Uma rua temática nasce com a necessidade de uma região, ou pela cultura trazida dos patronos do bairro onde a rua está localizada, no Brás temos um grande pólo têxtil, minha família tem negócios na região há mais de 10 anos, existe uma rua chamada Maria Joaquina que só existem lojas de jeans, logo quando conheci o Brás, a rua não era tão viva como é hoje, vi muitos lugares no Brás ganhado vida, ruas se firmando numa temática. Recentemente foi noticiado na mídia que São Paulo poderá ganhar a primeira “Rua Gay” de São Paulo, a Rua Frei Caneca, rua que não é tão gay quanto a Vieira de Carvalho, que fica em frente a Praça da República, sabemos que a concentração de gays naquela região é gigantesca, bem maior que na Frei Caneca. Li muita besteira na internet em torno das discussões da criação da rua, Monique Evans, por exemplo, disse que a criação de uma rua temática, é a criação de mais um gueto gay, Monique soltou uma verdadeira perola, acho que ela está pensando que só gays poderão circular na rua, assim como só noivas pode circular na rua das noivas... Santa ignorância.
Eu adorei a idéia, ter uma rua temática gay é um passo para a aceitação do cidadão homossexual, segundo o empresário Douglas Drumond, presidente da Associação GLS Casarão Brasil (uma Associação que tem projetos interessantes, futuramente reservarei um post especialmente para ela, hoje quero falar apenas das ruas) disse que quer uma rua colorida, linda, com mais vida, particularmente eu acho a Frei Caneca feia, não vejo como deixar aquela rua mais bonita, o que poderá ser colocado na rua? Arco Íris de fora a fora? Acho que não, tenho curiosidade em conhecer o projeto, o brasileiro é um povo tão criativo, que pode deixar uma rua feia como a Frei Caneca, numa rua bonita, uma rua gay.
Frei Caneca, Gay Caneca, Frei Boneca, ou até mesmo Gay Boneca, são várias as variações que os gays usam para se referia a rua, creio que o crescimento da circulação de gays na região se deu por conta da construção do shopping, muitos gays moram naquela região, o Shopping Frei Caneca é um shopping acolhedor, com lojas boas, com um bom cinema, e uma ótima praça de alimentação, aos domingos vemos vários casais gays almoçando, há um tempo atrás eu estava lá todos os domingos almoçando com o Douglas, sempre pegávamos um cineminha, já até matei aula para ir ao Shopping, e sempre, sempre encontramos muitos gays, podemos ir ao shopping a qualquer horário, ele sempre estará lotado de gays.
O projeto para a criação da rua foi apresentado ontem na Câmara de Vereadores de São Paulo, tentei localizar o projeto, mas o site da Câmara está atualizado até o dia 19/07, e se estivesse atualizado até hoje, também ficaria difícil, pois existem 5535 projetos apresentados, e o único critério de busca é o numero do projeto, ou seja, eles não querem que os munícipes consultem o que acontece na Câmara, não há interesse em facilitar a vida do cidadão que tem interesse em acompanha a politica de sua cidade, isso não é novidade, mas quero ler esse projeto e ver quais são as benfeitorias que estão previstas para a rua, vamos torcer para que ele seja aprovado, em Madri existe um bairro gay, porque aqui no Brasil não podemos ter uma rua gay?
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quinta-feira, 24 de julho de 2008
Frei Caneca, Gay Caneca, Frei Boneca ou Gay Boneca
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34 comentários:
OI, PASSAGEIRO!
Eu não acho a Frei Caneca feia, não! Ao contrário: ela tem prédios bonitos, algumas casas antigas bonitas( como O Casarão que você citou ), tem um grande shopping, onde, infelizmente, os gays vão lá só para desfilar e fazer carão, fato já analizado até pelo João Silvério Trevisan em um artigo na antiga G; quando deveriam ir desarmados e mais humanos, mais amigos e solidários. Tem a Labirinttus, tem hotel de pegação, enfim. Claro que, como tudo, merecia ser melhor cuidado, pintado, reformado. Mas acho a idéia ótima!
