu queria ter ido na de Sampa. Aki em Palmas haverá dia 28 !! E Nessa Parada eu Vou !!

Fábrica de Música disse...

Eu acho que eu não iria gostar, rola muita confusão e eu geralmente não me divirto nesses tipos de aglomeração. Prefiro ficar em casa.

Jean Luiz disse...

Como eu disse pelo msn à você, achei xoxa, morna, sem graça, sei lá, faltou algo... será que foi os trios das boates? (rs) Tirando alguns algumas coisas desagradáveis como, roubos, brigas e até uma bomba caseira! De qualquer forma valeu! Mais um ano o público LGBT eram + de 3 milhões, e isso é genial!

Raí Pereira disse...

Caro Marcos, concordo contigo também. Confesso que nunca fui muito fã da Parada, mas esse ano resolvi participar. Preferi ficar ali na esquina da Paulista com a Consolação, mas realmente é confuso o que as pessoas estão fazendo ali, tinha gente bebendo aos montes e vomitando por todo lado. Eu não entendo a necessidade disso, de verdade! Não sei se o Reveillon na Paulista acontece o mesmo, mas é lamentável. O caráter político me deixou muito feliz, aliás a matéria da Folha de S.Paulo ontem deixou isso bem claro. Ponto para quem participa de forma mais ativa tanto da Parada quanto dos eventos que ocorrem em paralelo. Eu fiquei pouco tempo lá, depois fui ao CineSesc onde exbia o documentário "Na alegria e na tristeza" sobre dificuldade de casais gays no exterior que tem seus direitos violados por lei. E quer saber? O Documentário lindíssimo e o cinema praticamente vazio...a poucos metros de muitos gays e lésbicas. Falta de informação será???
Beijos

Willians disse...

Gostaria de me sentir empolgado da mesma maneira em relação a parada... Valorizo o empenho da organização em fazer da Parada de São Paulo uma grande festa, mas aos participantes, ao agrupamento de pessoas, triste, falta educação, falta respeito, falta o sentimento que nos impulsiona a sair as ruas pedindo o fim da homofobia e pela cidadania, enfim, nossos direitos como cidadãos. O vinho sobe, a coisa esquenta, e sobra pancada e a coisa toda se perde e continuará se perdendo, enquanto a violência for colocada em foco, perdemos credibilidade.

Anônimo disse...

Oi Marcos, sempre que possível acompanho o seu blog, sou um militante da parada Gay, todo ano vou a do Rio, ano passado acompanhei o do Rio e a de São Paulo, acho que as pessoas podiam participar um pouco mais da causa da parada. Nós gays somos muitos julgados pois não exigimos respeitos, após as paradas é sexo por todo lado.
Abs

Anônimo disse...

Elogiar a a parada gay da forma como ela está é o maior desserviço que se pode prestar à comunidade gay.
A parada não está ruim, está péssima.
O desrespeito é flagrante, a promiscuidade toma conta de tudo, não há nenhum envolvimento político-social por parte dos participantes, a comissão organizadora não investe em conscientização e sim em festa e o pior de tudo são as mentiras deslavadas e repetitivas da comissão organizadora sobre o número de participantes. Mentira que foi encampada pelo governo do estado e pela PM que hoje compactua com a fraude por causa dos reais trazidos a nossa cidade pelos turistas. Não havia três milhões e meio de pessoas ali.
Eu vou à parada do orgulho desde sua primeira edição. Não há nesta festa pobre atual nem resquícios do movimento original. O que existe é a prova inconteste da degradação humana levado aos seus níveis mais primitivos. É o sexo gratuito feito no meio da rua como se fôssemos todos cachorros, é a violência desenfreada, é a pluralidade de carros alegóricos cheio de homens sabidamente garotos de programa, seminus e heterossexuais. É como se nós fôssemos todos escravos eternos da presos à sexualidade e a sensualidade.
Eu fiquei surpreendido por ver você entrar do sistema de maneira tão irrefletida. Não combina contigo esse tipo de postura. Você faz um dos melhores blogs gays do Brasil, é um homem inteligente e bem informado. Não caia na tentação da defesa do que não é defensável.
Da forma que está não existe Parada do Orgulho mas Parada da Vergonha. Eu sinto vergonha de ser gay diante de uma manifestação tão vergonhosa quanto a que se transformou a Parada do Orgulho de São Paulo.

Rodrigo Melquiades disse...

Esse foi o terceiro ano que participei do evento, pra mim foi o pior, meus amigos resolveram encher a cara, depois fikaram la caidos e vomitando e o tontão aki, fikou lah dando guarida...pra completar o dia, um "filho da puta" passou e levou minha camêra...pra mim o dia acabou ae...fiquei totalmente desmotivado, mas me serviu de lição quem mandou eu levar minha camêra, néh!?
Fiquei um pouco chocado com as coisas que aconteceram por lá tb (bombas, violência), porém sóh fikei sabendo de tudo isso quando ja estava em casa, não vi nada disso acontecer...
Conclusão, já tive PARADAS melhores...rsss

Abração amigo..