Não tenho medo da morte, apenas a acho estranha. Talvez seja medo do desconhecido, se for, nesse caso, eu tenho medo da morte.
No ano passado, no dia do primeiro turno das eleições municipais, um primo da minha mãe foi almoçar em casa. Apesar do pouco contato que tive com ele, sempre tive muita simpatia pela sua pessoa. Nesse ano, eles estavam combinando de irem para o Pernambuco, iriam visitar alguns parentes em Belo Jardim, e outras cidades próximas que não me recordo os nomes. Como esse primo estava com uma saúde muito debilidade, a viagem necessitaria de cuidados, e o filho dele preferia acompanhá-lo, mas, a morte colocou fim no desejo de visitar algumas tias que vivem no interior de Pernambuco.
Esse tipo de noticia é preferível dar pessoalmente as pessoas cardíacas. Não contamos a minha mãe, pretendíamos dar a noticia quando chegássemos em casa, porém o filho do primo da minha mãe deixou uma mensagem no Orkut que lhe dava a nóticia. Ela ficou triste, chorou, mas não precisou de intervenção médica. No outro dia fui com ela ao cemitério para assistirmos ao sepultamento.
O caixão estava lacrado e o rosto um pouco inchado. Ficamos sabendo que ele morreu ao se levantar da cama, chegou a abrir a janela, talvez para recuperar o ar que os últimos instantes de vida estavam lhe tirando, ar não recuperado e que deu lugar ao infarto fulminante, levando a vida sem a possibilidade de um socorro prévio, de uma intervenção médica. Ele estava na fila de um transplante de coração, seu caso era muito grave e todos sabiam que as chances dele morrer nessa fila eram grandes.
Fiquei observando a viúva. Mulher alegre e falante, conversou muito na ocasião que almoçou na minha casa. Ela nos avistou de longe e veio em nossa direção, no caminho foi interceptada por outras pessoas que lhe deram os seus pêsames e fraternalmente a abraçaram, depois de alguns minutos, também a abracei, porém não disse nada. Não há o que ser dito num momento tão difícil, qualquer tentativa de conforto, torna-se muito superficial: Deus sabe o que faz. É melhor assim. Ele não sofre mais. Ele está num lugar melhor. São expressões horríveis para dizer em meio a tanto sofrimento, a meu ver, um abraço sincero e o silêncio é o melhor conforto que uma pessoa possa receber. Nesses momentos queremos a solidão misturada com a presença de pessoas queridas.
Quando começou a cerimônia budista, soube que os momentos mais tristes estavam se aproximando. Tenho muitos parentes budistas, porém nenhum é oriental. No cemitério fiquei pensando no sucesso que a imigração japonesa teve no Brasil, a cultura oriental está amplamente inserida no Brasil - desde a religião, até a gastronomia - uma parte considerável de minha família que estavam fadados ao cristianismo, se converteram ao budismo. Terminada a cerimônia, o caixão foi retirado da sala do velório e levado ao túmulo destinado ao mesmo. É um momento muito triste. Não lido bem com a morte, nunca soube lidar. Não existe nada mais triste do que as despedidas permanentes.
Saindo do cemitério, fui para a empresa. Depois fui vender uns dólares que sobraram da viagem do Douglas, e liguei para ele, avisando que iria embora e pedindo para ele me acompanhar, estou tomando uns medicamentos que me deixa muito sonolento e não estava com disposição para assistir aula... Hoje completa uma semana que estou doente, com a garganta inflamada, febre e dores no corpo. Já estou bem melhor, creio que amanhã me recuperarei por completo, e na segunda-feira voltarei a cumprir minha rotina habitual.
No ano passado, no dia do primeiro turno das eleições municipais, um primo da minha mãe foi almoçar em casa. Apesar do pouco contato que tive com ele, sempre tive muita simpatia pela sua pessoa. Nesse ano, eles estavam combinando de irem para o Pernambuco, iriam visitar alguns parentes em Belo Jardim, e outras cidades próximas que não me recordo os nomes. Como esse primo estava com uma saúde muito debilidade, a viagem necessitaria de cuidados, e o filho dele preferia acompanhá-lo, mas, a morte colocou fim no desejo de visitar algumas tias que vivem no interior de Pernambuco.
Esse tipo de noticia é preferível dar pessoalmente as pessoas cardíacas. Não contamos a minha mãe, pretendíamos dar a noticia quando chegássemos em casa, porém o filho do primo da minha mãe deixou uma mensagem no Orkut que lhe dava a nóticia. Ela ficou triste, chorou, mas não precisou de intervenção médica. No outro dia fui com ela ao cemitério para assistirmos ao sepultamento.
O caixão estava lacrado e o rosto um pouco inchado. Ficamos sabendo que ele morreu ao se levantar da cama, chegou a abrir a janela, talvez para recuperar o ar que os últimos instantes de vida estavam lhe tirando, ar não recuperado e que deu lugar ao infarto fulminante, levando a vida sem a possibilidade de um socorro prévio, de uma intervenção médica. Ele estava na fila de um transplante de coração, seu caso era muito grave e todos sabiam que as chances dele morrer nessa fila eram grandes.
Fiquei observando a viúva. Mulher alegre e falante, conversou muito na ocasião que almoçou na minha casa. Ela nos avistou de longe e veio em nossa direção, no caminho foi interceptada por outras pessoas que lhe deram os seus pêsames e fraternalmente a abraçaram, depois de alguns minutos, também a abracei, porém não disse nada. Não há o que ser dito num momento tão difícil, qualquer tentativa de conforto, torna-se muito superficial: Deus sabe o que faz. É melhor assim. Ele não sofre mais. Ele está num lugar melhor. São expressões horríveis para dizer em meio a tanto sofrimento, a meu ver, um abraço sincero e o silêncio é o melhor conforto que uma pessoa possa receber. Nesses momentos queremos a solidão misturada com a presença de pessoas queridas.
Quando começou a cerimônia budista, soube que os momentos mais tristes estavam se aproximando. Tenho muitos parentes budistas, porém nenhum é oriental. No cemitério fiquei pensando no sucesso que a imigração japonesa teve no Brasil, a cultura oriental está amplamente inserida no Brasil - desde a religião, até a gastronomia - uma parte considerável de minha família que estavam fadados ao cristianismo, se converteram ao budismo. Terminada a cerimônia, o caixão foi retirado da sala do velório e levado ao túmulo destinado ao mesmo. É um momento muito triste. Não lido bem com a morte, nunca soube lidar. Não existe nada mais triste do que as despedidas permanentes.
Saindo do cemitério, fui para a empresa. Depois fui vender uns dólares que sobraram da viagem do Douglas, e liguei para ele, avisando que iria embora e pedindo para ele me acompanhar, estou tomando uns medicamentos que me deixa muito sonolento e não estava com disposição para assistir aula... Hoje completa uma semana que estou doente, com a garganta inflamada, febre e dores no corpo. Já estou bem melhor, creio que amanhã me recuperarei por completo, e na segunda-feira voltarei a cumprir minha rotina habitual.