Costumo dizer que não saí do armário, e, sim, fui expulso dele. Eu tinha 17 anos quando confiei em minha irmã e contei para ela sobre a minha sexualidade. Ela é mais velha do que eu e na época tinha uma namorada que me simpatizei e começamos a sair. Estávamos voltando de um dos nossos passeios, a Ângela, namorada da minha irmã começou a falar sobre sexualidade e questionou sobre a minha orientação sexual. Eu cai como um patinho e contei todos os meus “segredos” sexuais. Na hora, a minha irmã chorou, achei uma atitude estranha e a questionei, ela disse que estava triste, porque os gays “sofrem” demais e ela não queria ver-me sofrendo.
Passaram-se os meses, a orientação sexual que temos em comum me aproximou de minha irmã. Íamos a barzinhos, boates, restaurantes e passamos a ter amigos em comum. Para os meus pais, minha sexualidade era um segredo, já a da minha irmã, todos sabiam. Ela foi casada, ficou 2 meses e 5 dias comprometida num casamento depois de anos de namoro, a separação veio à tona por conta de ciúmes que o marido tinha de sua “melhor amiga”. Depois, descobrimos que a amiga tinha uma representatividade muito maior em sua vida.
Certa vez, minha irmã me disse: - “Não é justo eu sofrer preconceito do pai e da mãe e você, que também é gay, ficar de boa”. Achei o questionamento estranho, aliás, sair ou não do armário é uma decisão única e intransferível. Não dei importância para a situação, mas deveria. Com relação às minhas irmãs, sempre fui muito discreto. Meus pais até poderiam desconfiar de minha homossexualidade, mas jamais tiveram certeza. Minha timidez era um fator preponderante para a dúvida que não queria calar.
Num final de semana qualquer, minha mãe me chamou para ir visitarmos uma amiga. Fomos para São Roque, cidade onde morava a “Irmã” Cida, missionária e dirigente de uma casa de recuperação de drogados que minha família ajudava com doações. Almoçamos com a família dela e assim que terminamos, ela nos convidou para caminharmos na mata, fui com ela e minha mãe. Caminhamos por alguns minutos e quando estávamos afastados dos demais, ela disse que, junto com a minha mãe, precisava falar comigo, eu não disse nada, apenas olhei para as duas e ela continuou, disse que minha mãe sabia da minha homossexualidade e que iria me ajudar a me “libertar”. Naquele dia, não voltei para casa, fiquei hospedado na casa dela, onde ela começou com “sessões de cura espiritual”.
Passaram-se os dias. Dormia gay e acordava gay e aquela situação já estava me irritando. Ela fazia orações, pedia para eu ler algumas passagens da bíblia e uma vez por semana me levava num lugar chamado “Vale da Benção”, um lugar muito grande, onde têm igrejas, dormitórios para hospedar visitantes e casas, uma espécie de condomínio evangélico. Comecei a ficar entediado com aquilo. Em São Paulo, costuma ir para baladas de sexta, sábado e domingo, tinha algumas paqueras e muitos amigos, percebi que esse lance de deixar de ser gay era uma furada e que eu só estava me martirizando.
Num domingo, fomos surpreendidos com a morte de uma galinha. Nesse dia nem fui ao galinheiro, pois disseram que havia penas e sangue para todos os lados. A ave foi morta por um cachorro, a missionária ficou furiosa com aquilo e jogou o cachorro num poço, o animal ficou a manhã inteira chorando e morrendo aos poucos, aquilo me deixou muito chateado e foi à gota d’água para dar um ponto final naquela história. Liguei para minha mãe e disse que se até a noite ela não estivesse lá para me levar para casa, ela nunca mais teria noticias minhas, eu estava disposto a sumir, andar sem rumo se aquela situação não fosse revista.
Antes de anoitecer, meus pais foram me buscar. O trajeto São Roque – São Paulo foi feito em silêncio. Quando chegamos em casa, fui informado que eu não poderia mais usar telefone, internet e sair com amigos e descobri que meu pais ficaram sabendo de minha sexualidade por intermédio de minha irmã, que ligou para um amigo meu enquanto o meu pai estava na extensão ouvindo eles falavam a meu respeito. Pressionado pelos meus pais, freqüentei o GAD (Grupo de Apoio a Família), as reuniões aconteciam numa igreja evangélica e era monitorada por uma psicóloga cristã, que em nenhum momento tratou o meu caso como uma doença ou desvio moral. Assim como me cansei da situação em São Roque com a missionária, também que cansei daquela situação de freqüentar a igreja e aquele grupo que mais servia para lavar roupa suja do que para fazer terapia.
