Semana passada o Brasil foi surpreendido com a notícia que um delegado de interior de Goiás passou suas férias na Tailândia, onde se submeteu a cirurgia de resignação de sexo. O delegado Thiago, passa a ser a delegada Laura. Ela ainda está de licença e muito provavelmente será lotada na Delegacia da Mulher.
A briga do movimento LGBT, para o respeito à identidade de gênero e a garantia do uso do nome social, é antiga. Alocar Laura na delegacia da mulher é reposta de anos de luta. O Estado passa a dar sinais que vem compreendendo o que é identidade de gênero e como se deve conduzir essas questões.
Tenho muitas amigas travestis e transexuais. Certa vez, ouvi uma fala de uma travesti que me deixou muito incomodo. Ela disse: “nos seguimos o caminho contrário, primeiro vencemos na vida e depois nos tornamos travesti”. Ela é empresária e estava numa mesa com uma professa e uma oficial da marinha, todas travestis, que mudaram o seu gênero depois que já tinham uma carreira consolidada.
A evasão escolar para travestis e transexuais ainda é muito grande, são poucas que conseguem concluir seus estudos e ter uma profissão, para muitas, a prostituição não é uma opção. Ainda temos muito que avançar. Apesar de termos vários decretos que obriga as repartições públicas a respeitarem o nome social, não é isso que vemos na prática. Carecemos da sensibilidade dos governantes e gestores públicos, para fazer uma administração pública que respeite à identidade de gênero de cada um.
No dia 29 de janeiro, comemoramos o “Dia da Visibilidade Trans”, entretanto, não existem motivos para comemorar. As trans são diariamente agredidas e mortas por todo o Brasil, os casos nem sempre são levados para a mídia e tem uma conclusão da polícia. Para muitas, o que resta é a margem da sociedade. Elas continuam invisíveis, na garantia aos Direitos e a dignidade, tanto para o Governo quanto para a Sociedade.
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