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sexta-feira, 3 de dezembro de 2010

Meu Filme Preferido em 2010

Quando me identifico com algo, espero sempre com muita ansiedade e assim foi com o filme “Como Esquecer”, com Ana Paula Arósio, Murilo Rosa e Natalia Lage, com direção de Malu de Martino. Outro fator que me levou a uma identificação imediata com o filme, foi o fato de, na época, também estar no processo de "Como Esquecer". Em muitos momentos me senti Júlia (Ana Paula Arósio), em outros me senti Hugo (Murilo Rosa) e assistindo ao filme, também me senti Lisa (Natália Lage), me identifiquei com as três personagens, remetendo as cenas do filme com a realidade de minha vida.

O filme conta a história de Júlia (Ana Paula Arosio), uma professora de literatura inglesa, que luta para reconstruir sua vida depois de viver uma intensa e duradoura relação amorosa com a enigmática Antônia. Hugo (Murilo Rosa), seu grande amigo, também gay, é quem tira Júlia do seu isolamento e tenta trazê-lá de volta à vida. A história aborda o abandono de relações afetivas por três óticas: a de Júlia ao ser abandonada por sua companheira Antônia, a de Hugo ao perder seu grande amor vitima de câncer e a de Lisa ao ser abandonado pelo seu namorado ao descobrir que a mesma estava grávida.

Unidos por conta de uma dor em comum e para suprir as necessidades financeiras que tais rompimentos geraram em suas vidas, Júlia, Hugo e Lisa decidem dividir a mesma casa, uma saída para se apoiarem financeiramente. Hugo, fazendo um papel de pai na casa, tenta de todas as formas colocar Júlia para fora do abismo chamado "fim do amor". Na verdade, vejo a situação de Hugo de forma mais confortável que a de Júlia e Lisa, Hugo perdeu o seu grande amor, assim como ambas, mas perdeu quando seu companheiro foi vencido pela morte, não foi abandonado, foi deixado por alguém que lutava pela vida e o amava.

O filme procura responder "o que é o contrário do amor?" Acredito em um sentimento único. Sempre seremos amados e odiados pelo mesmo motivo, partindo dessa premissa, defendo que o contrário do amor é a ausência desse sentimento, o ódio, assim como o preto e o branco que se dá pela ausência e pela mistura de todas as cores. O término de um relacionamento afetivo, não precisa necessariamente se dar pelo ódio, mas sim por um termo intermediário, pela apatia, quando duas pessoas adultas e bem resolvidas chegam a conclusão que aquela história acabou e se separam, sem a necessidade de machucar um ao outro, provar que está bem se mostrando com outras pessoas e fazer da sua "felicidade" a infelicidade do outro.

Costumo dizer que a dor de um rompimento afetivo é comparado com a dor da perda de um ente querido, só que com o agravante daquela pessoa que é a motivação do nosso amor, estar viva e por um motivo qualquer, muitas das vezes inerente a vontade de ambos, decidiu seguir outros caminhos. Essa é a dor de Júlia e Lisa, a dor da morte em vida, a dor de ver o seu grande amor as rejeitando, colocando um ponto final numa história que pelo menos em uma das partes existia amor para recomeçar.

Assim como Júlia, depois do término de uma relação, todos precisam de um tempo para recolher os cacos que ainda estão no chão e avaliar o que sobrou. Depois de nos levantarmos de uma queda promovida pela ruptura de um amor, temos que primeiramente reaprender a nos amar primeiro, para depois amarmos outras pessoas. Só podemos dar aquilo que temos e como vamos amar um terceiro se o nosso amor próprio ainda está comprometido. Voltar a amar depois da rejeição, não é uma tarefa fácil. Encontrar motivos para ir além e dar outras oportunidade para nos mesmo, é uma superação diária.



#MemeDasAntigas – Um Inventário de 2010.

2 comentários:

FOXX disse...

ai ai
eu lembro de ter visto o trailer e ter ficado com vontade de ver...
meu único contato com o vídeo

Hugo de Oliveira disse...

eu gostei do filme, muito bom. Gostei mais ainda pelo personagem do Murilo chamar Hugo...meu nome....kk.

abraços
de luz e paz