Estava uma pilha, precisava de fôlego e a única saída que encontrei foi me fingir de liberto, agir como hétero, como cristão para minha família. Comecei a falar que ia para as vigílias, mas ia para a Tunnel, foi uma época muito divertida. Na época, fiz amizade com uma menina lésbica, contei para ela a minha situação e ela fingiu ser a minha namorada, ficávamos horas ao telefone com conversas melosas e com o tempo fui colocando a minha vida em ordem, impondo limites e adquirindo respeito.
Depois de tudo o que passamos, o relacionamento familiar não tem mais condições de voltar a ser o mesmo. E uma coisa eu garanto: eu não sou o culpado por isso. Não quero transferir toda a responsabilidade para os meus pais, pois eles também são vitimas de um sistema que prega a heteronormatividade liderado por religiosos, hipócritas e fundamentalistas. Porém, depois de tudo que passamos, temos que ser gratos por ter nos restado o respeito e as mínimas condições de uma vida familiar.
Meus pais que deveriam ter procurado ajuda, não eu. Na época, não existia o GPH (Grupo de Pais de Homossexuais), fundado pela escritora Edith Modesto e o Grupo Arco-Íris que tem o Projeto Entre Garotos, que vem trabalhando no íntuito de unir pais com seus filhos homossexuais. Acredito que se existisse trabalhos de orientação a pais, eles não procurariam ajuda, pois até hoje eles são convictos de que eu sou errado por ser gay e que no “juízo final” serei punido por conta dos meus “desvios de conduta”. Hoje, tenho uma convivência familiar pacifica, mas seria ótimo se um dia eles procurassem o GPH e descobrissem que, além deles, existem outros pais que querem entender os seus filhos pelo simples fato deles serem homossexuais.
Passaram-se os meses, a orientação sexual que temos em comum me aproximou de minha irmã. Íamos a barzinhos, boates, restaurantes e passamos a ter amigos em comum. Para os meus pais, minha sexualidade era um segredo, já a da minha irmã, todos sabiam. Ela foi casada, ficou 2 meses e 5 dias comprometida num casamento depois de anos de namoro, a separação veio à tona por conta de ciúmes que o marido tinha de sua “melhor amiga”. Depois, descobrimos que a amiga tinha uma representatividade muito maior em sua vida.
Certa vez, minha irmã me disse: - “Não é justo eu sofrer preconceito do pai e da mãe e você, que também é gay, ficar de boa”. Achei o questionamento estranho, aliás, sair ou não do armário é uma decisão única e intransferível. Não dei importância para a situação, mas deveria. Com relação às minhas irmãs, sempre fui muito discreto. Meus pais até poderiam desconfiar de minha homossexualidade, mas jamais tiveram certeza. Minha timidez era um fator preponderante para a dúvida que não queria calar.
Num final de semana qualquer, minha mãe me chamou para ir visitarmos uma amiga. Fomos para São Roque, cidade onde morava a “Irmã” Cida, missionária e dirigente de uma casa de recuperação de drogados que minha família ajudava com doações. Almoçamos com a família dela e assim que terminamos, ela nos convidou para caminharmos na mata, fui com ela e minha mãe. Caminhamos por alguns minutos e quando estávamos afastados dos demais, ela disse que, junto com a minha mãe, precisava falar comigo, eu não disse nada, apenas olhei para as duas e ela continuou, disse que minha mãe sabia da minha homossexualidade e que iria me ajudar a me “libertar”. Naquele dia, não voltei para casa, fiquei hospedado na casa dela, onde ela começou com “sessões de cura espiritual”.
Passaram-se os dias. Dormia gay e acordava gay e aquela situação já estava me irritando. Ela fazia orações, pedia para eu ler algumas passagens da bíblia e uma vez por semana me levava num lugar chamado “Vale da Benção”, um lugar muito grande, onde têm igrejas, dormitórios para hospedar visitantes e casas, uma espécie de condomínio evangélico. Comecei a ficar entediado com aquilo. Em São Paulo, costuma ir para baladas de sexta, sábado e domingo, tinha algumas paqueras e muitos amigos, percebi que esse lance de deixar de ser gay era uma furada e que eu só estava me martirizando.
Num domingo, fomos surpreendidos com a morte de uma galinha. Nesse dia nem fui ao galinheiro, pois disseram que havia penas e sangue para todos os lados. A ave foi morta por um cachorro, a missionária ficou furiosa com aquilo e jogou o cachorro num poço, o animal ficou a manhã inteira chorando e morrendo aos poucos, aquilo me deixou muito chateado e foi à gota d’água para dar um ponto final naquela história. Liguei para minha mãe e disse que se até a noite ela não estivesse lá para me levar para casa, ela nunca mais teria noticias minhas, eu estava disposto a sumir, andar sem rumo se aquela situação não fosse revista.