Beijos,
Ricardo
aguieiras2002@yahoo.com.br
Ah, e a Frei Caneca liga, em Sampa, dois lugares que são caros aos gays: A Paulista com o Centro. Em tempo: exijo o post do "pau grande, tara dos gays?"
Beijos ricardinos
Ricardo
aguieiras2002@yahoo.com.br
Cara, caí aqui meio que de paraquedas, mas achdei legal a forma como vc fala do mundo gay, só metendo o bedelho se você me permitir.....
Eu sou reticênte com tudo que sepera os cidadãos, ou seja cria diferenças entre eles para torna-los iguais, cotas para negrosl, rua tematica, enfim... se somos iguais por ser cidadãos, sejamos iguais!!
É isso !!
Abs!!
Eu andei lendo isso na internet, é bacana saber que tem um lugar exlclusivamente gay, mas as vezes penso se isso é realmente bom!
Afinal acaba virando gueto e isso não é legal.
***** Trair se tornou uma regra nos casamentos homossexuais?
Saiba mais, www.blogjeanluiz.blogspot.com
Ricardo,
Vou fazer uma enquete e ver se o público do blog quer q eu falei sobre o pau grande ou não...
A Frei Caneca é uma rua estreita, principalmente ali no comecinho, perto da paulista, eu acho ela muito feia... Mas quem sabe ela não fica parecida com a Avanhandava, na minha opinião um verdeiro boulevard no coração do centro de São Paulo
Zek,
Você pode abrir quantas aspas você achar necessário, faço desse blog um blog democrático, mas não concordo contigo, vejo ações como essas necessárias, pois é só assim que a sociedade verá que o gay é tratado com indiferença, e que precisa ser mudado, todas as vezes que um homofobico passar pela Frei Caneca, a rua gay, ele terá que baixar sua crista e nos aceitar um pouco mais...
Jean,
Acho que a expressão gueto não cabe nesse contexto, a rua não será exclusiva para gays, não serão apenas gays que passarão por ela, ela não será fechada, logo, nao será um gueto.
Duas coisas:
1 - Não que não seja uma boa idéia, mas francamente acho uma idéia meio inútil. Não sei se por que moro em outra parte do país, e aqui as coisas (ao menos a meu ver) não sejam tão agressivas contra homosexuais, ou não seja ainda tão expressivo o número de gays "admitidos". Enfim. Afinal não ouvi falar de nenhuma rua dos heteros... Oo
Sim, eu sei que as condições em que cada DIVISÃO/GRUPO se situa é diferente, digo hetero x homo. Mas ainda assim...
2 - Tem uma pulga atrás da minha orelha que não me deixa confortável. Veja bem, quanto a essa "militância", não acho que a militância GLBT, tenha metas muito claras ou justificadas. Quero dizer que muitas vezes o que me parece é que a luta não tem um sentido muito bem fundamentado. Também sei que as condições dos Homosexuais são delicadas e precárias no que diz respeito aos direitos, mas não é essa a minha objeção.
Muitas vezes a impressão que tenho e de que não se busca por RESPEITO E DIREITOS, mas se busca por liberdade de farrear a maneira que lhe apraz. Ok, não vamos generalizar só pq 90% do grupo demonstra esse interesse. Mas também penso não estar com uma idéia muito equivocada. Não é?
Resumindo: Apesar de serem muito bonitas na teoria mas muito pouco prática, concordo com a idéia do Zek. É exatamente isso.
Por exemplo: Mulheres querem direito iguais... Melhor dizendo: Mulheres querem direitos a mais, ou seja, querem os delas e os nossos. Pois ser igual é ter os mesmo direitos, e isso não acontece, mesmo! Afinal que homem tem o direito de não gostar de futibol, não entender de carros, ser dono de casa e não ser gay? Mulher tem esse direito.
