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quinta-feira, 31 de março de 2011

A Maldição sobre a África

Em meio as polêmicas promovidas pelo Deputado Jair Bolsonaro (PP – RJ), chegou a vez do Pastor e também Deputado Marco Feliciano (PSC –SP) odiar, ofender, diminuir e denigrir em nome de Deus. Marco Feliciano publico hoje em seu twitter que os “africanos descendem de ancestral amaldiçoado por Noé. Isso é fato”.

Em outra postagem, Feliciano escreveu: “A maldição que Noé lança sobre seu neto, canaã, respinga sobre continente africano, daí a fome, pestes, doenças, guerras étnicas!”. Em um tweet que posteriormente foi removido, o deputado afirmou que a África sofre com a “maldição do paganismo, ocultismo, misérias, doenças oriundas de lá: ebola, aids (sic)”. Contra gays, o pastor tuitou: “Amamos os homossexuais mas abominamos suas praticas promiscuas!”. Antes dessa mensagem, ele já havia escrito: “Entre meus inimigos na net (sic), estão: satanistas, homoafetivos, macumbeiros...”

O caso envolvendo o deputado federal Marco Feliciano (PSC-SP), deverá será analisado pela Corregedoria da Câmara dos Deputados. A presidente da Comissão de Direitos Humanos e Minorias, deputada Manuela d’Avila (PCdoB-RS), disse que irá encaminhar as mensagens do parlamentar para o órgão. Marco Feliciano foi eleito deputado federal nas eleições do ano passado, com mais de 211 mil votos e tem mais de 30 mil seguidores no Twitter.

Acredito sim que a África é amaldiçoada e quem jogou essa maldição foram os que colonizaram e escravizaram aquele continente.  O “mundo branco” tem uma dívida muito grande com a África e ao invés de paga-lá, continuamos os escravizando quando não damos acesso a cultura, emprego e renda. Escravizamos os negros quando inferiorizamos sua cultura e pejoramos suas religiões. Temos uma grande dívida com a África e não paga-lá é sinal que eles ainda são escravos da nossa cultura.

Tenho vergonha de viver num país que discute a questão da cota racial. Sou contra a questão da cota, mas numa questão emergencial, é a única solução que nos resta. Todos deveriam ter pleno acesso a educação, que por sua vez abre portas para outras conquistas. Como temos uma divida muito grande com os negros desse país, a questão da cota é muito pouco, deveríamos oferecer mais. Temos que pedir perdão para o povo negro e não sair falando de peito aberto que eles são um povo amaldiçoado.

2 comentários:

bruno ribeiro disse...

Caro marcos apesar de polêmico sou favoravél as cotas, ainda mais num país como nosso dotado de um absurdo racismo velado em que fingimos que em nosso país não há racismo onde há a desfaçatez de "pensadores" como demetrio magnoli e Ali Kamel dizendo que ás cotas podem fazer divisões raciais e ocasionar em racismo.
digo pra eles o seguinte: Façame o favor!!!

@bloggerbrasilis disse...

Artigo publicado no Terra Magazine:

A cada um dia e meio, 1 homossexual é morto, mostra relatório

Ana Cláudia Barros

A cada um dia e meio, um homossexual brasileiro é assassinado, vítima da homofobia. A conclusão é do relatório anual elaborado pelo Grupo Gay da Bahia (GGB). Segundo o levantamento, 260 gays, travestis e lésbicas foram mortos em 2010, 62 casos a mais do que em 2009. O número representa um recorde histórico, conforme adiantou Terra Magazine. A tendência é que o índice continue alto em 2011, que registrou, nos três primeiros meses, 65 homicídios motivados por homofobia, mantendo a média mensal de 21,6 casos.

O crescimento no volume de ocorrências fica mais acentuado na análise dos últimos cinco anos. Foram 113% a mais, destaca o relatório (em 2007, a quantidade de homicídios ficou em 122).

O Brasil é campeão mundial neste tipo de violência, superando países como os Estados Unidos, cuja população é maior em mais de 100 milhões de habitantes. Na comparação com os norte-americanos, o Brasil apresenta risco 785% maior de um homossexual ser assassinado.

Os gays são o grupo mais vitimado, correspondendo a mais da metade do total. Em seguida, estão os travestis e as lésbicas. Pelo segundo ano consecutivo, a Bahia figura no topo da lista: foram 29 ocorrências. Logo atrás, vêm Alagoas, com 24 mortes, Rio de Janeiro e São Paulo, empatados com 23, cada. Rio Grande do Norte e Roraima registraram um assassinato.

O relatório aponta o Nordeste como a região mais homofóbica: "Abriga 30% da população brasileira e registrou 39% dos LGBT assassinados". De acordo com o levantamento, a chance de um homossexual ser morto nesta região é aproximadamente 80% maior do que no Sul e no Sudeste.

Faixa de risco

Segundo o levantamento, 28% dos assassinatos são cometidos contra homossexuais com idades entre 20 e 29 anos. Esta faixa etária é a que apresenta maior risco de morte. O estudo mostrou também que as vítimas pertenciam a diferentes classes sociais.

- As vítimas pertenciam a mais de 60 profissões, demonstrando a crueldade da homofobia em todos os segmentos sociais, predominando profissionais do sexo, cabeleireiros, estudantes, profissionais liberais, incluindo diversos pais de santo e padres.

Outro dado apresentado foi a forma como os crimes são praticados. Arma de fogo lidera, com 43%. Já o uso de facas foi empregado em 27% das ocorrências. As demais formas são espacamento, pedrada, enforcamento e sufocamento. Um detalhe que chamou a atenção foi a crueldade nos assassinatos, alguns deles antecedidos de tortura e, até mesmo, de castração.