Antes de anoitecer, meus pais foram me buscar. O trajeto São Roque – São Paulo foi feito em silêncio. Quando chegamos em casa, fui informado que eu não poderia mais usar telefone, internet e sair com amigos e descobri que meu pais ficaram sabendo de minha sexualidade por intermédio de minha irmã, que ligou para um amigo meu enquanto o meu pai estava na extensão ouvindo eles falavam a meu respeito. Pressionado pelos meus pais, freqüentei o GAD (Grupo de Apoio a Família), as reuniões aconteciam numa igreja evangélica e era monitorada por uma psicóloga cristã, que em nenhum momento tratou o meu caso como uma doença ou desvio moral. Assim como me cansei da situação em São Roque com a missionária, também que cansei daquela situação de freqüentar a igreja e aquele grupo que mais servia para lavar roupa suja do que para fazer terapia.
Estava uma pilha, precisava de fôlego e a única saída que encontrei foi me fingir de liberto, agir como hétero, como cristão para minha família. Comecei a falar que ia para as vigílias, mas ia para a Tunnel, foi uma época muito divertida. Na época, fiz amizade com uma menina lésbica, contei para ela a minha situação e ela fingiu ser a minha namorada, ficávamos horas ao telefone com conversas melosas e com o tempo fui colocando a minha vida em ordem, impondo limites e adquirindo respeito.
Depois de tudo o que passamos, o relacionamento familiar não tem mais condições de voltar a ser o mesmo. E uma coisa eu garanto: eu não sou o culpado por isso. Não quero transferir toda a responsabilidade para os meus pais, pois eles também são vitimas de um sistema que prega a heteronormatividade liderado por religiosos, hipócritas e fundamentalistas. Porém, depois de tudo que passamos, temos que ser gratos por ter nos restado o respeito e as mínimas condições de uma vida familiar.
Meus pais que deveriam ter procurado ajuda, não eu. Na época, não existia o GPH (Grupo de Pais de Homossexuais), fundado pela escritora Edith Modesto e o Grupo Arco-Íris que tem o Projeto Entre Garotos, que vem trabalhando no íntuito de unir pais com seus filhos homossexuais. Acredito que se existisse trabalhos de orientação a pais, eles não procurariam ajuda, pois até hoje eles são convictos de que eu sou errado por ser gay e que no “juízo final” serei punido por conta dos meus “desvios de conduta”. Hoje, tenho uma convivência familiar pacifica, mas seria ótimo se um dia eles procurassem o GPH e descobrissem que, além deles, existem outros pais que querem entender os seus filhos pelo simples fato deles serem homossexuais.
19 comentários:
Bom, até onde eu posso observar, pelo menos 90% dos pais não vão aceitar numa boa se souberem que o filho é homossexual (ou mesmo bissexual).
Só não vai ser assim se a não ser que a pessoa tenha pais muuuuuito liberais.
De outro modo, os pais podem até não reagir de forma agressiva, mas também não vão gostar da idéia.
Mas tem uma coisa que eu questiono sobre contar pros pais: a pessoa vai contar esse assunto pros pais pra quê? Eu vejo gays e lésbicas que desenvolvem quase uma obsessão em conseguir contar isso pros pais algum dia. Mas pra quê? Esse é um assunto que diz respeito à própria pessoa e às pessoas com quem ela se relaciona sexualmente. Os pais não precisam entrar em questões da vida seuxal do filho, mesmo que o filho seja hétero. Resumindo: acho que pai e mãe simplesmente não têm que entrar nessa questão. Principalmente se você já é adulto e não deve mais nenhum tipo de satisfação a eles. Então, pra quê trazer eles pra dentro desse assunto?
E outra coisa: pai e mãe, com raríssimas exceções, vão conversar com o filho de igual pra igual. Independente da idade do filho, eles sempre (ou pelo menos em 90% das vezes) vão se colocar como superiores falando com um inferior; não como uma pessoa que tá apenas conversando com outra pessoa numa boa. No mínimo, eles sempre pensam que sabem mais, mesmo quando não entendem nada do assunto. Então acho meio impossível que os pais ouçam um desabafo do filho sem que já comecem desde o início a querer dizer que o filho tem que fazer isso, que o filho não tem que fazer aquilo... E acabam nem prestando muita atenção no que o filho tá falando. Eles se preocupam mais em querer controlar a situação do que em ouvir o filho.