Bem, digo isso só para exmplificar.
O caso é que não estamos nos igualando, estamos barganhando a liberdade de determinados comportamentos que muitas vezes nem mesmo os heteros possuem.
Unexpected,
Não visualizo esse caso por essa ótica, não conseguiremos igualdades pedindo por favor, sabemos que de civiiizados a civilização só tem o nome, mas somos bárbaros, e para conquistarmos os direitos que nos são negados, temos que chocar, só direitos de cidadãos comuns, nos sao negados 37, não vejo a militancia lutando nem por mais e nem por menos, estamos lutando por nossos direitos, e uma rua definida como rua gay pode agir como um carater educativo para as conquistas dos mesmos.
Entendo, e acho nobre a luta por nossos direitos, apenas acho que há outras formas de ser afensivos/incisivos/agressivos em prol deles.
E como disse, a realidade aí é diferente da nossa aqui. Ou talvez seja apenas a minha cabeça e os meu olhos que o sejam...
Abraço!
Unexpected Boy,
Desculpe meter o bedelho, o blog nem é meu, mas de um amigo amado> Porém, não posse deixar de comentar suas posições, são muito estranhas e conservadoras para mim, apesar de te respeitar.
Em primeiro lugar a questão do gueto, que merece então um outro post, fica a dica para o Marcos. Unexpect, a "idéia" e a construção social de um gueto é como uma forma de defesa. Na História, TODAS as minorias e segmentos discriminados construíram os seus guetos. Depois, é uma tendência "natural" e cultural do ser humano procurar se unir com seus iguais, onde haja alguma identificação, isso em tudo e não dá para fugir. Mas politicamente falndo, um gueto tem que ser defendido por que a idéia é justamente que ele vá se ampliando, ampliando, ampliando até o ponto que ele seja totalmente inserido e "confundido com o resto da sociedade e não seja mais necessário. Mas isso leva tempo, muito tempo. Portanto, um gueto deve ser defendido e protegido, não atacado. Nós, homossexuais, temos sim nossas particularidades e queremos discutí-las com iguais que nos entendem e podem ajudar.
"Não há rua de heteros" por que TODAS as ruas são dos/das héteros! Observe: toda a sociedade se comporta como se todos e todas fossem heterossexuais, até em toda a mídia e publicidade, a heterossexualidade é usada até para vender cerveja e batata frita, como se homossexuais não as consumissem.
Quanto à mulher, você sabia que até l968 a mulher não podia viajar só, sem o consentimento de um pai, marido, tutor? Sabia disso? Nem as mulheres nem os/as homossexuais procuram ter "mais direitos" que os héteros, essa é uma visão totalmente equivocada, absurda. O que queremos, nós, homossexuais, são os 37 direitos que TODOS os/as heterossexuais já possuem, nada além disso. Tanto isso é verdade que um dos lemas da Militância Homossexual Brasileira é "Direitos Iguais! Nem mais nem menos!" Que "comportamento" você se refere que nem os heterossexuais têm, segundo você?? Tam certeza absoluta que eles não tem? Pesquise mais.
Você me parece muito magoado, com rancor e com um tanto de homofobia interna, e não sabe como lidar com esse rancor então o direciona para o seu próprio meio, o gay. Não te falo isso, nunca, por mal. Gostaria apenas que refletisse mais a respeito.
Sucesso!
Ricardo
aguieiras2002@yahoo.com.br
"Você me parece muito magoado, com rancor e com um tanto de homofobia interna[ãhn?], e não sabe como lidar com esse rancor então o direciona para o seu próprio meio, o gay. Não te falo isso, nunca, por mal. Gostaria apenas que refletisse mais a respeito."
Querido, Ricardo, no que você se baseia exatamente para dizer isso? Li e reli sem obter sucesso em encorntrar alguma explicação. Isso é por que eu penso diferente?
