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quarta-feira, 10 de novembro de 2010

Desatando os Laços

Por mais que eu tente ser forte, a vida parece ser uma brincadeira de mal gosto. Tenho ciência que tudo o que aconteceu comigo foi por conta da minha permissão, até mesmo as pessoas que se aproximaram de mim, teve a minha concessão. Talvez fui ingênuo em não ver maldades ou não quis acreditar nos sinais e nas diversas pessoas que me alertaram, que me mostraram planos alternativos e que se fossem seguidos, hoje eu não passando por tudo isso.

Hoje senti saudades da época que o meu maior problema era convencer minha mãe a deixar eu andar de bicicleta na rua. Na época, achava um absurdo o excesso de zelo prestado por minha progenitora, hoje adoraria ter esse excesso. Até hoje ela cuida de mim, se mostra preocupada com a minha vida, mas a muito tempo deixou os seus excessos de mãe e passou apenas a me assistir, aliás, eu cresci e minha mãe fez tudo o que poderia ter feito por mim e tenho que admitir que ela fez muito.

Tudo o que fiz  foi por amor, confiando em um amor e pelo amor fui traído. Entreguei minha confiança, meu carinho e zelo e em troca tive uma porta fechada. Não sei avaliar se me arrependo ou não, acredito que ainda encontro-me próximo demais dos fatos para analisar as consequências dos mesmos. Desejo que tudo isso passe, sei que não posso usar uma borracha para passar na minha memoria e no meu coração, mas desejo que passe, desejo que a vida melhore e que um dia veja uma razão os fatos.

Certa vez, depois de uma briga, sai do carro e disse: entre, vamos conversar. Cenas como essas se repetiram por inúmeras vezes e nos mais distintos cenários. Hoje penso, o que teria sido diferente se a minha reação fosse a apatia? Talvez ele teria vindo atrás, como já veio outras vezes, ou talvez não. Na verdade, temos que parar de tentar adivinha como teria sido a nossa vida se determinada ação não tivesse sido tomada, não estamos no filme “Efeito Borboleta”, temos apenas que aceitar e seguir em frente.

Mesmo com a promessa de não permitir mais abusos ofertados gratuitamente a minha pessoa, novamente fui ferido. Foi uma situação da qual eu não consegui escapar. A sensação de incomodo foi imediata e a dissimulação no seu formato mais pobre e patético se fez presente. Uma tentativa primária de me machucar, só me fez validar que seguir em frente foi uma decisão assertiva. Sinto orgulho de não usar ninguém para atingir outras pessoas e quando alguém estiver de fato no meu caminho, será para viver e não para mostrar para alguém que estou bem e que estou “feliz”.

Desatar os laços feitos ao longo de um relacionamento duradouro, não é uma tarefa simples. O que mais quero é que tais laços sejam desatados e que eu possa seguir a minha vida, seguir em frente. De tudo o que passei, ficaram grandes aprendizados, de fato nunca mais serei o mesmo. O sofrimento, quando compreendido e aceito, nos torna melhores e tudo o que vivi foi com o intuito de me tornar melhor para vida e para os futuros laços que atarei.

4 comentários:

Leo Carioca disse...

Bom, no meu caso é raro acontecer isso, porque eu raramente me entrego a esse ponto a alguém.
É claro que, principalmente quando eu era mais jovem (hoje tenho 35 anos), já fiquei ´triste` com as atitudes de certas pessoas, que não reagiram da forma como eu esperava nessa ou naquela situação. Às vezes você cria muitas expectativas pra pessoa reagir de uma forma legal com você quando você faz alguma coisa, tipo (isso é só um exemplo) esperar que a pessoa fique muito feliz com alguma coisa que você fez, e na hora ela nem presta atenção... Até um certo ponto, me parece ser mais ou menos o que aconteceu com você, né? Você esperava uma reação e veio outra.
Bom, acho que depois de já ter passado por certas situações, a gente aprende a esperar menos das pessoas, e assim a gente se frustra menos.
Eu mencionei a idade acima, mas acho que isso nem tem a ver tanto com idade, e sim com vivência. Porque idade é simplesmente o tempo de vida que você já tem; vivência são as experiências pelas quais você já passou.

john and elvis are dead disse...

não se incomode pois não é o único nesse mundo! vivo algo idêntico e nesse momento só me falta a coragem para seguir em frente e pensar em mim.
abraço do outro lado do oceano
João

Marcos Freitas disse...

Leo,

Não é nem a questão de esperar uma reação, acho que não devemos esperar nada de ninguém, mas quando não se age com o minimo de lealdade, a situação fica complicada.

Tais disse...

Bom, você sabe minha opnião... parece que a gente ama quem vivia com a gente, não a pessoa que foi embora.

Mas passa, tudo passa. O passado ajuda e muito nas bases dos nossos proximos relacionamentos.