Agora, se os pais descobrirem sem a pessoa querer, aí eu acho que nem dá pra sugerir nada, né? Porque aí cada caso é um caso. Depende da situação em que isso foi descoberto, depende do quê os pais viram quando descobriram, depende de quem eram as outras pessoas que tavam envolvidas quando os pais descobriram...
Mas o que a gente pode sugerir é que a pessoa nunca finja que é hétero. Porque se você se faz passar por hétero e depois qualquer pessoa descobre que você não é, o choque vai ser muito maior e vai ter gente tratando a situação como ´´uma tragédia``; se você não assumia que era homossexual mas também não fingia que era heterossexual, pode até causar um estranhamento quando descobrirem, mas também não vai ser ´´uma tragédia``, porque aí, minimamente, a possibilidade de você não ser hétero já vai ter passado pela cabeça da maioria das pessoas.
E mesmo dentro da família costuma ser assim.
nossa!
tenho certeza q qndo eu for obrigado a sair do armário para meus pais vai ser tão dramático qnto isso
Eu tb tenho uma história parecida com a sua, sobre ser gay e ter uma família evangélica dizendo o tempo todo que precisava ser liberto, pois ser gay era coisa do demô! Foi uma fase horrível pra mim, mas graças à Deus hoje está td tranquilo...Eles reconheceram que ter um filho gay não disvirtua o carácter.
Marcos,
Joguei nas listas, mas acho que ninguém leu... passou de três linhas, ninguém mais lê... risos... ou se lê, fica com medo de comentar...Triste.
Bom, eu defendo a saida do armário, aí inclui contar para o pai e a mãe. Como você ez, não contou, mas não negou, é a mesma coisa. Assumiu e isso é uma questão de coragem, sempre.
Homossexualidade não é apenas sexo ou "algo privado". Ela está presente em tudo, nos acompanha até quando vamos comprar pão e participa do nosso olhar do mundo, sensações.
sua história realmente daria um curta, vou falar com o Marcelo Caetano. Ou, até mesmo, um longa. Tem já um filme com a mesma história, trata-se do "Save Me" ( Veja o cartaz e como baixar em:
http://movies.transveados.com/index.php?option=com_jmovies&Itemid=61&task=detail&id=29 )Lá tem até um trailer do filme...
Beijos,
Ricardo
aguieiras2002@yahoo.com.br
A minha saída foi parecida. O meu irmão mais velho contou pro meu pai, nao diretamente, mas deu um jeito dele saber. Na época ele queria me detonar na empresa familiar, pois eu estava tendo créditos e ficando influente com meu pai. Funcionou, meu velho pediu para eu sair da empresa. Fiquei um ano fora, depois ele me chamou de volta. Meu irmao quase teve um ataque. Meu pai acabou aceitando melhor que minha mãe, apesar de nunca falar no assunto. Sou da opinião que contar depende de cada um, se realmente vc achar que e fundamental para sua felicidade, conte, se não bobagem. Como um amigo meu dizia, minha mãe sabe, mas finge que não, se um dia ela me pegar na cama eu falo que estava dopado e ela acredita. Melhor para todos. Cada caso e um caso. Abraço
Pois... muito legal seu "depoimento". Estou lendo o livro da Edith Modesto : Entre Mulheres - Depoimentos Homoafetivos. Meu caso é o oposto do seu, um irmão meu me empurra pra dentro do armário todo o tempo! Comentei no NoGhetto e indiquei a leitura aqui! Abraço
Amigo, gostei do seu depoimento. A minha vida foi marcada por passagens tristes...nossa. Mas, levo tudo na boa...minha família também.
Abraços
Amei esse teu texto.
Cara, Boa Noite.
Muito legal o seu Blog.
Espero tb trocar mais algumas ideias contigo.
Um forte abraço.
William Mourão - Brasilia/DF
Blog: http://pegasusdiversidade.blogspot.com/
Situação complicada essa... Como vc disse, sair do armario é uma decisao pessoal. Ninguem tem o direito de passar por cima disso. Fico contente que as coisas tenham melhorado em vista do que era...Quando minha familia soube foi bem engraçado até... meu pai brigando mt e falando coisas horriveis e minha mae brigando com ele por falar isso.. Sei q no fundo os pais nao entendem de fato nossa situação, mas é otimo quando respeitam nossa vida. Tenha um otimo fds. Abraços
Graças a Deus ainda não passei por isso. Ser expulso do armário...
Mas concordo que é uma situação absurda, porque temos o direito de sairmos quando acharmos que é a hora certa. Existe a hora certa? Cada um sabe de si. Cada um sabe a hora certa de assumir o que é, e viver da forma que acha melhor.