Não... não... você se precipitou. Tenho minha sexualidade/homossexualidade muito bem aceita e mais do que isso equilibrada, fique tranquilo. Mas se há algum rancor ou mágoa? Sim, há. Mas e por muitas vezes eu ser um ""santo""* que paga pelos ""pecadores""* digamo assim, à grosso modo e sem conotação pejorativa. Muitas vezes acabo sendo rotulado de forma muito desagradável por conta da imagem apresentada por outras pessoas e não, isso não me faz mais feliz.
Magoado, com rancor me parece você pelo fato de minha opnião ser diferente, não?
Entendo que você não fala por mal, mas acho que você fala sem razão de fazê-lo. Você forma opiniões muito rápido sobre alguém que você nem ao menos conhece e de quem viu apenas um cometário. É justo?
Quanto aquela velha máxima de dar resposta por despeito, espero que não penses assim sobre mim. Só fico um pouco chateado quando alguém faz algum juizo arrado(especialmente público) sobre mim. Então respondo.
Por favor não leve para o lado pessoal, ok?
Fica bem garoto.
Só para retificar, o que coloquei sobre as mulheres foi uma mera ilustração sobre a visão de igualdade e direios que cada um tem. Sei que assim como em muitos países do oriente, a situação é lastimável para elas que vivem sendo vítimas de políticas maxistas. Mas não é esta a questão.
Minha dica é a seguinte, leiam:
Feito Homem - NORAH VINCENT
e
http://davidbarcelos1.blogspot.com/2008/07/os-direitos-de-cada-sexo-frgil.html
para entender o que estou falando.
Oi Marcos, cara sabe uma coisa que me deixou triste? os comentários das pessoas lá na folha, na matéria que fala do assunto !! , acho legal a ídéia de ter um local representativo da cultura gls, mas tenho medo de essa rua se tornar alvo de ódio e violência, sabemos que o governo não nos dá a segurança necéssário., mas num deixa de ser uma esxperiência não é mesmo !??
abração
Pimenta,
Sua observação é muito pertinente, mas vale lembrar que hoje aquela região já é alvo de violência, creio que ali na Frei Caneca os homofóbicos ficariam inibidos, pois ali no comecinho da rua, perto da paulista existem alguns hoteis com cameras e seguranças, perto do shopping tem alguns bares, mas é possivel, recentemente houve um espancamento na Augusta, rua mutio mais movimentada que a Frei Caneca...
AH, NÃO PODERIA SER UMA OUTRA RUA, MAIS BONITINHA? RSSSSS.
Acredito que apesar de qualquer pesar, a idéia não fique presa só ao lance da rua.
Na europa grandes metrópoles tem bairros gays que se confundem com o restante da cidade, numa convivencia harmoniosa!
Assim como a Liberdade tem as ruas para a cultura japonesa, acho sim justo a Frei Caneca representar a cultura gay sim.
Desde que isso ajude na integração da sociedade e no reconhecimento do nosso valor a partir da nossa visibilidade!
XD
Marcos,
Não entendi muito bem bem os seus comentários, eles foram publicados... mas me pareceram meio avulsos... Bem, tenho que levar em consideração que eu tambem sou um tanto desmemoriado...
Enfim...
Gostaria de dizer para você relaxar, ok? Acho que vocês estão um pouco obsecados com essa história.
Leia novamente o que comentei... Não disse que não se deveria ter tais iniciativas, apenas acho que, no meu ponto de vista, há outras coisas que teriam mais efeito. entende..?
Sério TAKE IT EASYYYYY, PLEASYYYY!
Fica bem...
Unexpected Boy,
Não sei qual é a realidade que você vive em SC, mas creio que aqui em São Paulo temos uma realidade bem diferente, a ponto do lugar que você mora ser considerada uma bolha, aqui em São Paulo gays são mortos, espancados, comentários homofóbicos é feito nas ruas com total liberdade, não acho que tenho que relaxar, é a minha vida, é o meu estilo de vida que eles estão criticando, são pessoas que são gays que eles estão matando, o próximo pode ser um amigo meu, ou pode ser eu, não tenho que relaxar.
