A polícia investiga mais um caso de agressão na Av. Paulista, com motivação de homofobia. Um estudante e um operador de telelemarketing foram agredidos por volta de 4h54m de sábado por um grupo de jovens na altura do número 1.500 da avenida, perto do Parque do Triano. As duas vítimas disseram ter sido agredidas por serem homossexuais. Os dois foram levados ao Pronto Socorro Vergueiro. Um dos agredidos, o estudante, continuou internado. As vítimas deverão prestar esclarecimentos na delegacia. Não há suspeitos e ninguém foi preso.
Neste sábado, a Secretaria de Segurança Pública informou que surgiu mais uma vítima do grupo de jovens que promoveu uma série de agressões na Avenida Paulista em novembro passado. Segundo o homem, a violência foi tanta que ele teve de passar por uma cirurgia. "Eu estava saindo desse clube noturno na Rua Augusta e fui surpreendido por dois rapazes. Um deles me imobilizou por trás e o outro começou a me agredir com soco inglês, desferiu vários golpes durante muito muito tempo, até que fiquei inconsciente. Eles não falaram, não citaram absolutamente nada, mas eu presumo com toda convicção que se trata de crime homofóbico de crime de ódio na verdade."
Por causa dos golpes , parte do rosto foi esfacelada. “Fiquei internado por cinco dias, sofri uma grande cirurgia, coloquei uma prótese de titânio, e presilhas ´para sustentação dos ossos”, disse o homem. Depois de se recuperar, o homem foi viajar a trabalho e ficou meses fora do Brasil. Voltou na semana passada e vendo as imagens pela televisão identificou os agressores. Por foto, teve mais certeza. O rapaz que bateu nele é o maior de idade, Jonathan Lauton Domingues. E outro foi um dos quatro adolescentes que participaram das agressões na Paulista.
Os quatro adolescentes suspeitos de envolvimento em agressões a homossexuais seguem internados na Fundação Casa (ex-Febem). Jonathan Lauton Domingues, de 19 anos, também suspeito de participar dos mesmo ataques, continuará em liberdade. O juiz Daniel Luiz Maia Santos, da 1ª Vara Criminal da Barra Funda, na Zona Norte de São Paulo, decidiu na quarta-feira (1º), remeter de volta o inquérito sobre o caso, sem analisar o pedido de prisão preventiva do rapaz maior de idade, para o 5º DP, na Aclimação, região central. O juiz acatou requerimento do promotor Roberto Bacal.
O representante do Ministério Público solicita que sejam anexadas ao inquérito as imagens das gravações feitas por circuitos de segurança de prédios próximos de onde ocorreram as agressões, além dos laudos do Instituto Médico Legal (IML) com as vítimas dos ataques, que aconteceram no último dia 14 de novembro. O objetivo, segundo o promotor, "é esclarecer todas as circunstâncias delitivas", inclusive para que o pedido de prisão preventiva por tentativa de homicídio seja analisado.
Um segundo inquérito da polícia apura a acusação de roubo contra um lavador de carros que teria sido praticada pelo mesmo grupo. Uma audiência com o juiz da Vara da Infância e Juventude marcada para 9 de dezembro deve decidir se os menores serão absolvidos ou continuarão internados. O tempo máximo que eles poderão ficar, no caso de uma sentença condenatória, são três anos. Imagens gravadas pelo sistema de monitoramento de câmeras dos prédios da Avenida Paulista mostram um jovem desferir golpes com lâmpadas fluorescentes numa vítima. Esse agressor teria 16 anos. Os outros três menores suspeitos têm idades entre 16 e 17.
Todos os casos de homofobia que presenciamos nos últimos dias, vem de encontro com a necessidade da aprovação imediata do PLC 122. O Brasil é o país que mais mata homossexuais com motivação de ódio e tal motivação não é criminalizada. Não podemos continuar em meio a tanta violência, sem leis que nos defendam. Temos que exigir os casos de homofobia sejam investigados e punidos e se necessário for, tomamos novamente a Av. Paulista em protesto a fragilidade política que o cidadão gay se encontra no Brasil.
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