Em entrevista publicada na Folha de S.Paulo deste domingo, 07, o senador Aécio Neves (PSDB/MG), se posicionou como candidato à Presidência da República, atacando a política macroeconômica de Dilma Rousseff e acusando a presidente de ser “leniente” com a inflação e de querer “até controlar o lucro de empresários”.
A entrevista foi concedida na sexta-feira, 05, em um hotel em São Paulo, durante a qual o político fez criticas aos adversários e também uma autocrítica e uma crítica do PSDB sobre o desempenho dos tucanos na últimas três eleições presidenciais, quando foram derrotados pelo PT.
Aécio Neves reconheceu, ainda, que seu partido perdeu a batalha para os petistas em torno da paternidade dos programas sociais e diz que o PSDB precisa se “renovar na expectativa das pessoas”.
Ao jornal, o tucano declarou, ainda, ser a favor da união civil entre gays e afirmou que a polêmica em torno do pastor Feliciano (PSC/SP) “já foi longe demais”, classificando o congressista como “despreparado”. A seguir, alguns trechos da entrevista ocorrida em São Paulo, onde esteve para mais uma jornada ao lado do governador Geraldo Alckmin (PSDB).
Folha – O que você acha da polêmica em torno do pastor Feliciano (PSC/SP), na Comissão de Direitos Humanos da Câmara?
Aécio Neves – Eu acho que deixaram isso ir longe demais. Ele mostrou ser um sujeito totalmente despreparado, independentemente de suas convicções. Ele está fazendo um grande marketing pessoal, as pessoas não compreenderam isso ainda. Criaram um problema que agora vão ter de desatar.
Folha – É a favor da união civil gay?
Aécio Neves – Eu já me manifestei mais de uma vez. Sou a favor. É a realidade do mundo moderno, ninguém é contra a realidade do mundo. Isso já foi. Respeito quem tem posição divergente, lamento apenas que a pauta da Câmara esteja concentrada nisso.
Folha – Na última eleição travou-se uma polêmica sobre o aborto. Qual sua posição?
Aécio Neves – Defendo a atual legislação.
O senador tocou pontos polêmicos e importantes, ainda, como o monitoramento e a crítica ao PAC (Programa de Aceleração do Crescimento), do Partido dos Trabalhadores, ao qual chamou de “falácia”.
Aécio declarou ao jornal seu descontentamento com a reforma ministerial anunciada: “Alguém pode achar que essa chamada reforma ministerial em curso tem por objetivo melhorar a qualidade do governo? Ela sequer conhece essas pessoas que está colocando lá. Nem no período Sarney houve uma entrega tão grande dos espaços do poder sem qualquer critério.”
Ele afirmou, também, que é uma “lenda urbana”, alimentada por seus inimigos, a acusação de ter feito “corpo mole” em seu Estado para a campanha do tucano José Serra à Presidência da República em 2010: “Ficarei muito satisfeito e tenho certeza de que terei em São Paulo o apoio que ele teve em Minas”, disse.
Folha – Vários inimigos seus exploram seu estilo de vida, que gosta muito de ir ao Rio de Janeiro.
Aécio Neves – Eu digo que se gostar do Rio for um defeito, é um defeito que cada dia aumenta um pouco (risos). E gosto de São Paulo também, viu. Olha, eu passei boa parte da minha infância e da adolescência no Rio, o que é absolutamente natural eu gostar de lá.
Folha – E quanto à fama de bon-vivant?
Aécio Neves – Não escondo o que sou, sou um homem do meu tempo, e tenho posições e clareza de minhas atitudes e quero ajudar o Brasil dar um salto de qualidade. E é isso que sou, disso que estou imbuído. Obviamente, quem se expõe num projeto como esse tem de estar preparado para as críticas. Eu as recebo há muito tempo, e os resultados das eleições que disputei estão aí. As pessoas estão preocupadas é com que o homem público pode fazer por elas. Olha, um homem como eu, que trabalha de oito da manhã às dez da noite, dizer que eu sou um bon-vivant, isso deixaria os que realmente são bon-vivant decepcionados.
Fonte: GayBrasil
2 comentários:
Aliás, não entendo: se há uma manifestação pública tão explícita contra a presença dele na presidência da Comissão de Direitos Humanos, por que ele ainda tá lá? Afinal, não estamos numa democracia? Não é o povo, de modo direto ou indireto, que decide quem ocupa os cargos políticos?
Por estarmos numa democracia e ele ter sido eleito pelo voto, assim como os parlamentares que o elegeram, ele pode permanecer. Estamos numa democracia, mais elegemos representes para decidir esse tipo de assunto para nós.
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