A “Agência Brasil”, agência de notícias mantida pelo governo brasileiro e administrada pela Radiobrás, acaba de publicar uma reportagem que denuncia a homofobia nas escolas. A reportagem aborda o preconceito nas escolas, apresentando a temática a partir da perspectiva de educadores, psicólogos e das próprias vítimas.
A reportagem aponta que nas escolas públicas brasileiras, 87% da comunidade – sejam alunos, pais, professores ou servidores – têm algum grau de preconceito contra homossexuais. O dado faz parte de pesquisa divulgada recentemente pela Faculdade de Economia, Administração e Contabilidade da Universidade de São Paulo (FEA-USP) e revela um problema que estudantes e educadores homossexuais, bissexuais e travestis enfrentam diariamente nas escolas: a homofobia. O levantamento foi realizado com base em entrevistas feitas com 18,5 mil alunos, pais, professores, diretores e funcionários, de 501 unidades de ensino de todo o país.
Discriminação afeta desempenho escolar de alunos homossexuais, muitos gays deixam de freqüentar as salas de aula para fugirem do preconceito instaurado nas salas de aula. Na escola, eu passei por isso, na maioria das vezes ficava quieto, mas houve casos que eu parti para a agressão física e fui parar na diretoria por conta disso. Vejo o preconceito também por parte dos educadores, pois os mesmos não advertem com rigor os pequenos homofobicos que eles estão formando.
Um grande agravante na formação acadêmica nas escolas é a ausência do debate sobre a diversidade sexual nos livros didáticos adotados pelo MEC. Os livros tratam de temas de famílias chefiadas por mulheres, mas ignoram as “famílias alternativas” que são as que compõem os pais e mães gays e se não existe uma abordagem no material didático dos alunos, como cobramos dos educadores posturas efetivas para o combate a homofobia escolar? Os professores não estão preparados para lidar com essa questão e orientar a sociedade para a aceitação da diversidade sexual.
A religião de professores ou da equipe pedagógica da escola também costuma interferir no tratamento dispensado a alunos homossexuais. O presidente da Associação Brasileira de Gays, Lésbicas, Bissexuais, Travestis e Transexuais (ABGLT), Toni Reis, diz que muitos educadores levam para a escola “seus conceitos religiosos e fundamentalistas”. Ele defende que uma capacitação para a educação sexual, em seu sentido mais amplo, facilitaria a compreensão. O estudo mostra casos de coordenadores que usam argumentos religiosos para condenar o relacionamento entre alunos do mesmo sexo.
Travestis e transexuais são as maiores vítimas da homofobia dentro da escola. Educadores, psicólogos e entidades consultados pela Agência Brasil são unânimes ao afirmar que esse público é o mais afetado. Para fugir da discriminação, muitas vezes a saída é abandonar os estudos. “É raríssimo encontrar uma travesti no ensino médio”, afirma o educador Beto de Jesus, representante na América Latina da Associação Internacional de Lésbicas, Gays, Bissexuais, Trans e Intersexo (ILGA). Temos que fazer valer os nossos direitos constitucionais e não permitir que essa homofobia velada ao adolescente LGBT persista no sistema educacional brasileiro.
Para conferir a matéria, os depoimentos, os dados estatísticos e o material de áudio, acesse o site da Agência Brasil.
A reportagem aponta que nas escolas públicas brasileiras, 87% da comunidade – sejam alunos, pais, professores ou servidores – têm algum grau de preconceito contra homossexuais. O dado faz parte de pesquisa divulgada recentemente pela Faculdade de Economia, Administração e Contabilidade da Universidade de São Paulo (FEA-USP) e revela um problema que estudantes e educadores homossexuais, bissexuais e travestis enfrentam diariamente nas escolas: a homofobia. O levantamento foi realizado com base em entrevistas feitas com 18,5 mil alunos, pais, professores, diretores e funcionários, de 501 unidades de ensino de todo o país.
Discriminação afeta desempenho escolar de alunos homossexuais, muitos gays deixam de freqüentar as salas de aula para fugirem do preconceito instaurado nas salas de aula. Na escola, eu passei por isso, na maioria das vezes ficava quieto, mas houve casos que eu parti para a agressão física e fui parar na diretoria por conta disso. Vejo o preconceito também por parte dos educadores, pois os mesmos não advertem com rigor os pequenos homofobicos que eles estão formando.
Um grande agravante na formação acadêmica nas escolas é a ausência do debate sobre a diversidade sexual nos livros didáticos adotados pelo MEC. Os livros tratam de temas de famílias chefiadas por mulheres, mas ignoram as “famílias alternativas” que são as que compõem os pais e mães gays e se não existe uma abordagem no material didático dos alunos, como cobramos dos educadores posturas efetivas para o combate a homofobia escolar? Os professores não estão preparados para lidar com essa questão e orientar a sociedade para a aceitação da diversidade sexual.
