- Eu já fiquei com você - disse a meretriz depois que me deu o primeiro beijo.
- Comigo? Onde ficamos? - perguntei assustado.
- Isso não vou lembrar - respondeu como responderia qualquer outra meretriz.
- Como você se chama? - perguntei enquanto tirava sua peruca.
- Diego e você, como se chama? - perguntou me dando outro beijo.
- Marcos... agora eu me lembro de você, ficamos numa rave.
O encontro na rave tem mais de 5 anos, foi em Sorocaba, numa festa predominantemente hétero. Eu lá estava com os meus amigos, quando vi um cara bonito e barbudo parado, me olhando. Ele foi se aproximando aos poucos, veio por trás e disse ao pé do meu ouvido:
- Que sorte encontrar um ursão desses por aqui - disse enquanto eu virava para o beijar.
- E eu pensando que não rolaria nada nessa festa - disse entre um beijo e outro.
Ele me levou para área de camping, estava procurando por um barraca, senti que ele estava um pouco perdido, mas achei natural depois de tantas bebidas e talvez um alucinógeno.
- Aqui está! - disse ele entrando na barraca.
- Que bacana, estava querendo acampar aqui, mas meus amigos não toparam - respondi enquanto ele me puxava para dentro da barraca.
O sexo rolou ali mesmo, dentro da barraca, ao som da rave e dos acampados ao redor. Transar ao som de trance e dentro de um camping, é uma experiência única e indescritível. Diego era todo peludo, era um pelo alto e macio, ele também tinha muitos pelos nas pernas, se não fosse pelo rosto, de longe seria difícil falar que ele era branco, seus pelos pretos tomavam todo o seu corpo.
- Posso saber o que significa isso? - perguntou um rapaz ao abrir a entrada da barraca.
- Se vista logo! - disse Diego enquanto subia as calças.
- O que está acontecendo? - perguntei confuso.
- Agora não posso explicar, apenas corre - e foi o que fizemos em meio as barracas, com calças caindo, bunda a mostra, sem camisetas e ao som de protestos do rapaz da barraca.
- Filhos da Puta, filhos da puta - ele gritava enquanto o pessoal das barracas davam risadas.
Depois de muito correr, nos jogamos na grama, próximo do palco das atrações, ficamos ali por alguns minutos, nos recompondo, vendo um nascer do sol maravilhoso e toda energia positiva que aquele lugar nos estavam proporcionando. Nos despedimos da mesma forma que nos conhecemos. Estava com meus amigos e ele chegou por trás e disse:
- Tchau, ursão - me envolvendo em seu peito peludo.
Só quando eu estava no meio do caminho eu percebi que não havia pego o telefone do rapaz e nem eu tinha dado o meu, mas se fosse para nos reencontramos, com certeza a vida se encarregaria de nos proporcionar novos encontros.