Negros não pediram por favor para pararem com a discriminação, negros não podiam pegar onibus de brancos, mulheres não podiam votar, você acha que mulheres , negros e gays querem mais direitos? Quais direitos são esses, o direito a vida? De não ser espancado na rua? E quem deu esse direito a pseudos brancos que se julga raça pura? Por favor querido, a luta gay é uma luta séria e não pode ser desmerecida, a homofobia faz vitimas nesse país, e fechar os olhos para isso, é negar os direitos humanos.
Então, realmente é como eu pensei, as coisas aqui são diferentes. Aqui isso não acontece com muita frequência ou ao menos não vem atona. Penso também que todos podemos ser vítimas destes tipos de violência independentemete de raça, cor, sexo, credo ou condição sexual. Claro isso é ""um motivo"" a mais, digamos assim. Crime é crime aconteça com quem acontecer e devem ser punidos. Mas a consciencia não muda por obrigação, e nisso você tem que concordar comigo. A consciência muda e a tolerancia passa a existir através do CONHECIMENTO, DA EDUCAÇÃO E DA CULTURA. Violência, comportamente agressivo ou radical só gera mais violência, agressividade e radicalismos.
Em momento algum pensei estar sendo acgressivo, só que fui "retaliado" apenas por me opor EM PARTES ao que foi postado, o que eu pensava ser o intuito dos comentário que se deixam, o de por em discução.
Mas entendo a sua posição, imagino e mais do que isso sei o quanto é péssimo sertirmo-nos inseguros. Tenho essa mesma sensação mesmo que sem tanta preocupação.
Só peço que não fiques chateado, não tive em momento algum esta intenção.
Unexpected Boy,
Claro que não ficarei chateado, não estou lhe retaliando, longe de mim fazer isso, estamos apenas discutindo pacificamente, conflitos são otimos, nessas condições alargamos barreiras de opiniões e conhecimento, se não fosse esse forum que foi gerado, vc não teria ideia da dura realidade que existe em São Paulo, realidade que matou Edson Néris no ano 2000, crime que hoje motiva muitas ações gays aqui em SP.
Quem é Monique Evans???????
adorooo essas pessoas palpiteiras.
quem aqui quer viver em guetos? levante a mão!
acho que não precisamos disso. ter uma rua gay, é só segragar mais o que já é rotulado e discrimiado.
Gui,
Ninguém quer viver em guetos, mas precisamos viver, em guetos ou não, negros criam guetos, grupos culturais, seus guetos se espandiram tanto que hoje se mistura com a cultura, e é exatamente o que acontecerá com os guetos gays.
Uma boate é um gueto, a maioia dos gays frequentam, é um lugar onde podemos beijar na boca sem sermos vistos como ETs, até o dia que chegarmos na condição da Espanha, que não existem lugares GLS.
Uau!
A discussão está "caliente" e muito boa de ser lida. Ponto para quem a desencadeou. Ainda que não concordemos uns com os outros em tudo vale proque avançamos à medida em que vamos argumentando e contra-argumentando.
Eu, particularmente, não gosto de boates gays, de ruas gays, de points, gays... Nâo gosto de nada disso. Eu me nego perempetoruamente a ver minha condição humana reduzida à minha condição afetiva e sexual. O respeito que a sociedade me deve (e que eu exijo e faço cumprir sem concessões) deriva de minha humanidade. Esta única característica dispensa todo e qualquer adjetivo que se pense em acrescentar. Não quero saber se um humano é negro, ou gay, ou judeu, ou nordestino, ou pobre, ou gordo, ou feio... Sendo humano ele se faz merecedor de todo respeito. O resto é bobagem... Alegorias e adereços apenas. Um quesito que pode determinar a vitória ou a derrota desta escola de samba que chama "grupo social"? Sim! Não discordo disto. Mas não subordinar todos os outros critérios a um detalhe ínfimo eu acho um equívoco.