A religião de professores ou da equipe pedagógica da escola também costuma interferir no tratamento dispensado a alunos homossexuais. O presidente da Associação Brasileira de Gays, Lésbicas, Bissexuais, Travestis e Transexuais (ABGLT), Toni Reis, diz que muitos educadores levam para a escola “seus conceitos religiosos e fundamentalistas”. Ele defende que uma capacitação para a educação sexual, em seu sentido mais amplo, facilitaria a compreensão. O estudo mostra casos de coordenadores que usam argumentos religiosos para condenar o relacionamento entre alunos do mesmo sexo.
Travestis e transexuais são as maiores vítimas da homofobia dentro da escola. Educadores, psicólogos e entidades consultados pela Agência Brasil são unânimes ao afirmar que esse público é o mais afetado. Para fugir da discriminação, muitas vezes a saída é abandonar os estudos. “É raríssimo encontrar uma travesti no ensino médio”, afirma o educador Beto de Jesus, representante na América Latina da Associação Internacional de Lésbicas, Gays, Bissexuais, Trans e Intersexo (ILGA). Temos que fazer valer os nossos direitos constitucionais e não permitir que essa homofobia velada ao adolescente LGBT persista no sistema educacional brasileiro.
Para conferir a matéria, os depoimentos, os dados estatísticos e o material de áudio, acesse o site da Agência Brasil.
6 comentários:
É, eu sou professor, e vi tudo isso de perto!
homofobia por parte da equipe pedagógica
homofobia por parte dos professores
homofobia por parte dos alunos
mas também homofobia por parte dos alunos em relação ao professor que vos fala!
é mta coisa
mta coisa mesmo!
A escola negligencía e banaliza o comportameno homofobico quando não se propõe discutir a diversidade. É preciso repensar esse modelo de escola, para que possams pensar em uma sociedade para a diversidade!!!
Sou pedagoga e vejo como nossa formaçao ainda esta longe de ser uma boa educação na area sexual. Por varias vezes apresentei trabalhos em relaçao a educ. sexual e encontrava resistencia perante as colegas de turma, pois as mesmas ainda tem uma visao muito rstrita, fundamentalista mesmo. Ainda nao conseguem desvencilhar que elas nao tem nada a ver com a orientaçao de cada um, porem, cabe a Nos instaurar o respeito com todos os cidadaos dentro de sala.
Bjs =)
Não cheguei a ser diretamente discriminado porque ninguém sabia da minha sexualidade. Mas foi difícil ouvir calado os comentários ao estilo "que nojo" quando o assunto homossexualidade surgia. Vivia com medo que alguém descobrisse ou desconfiasse que eu era gay. Foi um período terrível.
Eu sou professor.
Ainda não dei aula pra Ensino Médio, mas já fui estagiário de turmas de Ensino Médio.
O que eu presenciei mais foram comentários homofóbicos entre os alunos do tipo:
´´Isso é coisa de viado!``
Agressão direta de alguém contra alguém por ser homossexual, pelo menos até agora, eu nunca vi no Ensino Médio. Não tô dizendo que não acontece, tô dizendo que EU nunca vi, certo?
Por incrível que pareça, eu vejo isso acontecer com mais frequência no Ensino Fundamental, quando são crianças mesmo.
Uma coisa que você mencionou aí que eu achei curiosa foi que a gente não vê travestis nas escolas. Mas aí talvez seja até uma questão da obrigação do uso do uniforme. Porque o aluno, independente das preferências sexuais, tem que usar uniforme, né? E o aluno que é travesti teria que usar o uniforme masculino, o nome dele que constaria na matrícula e na ficha de chamada seria o nome masculino dele (que é o oficial)... Então, acho que nem tem muito como alguém ser travesti enquanto tiver dentro da escola como aluno daquela escola.
E homofobia partindo de professores, aí eu já vi, sim. Mas só em casos raros que eu já vi alguma coisa muuuuuito violenta nesse sentido, de incentivar discriminação contra homossexuais e tal. O que eu vi na maioria das vezes foram alguns professores contando aquelas piadinhas homofóbicas bobas.
De qualquer forma, quando acontece qualquer tipo de agressão por causa disso, é claro que a gente tem que tomar as medidas cabíveis.
Eu não tive este problema na escola, talvez por que nunca fui muito afetado, mas tenho vários amigos que sofreram ou sofrem muito preconceito.
Infelizmente o local que deveria ajudar acaba por ser um dos piores campos de concentração. Muita coisa melhorou, mas ainda falta muito.
Mas o que cobrar das escolas, se elas não podem educar? Não podem reprovar? Estão todos nas mãos dos jovens e da má cultura?
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