Ninguem tem o direito de influir a tão ponto na vida do outro.
Nossa! Por um acaso cheguei ao seu blog, quase ia mudando de página, quando me deparei com o seu relato. Estou impressionada com a sua coragem e determinação. Sou hetero, mas tenho muitos amigos que são homo, e sei o quanto é difícil se assumir.
Muito bom o texto.
Abraço.
Nossa!
Que texto marcante!!!
Bjo
Olá amigo! quando li o teu depoimento confesso que me emocionei, vi meu,passado todo como um filme. Sofri muito por ser gay, primeiro porque eu não me aceitava, depois a desconfiança de todos, busquei na religião me libertar expulsei tanto demônio, os que tinha e os que não, tinha inumeras vigilía, encontros, congressos, montes , jejuns..etc.Mas como vc disse, eu ia dormir Gay, e acordava mais gay ainda. Minha familía, não toca no assunto, talves porque sou muito timido e reservado, eu espero muito que eles me pergunte se sou ou não gay, direi que sou sim! porque agora eu me aceito gay, e isso é o que importa..bjs amigo lindo o teu depoimento, continuo torcendo por tí...!!
Muito bom tópico!
Começando pela "expulsão do armário" - comigo aconteceu o mesmo, porém de forma surpreendente: Minha mãe me chamou pra conversar, disse que sabia que eu era gay e que continuaria tudo OK. E continuou mesmo! Minha vida sempre seguiu o fluxo normal e até hoje nunca tive problemas com isso. Me sinto um privilegiado, inclusive.
Mas isso é coisa rara de se ver. Talvez a diferença esteja no fator "religião". Na minha casa não havia religiosos. Havia fé, sim, de alguma forma, mas não havia religião e por isso, nosso convívio sempre foi pacífico e harmonioso. As diferenças sempre foram respeitadas...
Continuo achando (e estou longe de mudar de opinião), que o maior algoz dos gays é a religião, principalmente a judaico-cristã.
Não sei se vc viu, mas coloquei um tópico no meu blog chamado "O sofrimento de um gay cristão" onde eu divulguei os trechos de um e-mail que recebi de um leitor, que também retrata bem as angústias de ser um cristão gay.
É uma questão realmente complicadíssima.
Mais uma vez parabéns pelo tópico.
Grande abraço!
oi meu xará lindo
nossa que texto tocante !!!! nossa só você mesmo tem o DOM de nos emocionar !!!!
parabens
kinho
É normal os pais terem dificuldades para assimilar o que não estava em seus planos.Mas qual o problema em gostar de alguém do mesmo sexo? Nada de errado nisso! Reagir contra não é nada construtivo. O ideal seria os pais abrirem mão dos preconceitos e ajudar na tentativa de definir condutas. Para isso, antes de mais nada, precisão aprender mais sobre homossexualidade. Edith Modesto é um exemplo disso, assim que soube que seu filho era gay,começou a pesquisar para poder entender o que estava acontecendo com ele.Edith foi mais longe, montou um Grupo de Pais para que, assim como ela, pudessem entender seus filhos e trocar informações.Há também o livro do meu querido amigo Fabricio Viana, O ARMÁRIO. Ele fala sobre as relações familiares, sobre o papel castrador da religião, sobre negativismo homossexual, homofobia internalizada e, principalmente, sobre machismo. Infelizmente a pouca informação que temos no dia-dia, a sexualidade humana ainda representa um tema obscuro daquilo que mais precisamos: amor.
Eu me lembro que vc me contou esta história lá no yahho respostas, quando eu tinha feito a minha primeira pergunta lá, foi aí que eu simpatizei com vc e com o seu blog. A sua história é incrível mesmo. Achei legal que vc falou sobre seua pais também serem vítimas, acho que toda a sociedade é vítima da ignorância imposta pela igreja no passado. Por isso, procuro não ficar acusando a sociedade por tudo, pois também sei que não sou perfeito.
Acho que todo mundo deveria ser orientado sobre sexualidade, pois isso sim nos ajudaria. Mas nesse sistema onde vivemos, onde professores, médicos, e até psicólogos são preconceituosos, fica muito difícil. Mas aos poucos chegamos lá. Ainda bem que temos uns aos outros, né?
Abraços...
Já estou com 27 anos e ainda vivo esta situação. Estou à beira de explodir. Já tive inúmeras crises familiares, fiz tudo certo na minha vida e meus pais ainda acham que sou drogado (e eu não bebo nem cerveja). Dá vontade de sumir para sempre, estou desesperado para conseguir um emprego que me permita isso.
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