Eu estou, como sempre, falando demais mas já que não consigo me controlar mesmo vou fazer mas uma pequena observação: essa história de igualdade é uma falácia perigosíssima. Ela é falsa desde o começo e, por isso não pode se sustentar. Somos todos absolutamente diferentes. Esta é a graça. E que estas diferenças todas sejam louvadas dia após dia porque dela decorrem as melhores e mais bonitas estampas do tecido social.
Que sejamos diferentes e que consigamos entender que a maior de todas as perversões é o desejo de uniformização ou padronização. Leia-se Nazismo.
Desculpe pela invasão, Marcão.
Nem vou escrever mais noutras seções para não encher o saco.
E parabéns a você, meu velho. Seu blog é uma delícia de ser lido e visto. Meu companheiro também está visitando este espaço com freqüência. Virou diversão da família.
m abraço grande a todos.
Mister Man
Para MISTER MAN,
Você é muito inteligente e eu te admiro muito, acredite. Mas, de novo, discordo.
Não acho que a Luta Homossexual, ao criar espaços onde as pessoas gays possam discutir suas especificidades tenha algo a ver com "padronização" ou "nazismo". Ao contrário, negar às pessoas espaços onde elas possam falar - ou VIVER - de suas idiossincrassias; seus medos e suas preferências é que é, ao meu ver, nazismo.
Como disse, a questão "gueto" merece um post enorme... risos... do Passageiro aqui e merece uma ampla discussão, por que as pessoas não gostam é da palavra "gueto". Eu acho legal, sim, que existam espaços para as pessoas discutirem ou viverem tanto as suas "diferenças" como as suas "igualdades". Acho legal que existam espaço para fumantes, espaços, só para lésbicas( e se elas quiserem discutir "menstruação", por exemplo, eu creio que eu, como homem homossexual, não poderia opinar em nada e as deixaria incomodadas com minha presença, poderia tirar a liberdade delas. Desde que o mundo é mundo , pessoas procuram se unir com o que consideram semelhante. Eu, por exemplo, não gosto nem entendo nada de futebol. Mas dou todo o direito de quem gosta, que se reuna para discutir futebol. E, por aí vai: quem gosta de música erudita precisa do Teatro Municipal e quem gosta de música índie precisa de boates onde toquem esse tipo de música.
Então, seria a "Castro Street" e todo o bairro Castro, em São Francisco, famosos mundialmente por serem frequentados por gays, terem lojas simpatizantes e com produtos para esse público, algo "nazista"? Mesmo por que a idéia não é uma rua fechada para gays, héteros podem circular a vontade em todos esses lugares, mas sim um local onde poderemos encontrar quem sente coisas parecidas com as nossas: desejos, medos, sofrimentos, atração e etc.
Enfim, essa discussão, concordo, é polêmica e antiga. Desde que eu participei do início do Movimento Homossexual no Brasil, no SOMOS, ela ocorre. Continuo vendo os "guetos" com um pouco mais de amor , acho que são lugares de defesa para as minorias, que iriam se ampliando até o futuro dia em que estariam confundidos com a sociedade como um todo.
Viu como você me faz refletir?
Bom sábado para você e para todos!
Ricardo
aguieiras2002@yahoo.com.br
E, por último, só mais uma reflexão: esses blogs aqui, não são gays??? Mix Brasil ; A Capa, GLX e etc. não são portais gays? Seriam, portanto, nazistas?
Passageiro, seu blog é gay ou não?
Ricardo
aguieiras2002@yahoo.com.br
Mister Man,
Adorei saber que o meu blog está virando uma diversão de família, isso é muito gratificante, aliás, escrevemos para alguém ler, e fico feliz em saber qeu alguém lê os medos e anseios que passam pela minha cabeça.
Ricardo,
Não blog é tudo, meu blog é gay, politico, politico gay ou pessoal, enfim, meu blog representada tudo aquilo que eu sou, esse blog sou eu, e eu sou gay, amigo, político, militante, tudo o que escrevo aqui é o que me aflige, me alegra e me coloca a pensar.
Também concordo com as pessoas não veem a palavra gueto com louvor, mas parte de mim concorda contigo, que temos que ter guetos gays para criamos forçar e reinvindicarmos pelos nossos direitos, e outra parte de mim concorda com o Mister Man, acho injusto isso, o Mundo é injusto, nos jogam em guetos, nos excluem da sociedade, entretando, não vejo outra maneira de buscar inclusão sem os guetos, vejam os espaços gays, hoje eles estão sendo invadidos por heteros que não se incomodam com o comportamento gay, e isso é maravilhoso, é só tiramos por base a balada Bubu que é muito freqüentada por heteros, esse é o objetivo, até chegar uma dia que baladas como a Bubu não sejam vistas mais como gay ou hetero e todos convivam lá com harmonia, o que já acontece hoje.
oi xará
uma rua so pra nós ??? estou me mudando para sampa hj mesmo kkk
beijos
Ricardo, meu caro, você é o máximo. Inteligente, bem articulado, coerente... Isso é perfeito! Deixa eu te dizer uma coisa, amigo. Quando eu falo na "não uniformização" é defendendo este seu direito de discordar de mim e ainda assim ser respeito e querido por mim. Não precisamos de discípulos não é? Melhor que o mundo esteja sempre cheio de homens livres capazes de pensar por si e tomar suas próprias decisões. Quando isso é mediado pelo respeito ao outro todas as possibilidades e desejos são permitidos.
Eu devo ter me expressado mal quando falei que a maior das perversões é o desejo de uniformização. Eu não me referia a lugares gays (que eu não gosto mas acho fantástico que estes lugares existam). Eu me referia ao desejo de algumas pessoas (perversas, no sentido psicanalítico do termo)de que todos sejam como ela é (evangélicos ou heterossexuais ou fashionistas ou seja lá o que forem...). É este desejo de uma sociedade de "iguais" que é ao mesmo tempo inexeqüível e perverso.
Eu não me referia a confrarias, grupos, clubes, ruas, boates ou nada semelhante. Desculpe minha inabilidade ao expressar minha opinião.
O que eu desejo realmente, Ricardo, é um retrocesso. (risos) Para mim seria ótimo que voltássemos ao tempo e aos lugares onde a palavra "homossexual" não existia (Sobre a questão vale ler "Homossexualidade, uma história", de Collin Spencer), não porque a homossexualidade não existisse, mas porque não se sentia a necessidade de distinguir as pessoas entre homossexuais e heterossexuais.
Veja, eu já passei por situações públicas onde a pessoa demonstrava espanto com minha condição homossexual e tentava me constranger. Eu nunca (veja bem, eu disse NUNCA) reagi explicando, defendendo ou justificando minha homossexualidade. Não precisa. Minha reação sempre foi na direção da ignorância do outro. Essa é a questão! Fazer o outro sentir vergonha por não ser suficientemente esclarecido é imprescindível em casos como este. Expôr os limites e a ignorância de quem critica, se espanta ou se ofende é o que eu faço. A questão é a ignorância dele porque o natural para um humano seria o "esclarecimento". Não minha homossexualidade. Isto não se discute, não pode entrar na pauta. E se é assim é porque a ignorância é uma questão social central. A falta de informação, a pouca instrução, um nível educação limitado... comprometem o bem estar dos outros, interfere diretamente na vida social e dificulta o avanço de um país. Isto precisa ser discutido. O ignorante precisa sentir vergonha de ser ignorante e precisa procurar mudar. Minha homossexualidade não! Ela não interfere na vida social. É algo que, como não diz respeito aos outros, não cabe ser questionada ou criticada ou discutida.
Bem, basicamente é isso. Eu escrevi alguns posts sobre esta questão. Com a devida permissão do Marcos eu vou listar alguns:
1. Nós quem, cara pálida?
2. O louva-deus
3. A quadrilha de Campina Grande
4. Quem sou eu, quem é você e porque somos assim?
5. Ações afirmativas
6. Bisonho
7. Quem sou eu...
8. Que rei sou eu - Partes 1 e 2
9. Um pensador às avessas...
Ahhhhh, tem um monte de coisa!!! L´ameu meu blog normalmente eu publico essas coisas com o "marcador" "Eu e outros poemas".
Minha posição sobre o assunto é sempre a mesma: sou um humanista sem correção, um fã incondicional do tipo humano e um defensor incansável dos direitos fundamentais do homem (à vida, à justiça, à liberdade...). Sou um militante da causa humana.
Finalmente, como disse Oswaldo Montenegro,
"Que as palavras que falo
Não sejam ouvidas como prece e nem repetidas com fervor
Apenas respeitadas
Como a única coisa que resta a um homem inundado de sentimentos
Porque metade de mim é o que ouço
Mas a outra metade é o que calo.
[...]
Que a arte nos aponte uma resposta
Mesmo que ela não saiba
E que ninguém a tente complicar
Porque é preciso simplicidade pra fazê-la florescer
Porque metade de mim é a platéia
A outra metade é a canção.
[...]
E que a minha loucura seja perdoada
Porque metade de mim é amor
E a outra metade também."
É só isso.
Beijosssss enormes a todos.
Ricardo, um abraço enorme, meu velho.
E, Marcão, desculpe aí o aluguel do blog, beleza?
Mister Man
Mister Man,
você é adorável e é o máximo! Fico de boca aberta com a sua inteligência que, no seu caso, vem acompanhada de sensibilidade, o que é raro. Raríssimo, aliás! Já cruzei com geniozinhos que eram uma porta maciça no quesito sensibilidade. Bom, tem razão em tudo, posso até discordar de uma ou outra coisa, mas, evidentemente, você está no caminho seu e isso é o certo. Para você e pessoas como você, a minha reverência. Ah, obrigado! Não sabe o bem que me faz saber que ainda há pessoas como você. Já correndo ler seus posts indicados....
Beijos do novo e leal admirador,
Ricardo
Aguieiras2002@yahoo.com.br
Mister Man,
Belissimas palavras, o meu blog é seu querido, vc pode usa-lo para o que quiser, pois o consquistou com sua inteligencia e sensibilidade, adoro Oswaldo Montenegro, e terminar um comentário seu citando um dos seus trabalhos que eu mais gosto, foi um cartada de mestre, adoro, adoro, adoro... pena q não arrumei alguém para me acompanhar ao show dele, sinto tanto pesar por não ter isso.
Quando ao fato de envergonhar as pessoas pela ignorancia de não saber lidar com a homossexualidade, isso é otimo, é uma atituda pedagogica, as pessoas começam a refletir quando a sua ignorancia é evidenciada.
Ricardo,
Adorei te=lo encontrado hoje, saiba que gosto muito de vc, é um amigo muito especial para mim, o Douglas e eu te amamos muito.
Marcos, quando puder veja essa notícia:
http://mixbrasil.uol.com.br/mp/upload/noticia/4_151_68065.shtml
http://mixbrasil.uol.com.br/mp/upload/noticia/5_71_68124.shtml
Quem puder, veja esse link...
Beijos,
Ricardo
aguieiras2002@yahoo.com.br
Uau, quantas opniões a respeito do assunto.
Só tenho a dizer que, eu também acho a rua Frei Caneca feia....e concordo com a matéria aqui discutida, ou seja, acho legal o fato de termos uma rua com a temática gay.
É isso ai, cada um com sua opnião formada.
bjs
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